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30/06/2004
-
15h19
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou hoje a taxa básica de juros dos Estados Unidos de 1% para 1,25% ao ano. Foi a primeira alta na taxa de juros do banco central americano em quatro anos.
Desde o estouro da bolha de tecnologia no início da década, que afetou o mercado global e reduziu investimentos no setor produtivo, o Fed vinha adotando uma política monetária mais relaxada na tentativa de estimular a maior economia do mundo.
O ápice dessa estratégia aconteceu em junho de 2003, quando o banco reduziu a taxa básica para 1% ao ano, a menor desde 1958. De lá para cá, a economia americana deu diversos sinais de fortalecimento e, com o reavivamento das pressões inflacionárias, o mercado começou a se preparar para a virada na política de juros nos primeiros meses deste ano.
O próprio Fed havia divulgado, em comunicado distribuído após sua reunião de maio, que a "posição acomodativa quanto à política monetária, em conjunto com um robusto crescimento subjacente na produtividade" estava impulsionando a atividade econômica nos EUA.
Os últimos dados sobre inflação, no entanto, levaram o Fed a elevar os juros --taxas mais altas implicam em crédito mais caro, o que contém o consumo e ajuda a controlar a disparada de preços.
O aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do banco ficou em linha com o que esperava o mercado financeiro. Com uma garantia de remuneração maior dos títulos do governo americano --considerados as aplicações financeiras mais seguras do mundo, com risco próximo de zero-- os investidores passam a evitar a exposição a riscos maiores, como ações, dívidas públicas e privadas e o câmbio de moedas.
O mercado financeiro temia uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa de juros em razão da alta de preços porque o consumo, que é o grande motor da economia americana, poderia sofrer uma forte contração, comprometendo a retomada da economia dos EUA por causar a elevação das taxas das demais modalidades de crédito no país.
Inflação
Os recentes aumentos da inflação nos EUA influenciaram a decisão do banco. O CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) de maio subiu 0,6%, maior alta desde janeiro de 2001. Os altos preços do petróleo (que romperam a barreira dos US$ 42 em maio) e o crescimento da demanda estiveram entre os fatores que impulsionaram os preços de energia.
A disparada de preços do petróleo em abril (que atingiu o recorde histórico de US$ 42) afetou os preços de energia no país, que subiram 4,6% em maio, maior alta desde janeiro e muito acima do 0,1% de alta em abril. Os preços da gasolina dispararam, com alta de 8,1%.
No entanto, Greenspan disse em seu testemunho ao Comitê Bancário do Congresso americano neste mês que vê "pouca possibilidade de que a inflação venha a disparar e forçar uma série agressiva de aumentos na taxa de juros".
"Nossa visão é de que pressões inflacionárias não deverão ser uma preocupação mais séria por enquanto", disse Greenspan ao Congresso.
"[Aumentos na taxa de juros] provavelmente terão de ser avaliados nos trimestres à frente."
PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA apresentou um crescimento anualizado de 3,9% no primeiro trimestre deste ano, na revisão final do crescimento da economia entre janeiro e março deste ano. Em maio, o governo havia divulgado preliminarmente que a economia havia crescido 4,4% nos primeiros três meses do ano.
O resultado marca o ritmo mais lento no crescimento econômico americano desde o segundo trimestre do ano passado, quando subiu 3,1%.
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Fed eleva taxa de juros para 1,25% ao ano nos EUA
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O Fed (Federal Reserve, o banco central americano) elevou hoje a taxa básica de juros dos Estados Unidos de 1% para 1,25% ao ano. Foi a primeira alta na taxa de juros do banco central americano em quatro anos.
Desde o estouro da bolha de tecnologia no início da década, que afetou o mercado global e reduziu investimentos no setor produtivo, o Fed vinha adotando uma política monetária mais relaxada na tentativa de estimular a maior economia do mundo.
O ápice dessa estratégia aconteceu em junho de 2003, quando o banco reduziu a taxa básica para 1% ao ano, a menor desde 1958. De lá para cá, a economia americana deu diversos sinais de fortalecimento e, com o reavivamento das pressões inflacionárias, o mercado começou a se preparar para a virada na política de juros nos primeiros meses deste ano.
Arte Folha Online |
O próprio Fed havia divulgado, em comunicado distribuído após sua reunião de maio, que a "posição acomodativa quanto à política monetária, em conjunto com um robusto crescimento subjacente na produtividade" estava impulsionando a atividade econômica nos EUA.
Os últimos dados sobre inflação, no entanto, levaram o Fed a elevar os juros --taxas mais altas implicam em crédito mais caro, o que contém o consumo e ajuda a controlar a disparada de preços.
O aumento de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do banco ficou em linha com o que esperava o mercado financeiro. Com uma garantia de remuneração maior dos títulos do governo americano --considerados as aplicações financeiras mais seguras do mundo, com risco próximo de zero-- os investidores passam a evitar a exposição a riscos maiores, como ações, dívidas públicas e privadas e o câmbio de moedas.
O mercado financeiro temia uma alta de 0,50 ponto percentual na taxa de juros em razão da alta de preços porque o consumo, que é o grande motor da economia americana, poderia sofrer uma forte contração, comprometendo a retomada da economia dos EUA por causar a elevação das taxas das demais modalidades de crédito no país.
Inflação
Os recentes aumentos da inflação nos EUA influenciaram a decisão do banco. O CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) de maio subiu 0,6%, maior alta desde janeiro de 2001. Os altos preços do petróleo (que romperam a barreira dos US$ 42 em maio) e o crescimento da demanda estiveram entre os fatores que impulsionaram os preços de energia.
A disparada de preços do petróleo em abril (que atingiu o recorde histórico de US$ 42) afetou os preços de energia no país, que subiram 4,6% em maio, maior alta desde janeiro e muito acima do 0,1% de alta em abril. Os preços da gasolina dispararam, com alta de 8,1%.
No entanto, Greenspan disse em seu testemunho ao Comitê Bancário do Congresso americano neste mês que vê "pouca possibilidade de que a inflação venha a disparar e forçar uma série agressiva de aumentos na taxa de juros".
"Nossa visão é de que pressões inflacionárias não deverão ser uma preocupação mais séria por enquanto", disse Greenspan ao Congresso.
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O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA apresentou um crescimento anualizado de 3,9% no primeiro trimestre deste ano, na revisão final do crescimento da economia entre janeiro e março deste ano. Em maio, o governo havia divulgado preliminarmente que a economia havia crescido 4,4% nos primeiros três meses do ano.
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