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06/08/2004 - 13h58

Dólar cai mais de 1% e Bolsa sobe com dado de emprego nos EUA

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JANAINA LAGE
da Folha Online

O fraco desempenho do mercado de trabalho norte-americano minimizou o impacto das novas denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e levou o dólar a interromper a trajetória de alta iniciada em agosto. A Bovespa interrompeu uma trajetória de três dias de quedas consecutivas e passou a operar em alta.

No fim da manhã, a moeda americana era negociada em baixa de 1,04%, a R$ 3,039. A criação de 32 mil novas vagas em julho nos EUA ficou muito abaixo das expectativas do mercado. Analistas esperavam a geração de 230 mil empregos. O resultado diminuiu a perspectiva de um aumento mais agressivo da taxa de juros.

Com isso, as taxas dos títulos do Tesouro americano registraram forte recuo. O prêmio do título de 10 anos caiu de 4,40% para 4,24%. "As taxas de juros dos títulos americanos caíram bastante. Para corrigir essa defasagem, os títulos da dívida externa do Brasil começaram a subir", afirma o analista do banco Rabobank, Jorge Kattar.

O C-Bond subia 1,60%, para 94,813% do seu valor de face no fim da manhã. O risco Brasil recuava 1,65%, para 596 pontos no mesmo horário. O banco americano JP Morgan elevou hoje a recomendação para os títulos da dívida externa do Brasil de "abaixo da média do mercado" para "média do mercado", com a expectativa de que a alta dos juros ocorra em um ritmo comedido.

"O movimento de recuperação dos mercados hoje não deve ser consistente", afirma o estrategista da consultoria Global Invest, Paulo Gomes. Apesar da queda nas Bolsas americanas, a Bovespa opera em alta de 1,41%, aos 21.632 pontos. Segundo Gomes, "o Fed deve ficar mais atento ao comportamento da inflação e ao preço do petróleo do que aos dados do mercado de trabalho".

Apesar da número de vagas abaixo do esperado, a taxa de desemprego apresentou ligeiro recuo. De 5,6% em junho, o indicador ficou em 5,5% em junho. Esta é a menor taxa de desemprego nos EUA desde outubro de 2001.

Turbulências

Apesar da melhora dos indicadores, analistas citam as novas denúncias sobre o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o avanço do preço do petróleo como fatores de preocupação.

Nesta manhã, o preço do barril em Nova York atingiu os US$ 44,77 depois de um incêndio em uma refinaria nos EUA. As incertezas quanto ao futuro da petrolífera russa Yukos também contribuíram para aumentar a tensão.

O presidente do Banco Central foi alvo de novas denúncias nesta sexta-feira. Reportagem da revista "Isto É" afirma que Meirelles declarou à Receita Federal um imóvel de R$ 40 mil por R$ 1.

Ontem, a revista "Veja" divulgou reportagem, em seu site, na qual dizia que o presidente do BC tem uma conta não-declarada no exterior e que movimentou pouco mais de US$ 50 mil para uma outra conta de doleiros investigados pela CPI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro. O presidente do BC negou as acusações e afirmou contar com o apoio do presidente Lula.

"A seqüência de investidas contra Meirelles é um catalisador do desconforto do mercado", afirma Kattar.

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