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11/06/2004
-
17h34
da Folha Online
da France Presse
A 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) começa domingo em São Paulo com o objetivo de resgatar a agenda de negociações de livre comércio da OMC (Organização Mundial do Comércio) e impulsionar o comércio entre os países em desenvolvimento.
A Unctad reúne a cada quatro anos os ministros do Comércio de 192 países. A conferência acaba sendo praticamente uma rodada de negociações paralela às da OMC, só que entre os países em desenvolvimento.
Para isso, espera resgatar um antigo Sistema Global de Preferências Comerciais (GSTP), que permite reduzir as barreiras ao comércio entre os países em desenvolvimento, sem estender os benefícios aos desenvolvidos.
De acordo com dados da Unctad, uma redução de 30% nas tarifas implicaria um sensível aumento do comércio da ordem de US$ 8,5 bilhões para esses países. Se essa redução chegar a 50%, o ganho pode chegar a US$ 15,5 bilhões.
"A Unctad será conhecida como a reunião da nova geografia do comércio e pode transformar o panorama do comércio mundial", disse o secretário-geral do organismo, Rubens Ricúpero.
A conferência também tentará arrancar dos países industrializados um aumento de concessões para os países em desenvolvimento. A mensagem é: a abertura para o comércio não basta para reduzir a pobreza nos países menos adiantados, são necessários estratégias e investimento para impulsionar o desenvolvimento e um sistema produtivo mais vigoroso.
A conferência acontece neste ano no momento em que os principais países do mundo tentam desbloquear as negociações da OMC, hoje estancadas por conta dos subsídios agrícolas.
Em São Paulo, várias reuniões paralelas do chamado G-20 --o grupo de emergentes liderado pelo Brasil, Índia e África do Sul-- tentam estabelecer estratégias comuns para as negociações da OMC.
A mais importante dessas reuniões, confirmada pela Chancelaria brasileira, acontecerá no domingo entre os mais altos representantes do comércio da União Européia, Índia, Brasil, África do Sul e Austrália, considerados os articuladores das principais posições ante a OMC.
Estão previstas as presenças do representante de Comércio dos EUA, Robert Zoellick, e do comissário europeu do Comércio, Pascal Lamy.
No sábado será realizada uma reunião do G-20. Segundo Ricupero, será praticamente uma das últimas oportunidades de articulação dos países emergentes antes da reunião da OMC em julho.
O Brasil está no centro das principais articulações para conseguir uma negociação favorável aos países em desenvolvimento na OMC.
"Os países em desenvolvimento têm uma oportunidade incomum. Continuamos construindo uma frente comum para que a Agenda do Desenvolvimento de Doha (na OMC) seja mais do que um título", disse na semana passada, em Georgetown, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
A OMC tenta desbloquear as negociações antes de julho. Os próprios dirigentes do G-8, reunidos nesta semana nos Estados Unidos, expressaram seu empenho para que isso seja possível.
A negociações estão bloqueada desde o fracasso da reunião ministerial em Cancún (México), em setembro passado.
Depois das reuniões prévias e paralelas deste final de semana, a Unctad começa oficialmente na segunda, com a presença do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. As reuniões se prolongarão até sexta-feira, dia 18.
Em um foro paralelo da Sociedade Civil, as ONGs já denunciaram a intenção dos Estados Unidos e da Europa de despojar a Unctad de seu caráter crítico em relação ao sistema de comércio mundial e de tentar desviar todo o debate para a OMC que, segundo elas, não leva em conta a situação dos mais pobres.
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da France Presse
A 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) começa domingo em São Paulo com o objetivo de resgatar a agenda de negociações de livre comércio da OMC (Organização Mundial do Comércio) e impulsionar o comércio entre os países em desenvolvimento.
A Unctad reúne a cada quatro anos os ministros do Comércio de 192 países. A conferência acaba sendo praticamente uma rodada de negociações paralela às da OMC, só que entre os países em desenvolvimento.
Para isso, espera resgatar um antigo Sistema Global de Preferências Comerciais (GSTP), que permite reduzir as barreiras ao comércio entre os países em desenvolvimento, sem estender os benefícios aos desenvolvidos.
De acordo com dados da Unctad, uma redução de 30% nas tarifas implicaria um sensível aumento do comércio da ordem de US$ 8,5 bilhões para esses países. Se essa redução chegar a 50%, o ganho pode chegar a US$ 15,5 bilhões.
"A Unctad será conhecida como a reunião da nova geografia do comércio e pode transformar o panorama do comércio mundial", disse o secretário-geral do organismo, Rubens Ricúpero.
A conferência também tentará arrancar dos países industrializados um aumento de concessões para os países em desenvolvimento. A mensagem é: a abertura para o comércio não basta para reduzir a pobreza nos países menos adiantados, são necessários estratégias e investimento para impulsionar o desenvolvimento e um sistema produtivo mais vigoroso.
A conferência acontece neste ano no momento em que os principais países do mundo tentam desbloquear as negociações da OMC, hoje estancadas por conta dos subsídios agrícolas.
Em São Paulo, várias reuniões paralelas do chamado G-20 --o grupo de emergentes liderado pelo Brasil, Índia e África do Sul-- tentam estabelecer estratégias comuns para as negociações da OMC.
A mais importante dessas reuniões, confirmada pela Chancelaria brasileira, acontecerá no domingo entre os mais altos representantes do comércio da União Européia, Índia, Brasil, África do Sul e Austrália, considerados os articuladores das principais posições ante a OMC.
Estão previstas as presenças do representante de Comércio dos EUA, Robert Zoellick, e do comissário europeu do Comércio, Pascal Lamy.
No sábado será realizada uma reunião do G-20. Segundo Ricupero, será praticamente uma das últimas oportunidades de articulação dos países emergentes antes da reunião da OMC em julho.
O Brasil está no centro das principais articulações para conseguir uma negociação favorável aos países em desenvolvimento na OMC.
"Os países em desenvolvimento têm uma oportunidade incomum. Continuamos construindo uma frente comum para que a Agenda do Desenvolvimento de Doha (na OMC) seja mais do que um título", disse na semana passada, em Georgetown, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
A OMC tenta desbloquear as negociações antes de julho. Os próprios dirigentes do G-8, reunidos nesta semana nos Estados Unidos, expressaram seu empenho para que isso seja possível.
A negociações estão bloqueada desde o fracasso da reunião ministerial em Cancún (México), em setembro passado.
Depois das reuniões prévias e paralelas deste final de semana, a Unctad começa oficialmente na segunda, com a presença do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. As reuniões se prolongarão até sexta-feira, dia 18.
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