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20/08/2004
-
21h12
ELAINE COTTA
da Folha Online
O empresário Laodse de Abreu Duarte confirmou a autoria dos e-mails enviados a um grupo de empresários no dia 17 em que afirma ter provas "irrefutáveis" de que candidatos à eleição da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) cometeram crime de lavagem de dinheiro.
"Eu admito que os e-mails são meus. As acusações são verdade e posso apresentar provas. Eu apenas achei importante alertar que esse pessoal que está na chapa de Vaz é desqualificado para assumir uma entidade como a Fiesp", disse em entrevista por telefone à Folha Online.
Duarte disse ainda que a iniciativa de enviar as mensagens partiu dele próprio e que o candidato da oposição, Paulo Skaf, que tem o seu apoio, não sabia de nada. "O e-mail é minha responsabilidade. O Skaf não tem nada com isso", disse.
O empresário, que preside o Sindoleo (Sindicato da Indústria de Azeite e Óleos Alimentícios no Estado de São Paulo) afirmou ainda que os e-mails não têm intenções eleitorais. "Não se trata de exploração eleitoreira. Só achei importante alertar."
Denúncias
O empresário diz ter baseado suas denúncias em informações veiculadas pela imprensa na última semana sobre a chamada "Operação Farol da Colina", na qual a Polícia Federal prendeu uma série de doleiros em todo o país.
Segundo Duarte, alguns dos atuais diretores da Fiesp fizeram remessas ilegais para o exterior. Ele cita como exemplo, o vice-presidente da Fiesp, Roberto Liboni, que segundo ele já foi condenado e está foragido.
Os outros nomes citados por ele nos e-mails são: Nildo Masini, candidato a vice na chapa de Vaz. "Ele tem 150 processos por falta de pagamento de impostos", diz; Angelo Albiero: "há relatórios contra ele"; e Francisco Ramalho: "os documentos contra ele estão no fórum", disse.
"Eu não vinculo o Vaz diretamente, digo é que existem provas de que esse pessoal que o apóia está envolvido com sonegação fiscal. Não digo que o Vaz está envolvido com cambistas, só que esse pessoal da sua chapa é desqualificado para ficar na Fiesp."
Para Duarte, no entanto, Vaz não está preparado para assumir a Fiesp. "Ele fez uma gestão temerária no Sindipeças (Sindicato dos Fabricantes de Autopeças) e renunciou com seis meses de cargo", afirmou.
Piva
Segundo Duarte, o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, está informado de todas essas supostas irregularidades que envolvem os integrantes da chapa da situação da federação. "Piva sabia de tudo", disse o empresário.
"Respeito muito o Horácio. Esse e-mail não é pessoal. O problema é que o Horácio não quer largar o poder. Isso é uma realidade. Também não digo que ele foi conivente, em momento algum duvido da honestidade dele. O que digo é que ele foi despreparado para o poder", afirmou.
O empresário confirmou também ter trocado e-mails com Piva, que chegou a duvidar que ele [Duarte] fosse realmente o autor das mensagens. "Disse que era eu mesmo e que ele deveria convocar os 126 sindicatos que vão votar nas eleições para que eu apresentasse essas informações", disse.
Processo
Duarte disse ainda não temer ser alvo de um processo acusando-o de calúnia, injúria e difamação, como o advogado de Vaz, Robson Cavalheiro, disse pretender dar início.
"O sr. Vaz deve me processar. É um direito que ele tem. Estou com 61 anos e não estou aqui para aventuras. Eu assumo o que faço", afirmou.
Cavalheiro apresentou uma petição para a abertura de inquérito policial contra Duarte à Delegacia de Delitos e Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de Investigação sobre Crime Organizado), em São Paulo, por conta dos e-mails.
Os correios eletrônicos foram enviados no último dia 17. Um deles diz: "Temos provas irrefutáveis de participação na lavagem de dinheiro" e em seguida cita os nomes dos empresários Nildo Masini (vice na chapa de Vaz), Angelo Albiero (diretor da Fiesp), Roberto Liboni (vice-presidente da Fiesp) e Francisco Ramalho (candidato na chapa de Paulo Skaf).
Ramalho, que é ex-sogro de Duarte, é identificado no e-mail como "falecido recentemente". Ramalho, no entanto, está vivo. "Coloquei Ramalho como falecido porque ele era meu sogro e agora não é mais pois me separei da minha mulher. É uma brincadeira, uma maneira de me referir a ele como ex-sogro", disse.
