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27/08/2004
-
16h13
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
A Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) divulgou, em nota, os nomes dos fundos estrangeiros de investimento que votaram contra a associação da AmBev com a belga Interbrew --operação concluída hoje e que inclui a incorporação da canadense Labbat pela empresa brasileira.
A Previ, principal acionista minoritário da AmBev, votou contra a aliança duas duas cervejarias e diz não ter autorizado a alteração do limite para o aumento do capital social da AmBev independentemente de reforma estatutária.
Segundo a Previ, também votam contra os seguintes fundos: o CalSTRS (California Teachers Retirement Teachers), Capital Guardian, Master Trust Bank of Japan, Philips Electronics North American Corporation, Master Retirement Trust, MLC Limited e Emerging Growth Fund Market. Também votaram contra a operação acionistas detentores de cerca de 7 milhões de ações ON, representados pelo Bank of New York.
Após a divulgação da nota da Previ, a AmBev confirmou esses votos, mas fez uma ressalva quanto ao Bank of New York: das duas representações de acionistas, uma delas votou a favor.
CVM
A Previ --que se identifica como o maior fundo de pensão da América Latina, com cerca de US$ 20 bilhões em ativos-- informa que vai recorrer na próxima semana ao colegiado da CVM, "quando reafirmará o entendimento sobre a natureza da operação e os prejuízos por ela causados aos acionistas minoritários".
A Previ questiona os seguintes pontos da operação:
1- "abuso de poder de controle exercido pelos controladores da Ambev e o benefício exclusivo auferido pelos mesmos ao impor uma reestruturação societária à companhia que envolveu a incorporação da empresa canadense Labatt em termos e condições incertas, em seu exclusivo benefício";
2- "a participação de administradores no processo de aprovação da operação, por encontrarem-se conflitados em relação às deliberações relativas à incorporação";
3- "a violação do dever de lealdade dos administradores da companhia, principalmente pela usurpação de uma oportunidade comercial que era da Ambev, que acabou explorada pessoalmente por eles";
4- "a completa falta de diligência com que foi conduzido o processo negocial e decisório da operação pelos administradores da Ambev";
5- "a maneira irresponsável com que os administradores anunciaram a operação ao mercado, que de modo confuso divulgaram e continuam a divulgar informações erradas e incompletas ao mercado".
A partir desses fatos, a Previ requer à CVM quatro ações:
1- determine à Ambev que publique, imediatamente, fato relevante de modo a sanear e esclarecer todas as informações contraditórias fornecidas ao mercado, complementando-as com tudo que se fizer necessário;
2- determine à Ambev que informe o impacto da operação, se realizada, nos direitos dos acionistas minoritários em relação à sua participação na companhia;
3- instaure processo administrativo com vista à punição dos administradores pelas informações mal divulgadas e por não ter os mesmos agido com a diligência requerida ao exercício dos seus cargos na companhia;
4- instaure inquérito administrativo necessário de modo a apurar e determinar tais irregularidades e aplique as penalidades previstas na lei aos infratores, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal, de forma a coibir prática das mais nocivas ao funcionamento do mercado de capitais brasileiro.
Outro lado
O diretor jurídico da AmBev, Pedro Mariani, disse estar "confiante" de que o colegiado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) irá confirmar o parecer favorável dado pela área técnica da autarquia à operação.
Sobre a contestação feita pela Previ de que o potencial do mercado canadense de cervejas não é atraente para a AmBev, o diretor de relações corporativas da AmBev, Milton Seligman, disse que a renda dos canadenses é "elevada e estável", que a Labbatt se reveza ano após ano com a Molson, dona da Kaiser e Bavária, na liderança desse mercado, e que o preço do produto no Canadá chega a US$ 140 por hectolitro (cem litros), ante US$ 40 no Brasil.
"O mercado canadense oferece uma rentabilidade imensa", disse Seligman.
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da Folha Online
A Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) divulgou, em nota, os nomes dos fundos estrangeiros de investimento que votaram contra a associação da AmBev com a belga Interbrew --operação concluída hoje e que inclui a incorporação da canadense Labbat pela empresa brasileira.
A Previ, principal acionista minoritário da AmBev, votou contra a aliança duas duas cervejarias e diz não ter autorizado a alteração do limite para o aumento do capital social da AmBev independentemente de reforma estatutária.
Segundo a Previ, também votam contra os seguintes fundos: o CalSTRS (California Teachers Retirement Teachers), Capital Guardian, Master Trust Bank of Japan, Philips Electronics North American Corporation, Master Retirement Trust, MLC Limited e Emerging Growth Fund Market. Também votaram contra a operação acionistas detentores de cerca de 7 milhões de ações ON, representados pelo Bank of New York.
Após a divulgação da nota da Previ, a AmBev confirmou esses votos, mas fez uma ressalva quanto ao Bank of New York: das duas representações de acionistas, uma delas votou a favor.
CVM
A Previ --que se identifica como o maior fundo de pensão da América Latina, com cerca de US$ 20 bilhões em ativos-- informa que vai recorrer na próxima semana ao colegiado da CVM, "quando reafirmará o entendimento sobre a natureza da operação e os prejuízos por ela causados aos acionistas minoritários".
A Previ questiona os seguintes pontos da operação:
1- "abuso de poder de controle exercido pelos controladores da Ambev e o benefício exclusivo auferido pelos mesmos ao impor uma reestruturação societária à companhia que envolveu a incorporação da empresa canadense Labatt em termos e condições incertas, em seu exclusivo benefício";
2- "a participação de administradores no processo de aprovação da operação, por encontrarem-se conflitados em relação às deliberações relativas à incorporação";
3- "a violação do dever de lealdade dos administradores da companhia, principalmente pela usurpação de uma oportunidade comercial que era da Ambev, que acabou explorada pessoalmente por eles";
4- "a completa falta de diligência com que foi conduzido o processo negocial e decisório da operação pelos administradores da Ambev";
5- "a maneira irresponsável com que os administradores anunciaram a operação ao mercado, que de modo confuso divulgaram e continuam a divulgar informações erradas e incompletas ao mercado".
A partir desses fatos, a Previ requer à CVM quatro ações:
1- determine à Ambev que publique, imediatamente, fato relevante de modo a sanear e esclarecer todas as informações contraditórias fornecidas ao mercado, complementando-as com tudo que se fizer necessário;
2- determine à Ambev que informe o impacto da operação, se realizada, nos direitos dos acionistas minoritários em relação à sua participação na companhia;
3- instaure processo administrativo com vista à punição dos administradores pelas informações mal divulgadas e por não ter os mesmos agido com a diligência requerida ao exercício dos seus cargos na companhia;
4- instaure inquérito administrativo necessário de modo a apurar e determinar tais irregularidades e aplique as penalidades previstas na lei aos infratores, sem prejuízo da responsabilidade civil ou penal, de forma a coibir prática das mais nocivas ao funcionamento do mercado de capitais brasileiro.
Outro lado
O diretor jurídico da AmBev, Pedro Mariani, disse estar "confiante" de que o colegiado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) irá confirmar o parecer favorável dado pela área técnica da autarquia à operação.
Sobre a contestação feita pela Previ de que o potencial do mercado canadense de cervejas não é atraente para a AmBev, o diretor de relações corporativas da AmBev, Milton Seligman, disse que a renda dos canadenses é "elevada e estável", que a Labbatt se reveza ano após ano com a Molson, dona da Kaiser e Bavária, na liderança desse mercado, e que o preço do produto no Canadá chega a US$ 140 por hectolitro (cem litros), ante US$ 40 no Brasil.
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