Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/08/2004 - 18h59

Disputa acirrada à presidência da Fiesp vira caso de polícia

Publicidade

ELAINE COTTA
da Folha Online

A acirrada disputa à presidência da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) ganhou hoje um capítulo policial envolvendo o candidato da atual diretoria, Cláudio Vaz (chapa 2) e um dos membros da chapa 1, de oposição, Laodse Duarte.

No último dia 17, Duarte enviou a vários empresários dois e-mails acusando membros da chapa de situação de envolvimento com lavagem de dinheiro.

Os e-mails citavam supostas provas que poderiam aparecer nas investigações da Polícia Federal na operação chamada "Farol da Colina", que resultou na prisão de mais de 60 doleiros.

Nesta sexta-feira, o advogado Ruben Cavalheiro, do candidato à presidência da Fiesp, Cláudio Vaz (situação), encaminhou uma petição para a abertura de um inquérito policial contra Duarte à Delegacia de Delitos e Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de Investigação sobre Crime Organizado), em São Paulo.

Na petição, Cavalheiro pede que a polícia investigue a verdadeira autoria dos e-mails e autenticidade das acusações. Em entrevista à Folha Online, Duarte confirmou ser o autor das mensagens. "Fui eu. A polícia não precisa gastar dinheiro público para investigar isso", disse.

Duarte disse ainda que a iniciativa de enviar as mensagens partiu dele próprio e que o candidato da oposição, Paulo Skaf, que tem o seu apoio, não sabia de nada. "O e-mail é minha responsabilidade. O Skaf não tem nada com isso", disse.

"As acusações são verdade e posso apresentar provas. Eu apenas achei importante alertar que esse pessoal que está na chapa do Vaz é desqualificado para assumir uma entidade como a Fiesp', disse à Folha Online.

Um dos e-mails traz a seguinte mensagem: "Temos provas irrefutáveis de participação na lavagem de dinheiro", diz o texto citando, em seguida, além de Vaz, os empresários Nildo Masini (candidato a vice na chapa de Vaz), Angelo Albiero (diretor da Fiesp) e Roberto Liboni (vice-presidente da Fiesp).

As mensagens citam ainda Francisco Ramalho como "falecido recentemente". Detalhe: Ramalho está vivo e integra a chapa 1, da qual Laodse faz parte. A chapa 1 é a de oposição, liderada pelo empresário Paulo Skaf, atual presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil).

Duarte explicou que o "falecido recentemente" é na verdade uma brincadeira ao fato de Ramalho ser seu ex-sogro. "Coloquei Ramalho como falecido porque ele era meu sogro e agora não é mais pois me separei da minha mulher. É uma brincadeira, uma maneira de me referir a ele como ex-sogro", disse.

Piva
O presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, que também é citado na petição, confirmou à Folha Online, por meio de sua assessoria de imprensa, ter recebido e respondido aos e-mails para tentar verificar se Duarte era realmente o autor das mensagens.

O presidente da Fiesp diz ter desconfiado de um eventual 'spam' utilizando o nome do empresário, mas afirma que ao confirmar a autoria e identificar "um gesto de desequilíbrio" por parte do autor, preferiu "esquecer o assunto".

Segundo Duarte, Piva estava informado sobre todas as supostas irregularidades envolvendo os integrantes da chapa da situação. "Piva sabia de tudo", disse o empresário confirmando ter trocado e-mails com o presidente da Fiesp.

"Respeito muito o Horácio. Esse e-mail não é pessoal. O problema é que o Horácio não quer largar o poder. Isso é uma realidade. Também não digo que ele foi conivente, em momento algum duvido da honestidade dele. O que digo é que ele foi despreparado para o poder", afirmou.

Processo

Cavalheiro, disse que Vaz pretende processar Duarte por injúria, calúnia e difamação (crimes previstos no Código Penal) caso seja comprovado o seu envolvimento na elaboração e envio do conteúdo dos correios eletrônicos.

"O sr. Vaz deve me processar. É um direito que ele tem. Estou com 61 anos e não estou aqui para aventuras. Eu assumo o que faço', afirmou Duarte.

Eleição

Claúdio Vaz diz que a decisão de acionar a polícia partiu do fato de ele ter se sentido prejudicado moralmente.

"Isso não tem a ver com a eleição. Eu tenho uma história de vida, tenho família, tenho negócios e se uma pessoa coloca o meu nome envolvido com lavagem de dinheiro, não posso considerar isso uma brincadeira. Tenho um nome a preservar", disse Vaz.

Paulo Skaf, por sua vez, disse que só teve acesso ao conteúdo do e-mail hoje e que não teve nenhum tipo de ligação com a elaboração do conteúdo da mensagem. Para ele, Vaz tenta criar um fato político às vésperas da eleição da Fiesp.

"Não posso dizer se isso [o e-mail] é dele ou não [do Laodse]. O que eu tenho a ver com isso? Nada. Se for, não sei o que o levou a isso, se é uma brincadeira e se for, logicamente , é de mau gosto", disse Skaf, por telefone.

Leia mais
  • Para Skaf, Vaz quer montar "circo eleitoral" com denúncia
  • Vaz diz que denúncia não tem a ver com eleição
  • Veja nota de Vaz sobre o caso

    Especial
  • Arquivo: veja o que já foi publicado sobre a Fiesp
  • Arquivo: veja o especial sobre a eleição na Fiesp
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página