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Empresário confirma autoria de e-mails, mas nega exploração eleitoral na Fiesp
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O empresário Laodse de Abreu Duarte confirmou a autoria dos e-mails enviados a um grupo de empresários no dia 17 em que afirma ter provas "irrefutáveis" de que candidatos à eleição da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) cometeram crime de lavagem de dinheiro.
"Eu admito que os e-mails são meus. As acusações são verdade e posso apresentar provas. Eu apenas achei importante alertar que esse pessoal que está na chapa de Vaz é desqualificado para assumir uma entidade como a Fiesp", disse em entrevista por telefone à Folha Online.
Duarte disse ainda que a iniciativa de enviar as mensagens partiu dele próprio e que o candidato da oposição, Paulo Skaf, que tem o seu apoio, não sabia de nada. "O e-mail é minha responsabilidade. O Skaf não tem nada com isso", disse.
O empresário, que preside o Sindoleo (Sindicato da Indústria de Azeite e Óleos Alimentícios no Estado de São Paulo) afirmou ainda que os e-mails não têm intenções eleitorais. "Não se trata de exploração eleitoreira. Só achei importante alertar."
Denúncias
O empresário diz ter baseado suas denúncias em informações veiculadas pela imprensa na última semana sobre a chamada "Operação Farol da Colina", na qual a Polícia Federal prendeu uma série de doleiros em todo o país.
Segundo Duarte, alguns dos atuais diretores da Fiesp fizeram remessas ilegais para o exterior. Ele cita como exemplo, o vice-presidente da Fiesp, Roberto Liboni, que segundo ele já foi condenado e está foragido.
Os outros nomes citados por ele nos e-mails são: Nildo Masini, candidato a vice na chapa de Vaz. "Ele tem 150 processos por falta de pagamento de impostos", diz; Angelo Albiero: "há relatórios contra ele"; e Francisco Ramalho: "os documentos contra ele estão no fórum", disse.
"Eu não vinculo o Vaz diretamente, digo é que existem provas de que esse pessoal que o apóia está envolvido com sonegação fiscal. Não digo que o Vaz está envolvido com cambistas, só que esse pessoal da sua chapa é desqualificado para ficar na Fiesp."
Para Duarte, no entanto, Vaz não está preparado para assumir a Fiesp. "Ele fez uma gestão temerária no Sindipeças (Sindicato dos Fabricantes de Autopeças) e renunciou com seis meses de cargo", afirmou.
Piva
Segundo Duarte, o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, está informado de todas essas supostas irregularidades que envolvem os integrantes da chapa da situação da federação. "Piva sabia de tudo", disse o empresário.
"Respeito muito o Horácio. Esse e-mail não é pessoal. O problema é que o Horácio não quer largar o poder. Isso é uma realidade. Também não digo que ele foi conivente, em momento algum duvido da honestidade dele. O que digo é que ele foi despreparado para o poder", afirmou.
O empresário confirmou também ter trocado e-mails com Piva, que chegou a duvidar que ele [Duarte] fosse realmente o autor das mensagens. "Disse que era eu mesmo e que ele deveria convocar os 126 sindicatos que vão votar nas eleições para que eu apresentasse essas informações", disse.
Processo
Duarte disse ainda não temer ser alvo de um processo acusando-o de calúnia, injúria e difamação, como o advogado de Vaz, Robson Cavalheiro, disse pretender dar início.
"O sr. Vaz deve me processar. É um direito que ele tem. Estou com 61 anos e não estou aqui para aventuras. Eu assumo o que faço", afirmou.
Cavalheiro apresentou uma petição para a abertura de inquérito policial contra Duarte à Delegacia de Delitos e Meios Eletrônicos do Deic (Departamento de Investigação sobre Crime Organizado), em São Paulo, por conta dos e-mails.
Os correios eletrônicos foram enviados no último dia 17. Um deles diz: "Temos provas irrefutáveis de participação na lavagem de dinheiro" e em seguida cita os nomes dos empresários Nildo Masini (vice na chapa de Vaz), Angelo Albiero (diretor da Fiesp), Roberto Liboni (vice-presidente da Fiesp) e Francisco Ramalho (candidato na chapa de Paulo Skaf).
Ramalho, que é ex-sogro de Duarte, é identificado no e-mail como "falecido recentemente". Ramalho, no entanto, está vivo. "Coloquei Ramalho como falecido porque ele era meu sogro e agora não é mais pois me separei da minha mulher. É uma brincadeira, uma maneira de me referir a ele como ex-sogro", disse.
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