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06/08/2004
-
17h55
JANAINA LAGE
da Folha Online
O fraco desempenho do mercado de trabalho norte-americano, a recuperação dos títulos da dívida externa e o lançamento do novo pacote tributário trouxeram otimismo para o mercado de câmbio. A moeda registrou a maior queda em quase dois meses.
O dólar encerrou os negócios cotado a R$ 3,033, com queda de 1,23%. A criação de 32 mil novas vagas em julho nos EUA ficou muito abaixo das expectativas do mercado. Analistas esperavam a geração de 230 mil empregos. O resultado diminuiu a perspectiva de um aumento mais agressivo da taxa de juros.
"As taxas de juros dos títulos americanos caíram bastante. Para corrigir essa defasagem, os títulos da dívida externa do Brasil começaram a subir", afirma o analista do banco Rabobank, Jorge Kattar.
No fim da tarde, o C-Bond avançava 1,74%, para 94,938% do seu valor de face. O risco Brasil, indicador da confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, recuava 3,63%, para 584 pontos, o menor valor em 1 mês.
"O mercado brasileiro conseguiu operar descolado das Bolsas americanas, com o aumento da recomendação dos títulos do país pelo JP Morgan e com o novo pacote tributário", afirma Marcelo Ribeiro, chefe da mesa de câmbio da corretora Concórdia.
O banco americano JP Morgan elevou hoje a recomendação para os títulos da dívida externa do Brasil. A recomendação passou de "underweight" (abaixo da média do mercado) para "marketweight" (na média). Para justificar essa decisão, a instituição citou a expectativa de que a alta do juro nos EUA ocorra em um ritmo comedido, sem prejudicar o fluxo de capital para países emergentes.
O pacote de medidas liberado pelo governo hoje tem o objetivo de desonerar investimentos no setor produtivo, estimular a poupança de longo prazo e desenvolver o mercado de capitais. Uma das principais mudanças foi a redução da alíquota do Imposto de Renda cobrada nos investimentos em ações de 20% para 15% a partir de 1° de janeiro de 2005.
Esta foi a maior queda da moeda americana desde 15 de junho. À época, a perspectiva de um aumento gradual dos juros nos EUA também foi o principal fator a motivar uma queda mais acentuada do dólar.
O otimismo do mercado com os indicadores minimizou os efeitos das novas denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Reportagem da revista "Isto É" afirma que Meirelles declarou à Receita Federal um imóvel de R$ 40 mil por R$ 1.
Ontem, a revista "Veja" divulgou reportagem, em seu site, na qual dizia que o presidente do BC tem uma conta não-declarada no exterior e que movimentou pouco mais de US$ 50 mil para uma outra conta de doleiros investigados pela CPI do Banestado por suspeita de lavagem de dinheiro. O presidente do BC negou as acusações e afirmou contar com o apoio do presidente Lula.
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O fraco desempenho do mercado de trabalho norte-americano, a recuperação dos títulos da dívida externa e o lançamento do novo pacote tributário trouxeram otimismo para o mercado de câmbio. A moeda registrou a maior queda em quase dois meses.
O dólar encerrou os negócios cotado a R$ 3,033, com queda de 1,23%. A criação de 32 mil novas vagas em julho nos EUA ficou muito abaixo das expectativas do mercado. Analistas esperavam a geração de 230 mil empregos. O resultado diminuiu a perspectiva de um aumento mais agressivo da taxa de juros.
"As taxas de juros dos títulos americanos caíram bastante. Para corrigir essa defasagem, os títulos da dívida externa do Brasil começaram a subir", afirma o analista do banco Rabobank, Jorge Kattar.
No fim da tarde, o C-Bond avançava 1,74%, para 94,938% do seu valor de face. O risco Brasil, indicador da confiança dos investidores estrangeiros na economia brasileira, recuava 3,63%, para 584 pontos, o menor valor em 1 mês.
"O mercado brasileiro conseguiu operar descolado das Bolsas americanas, com o aumento da recomendação dos títulos do país pelo JP Morgan e com o novo pacote tributário", afirma Marcelo Ribeiro, chefe da mesa de câmbio da corretora Concórdia.
O banco americano JP Morgan elevou hoje a recomendação para os títulos da dívida externa do Brasil. A recomendação passou de "underweight" (abaixo da média do mercado) para "marketweight" (na média). Para justificar essa decisão, a instituição citou a expectativa de que a alta do juro nos EUA ocorra em um ritmo comedido, sem prejudicar o fluxo de capital para países emergentes.
O pacote de medidas liberado pelo governo hoje tem o objetivo de desonerar investimentos no setor produtivo, estimular a poupança de longo prazo e desenvolver o mercado de capitais. Uma das principais mudanças foi a redução da alíquota do Imposto de Renda cobrada nos investimentos em ações de 20% para 15% a partir de 1° de janeiro de 2005.
Esta foi a maior queda da moeda americana desde 15 de junho. À época, a perspectiva de um aumento gradual dos juros nos EUA também foi o principal fator a motivar uma queda mais acentuada do dólar.
O otimismo do mercado com os indicadores minimizou os efeitos das novas denúncias contra o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Reportagem da revista "Isto É" afirma que Meirelles declarou à Receita Federal um imóvel de R$ 40 mil por R$ 1.
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