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30/08/2004 - 03h15

Pequenos investidores batem recorde na Bolsa

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FABRICIO VIEIRA
da Folha de S.Paulo

A campanha de popularização do mercado de capitais conduzida pela Bovespa somada a medidas de incentivo tributário e à recuperação econômica tem dado frutos. A participação do investidor pessoa física na Bolsa registrou recorde. Novas empresas têm aberto o capital. E o volume de negócios com ações via internet não pára de crescer.

A Bolsa de Valores de São Paulo comemora o bom momento, depois da apatia de anos. Criado no final da década de 90, o sistema "home broker" (de compra e venda de ações pela internet) tem ganhado novos adeptos. De 3.330 aplicadores no início de 2000, o sistema catalogou no mês passado 26.352 investidores.

"O "home broker" tem atraído muito o pequeno investidor. As pessoas estão buscando formas de diversificar seus investimentos, principalmente agora que os juros estão em níveis menores", afirma Nami Neneas, superintendente de renda variável do Banif Investment Banking.

A participação do investidor pessoa física, que se manteve em torno dos 15% até o fim da década de 90, alcançou 30,1% dos negócios totais realizados na Bovespa no mês de julho.

A entrada mais sólida dessa categoria de investidor no mercado ajudou a Bolsa de São Paulo a alcançar uma média inédita de negócios realizados no pregão diariamente. Neste mês, a média tem sido de 58,4 mil negócios por dia --no ano, a média está em 53,9 mil. No ano passado, foi de 39,6 mil negócios diários e, em 1999, de apenas 15,9 mil.

A maior dificuldade em ganhar com as aplicações mais tradicionais e seguras --como os fundos DI e de renda fixa, que seguem as oscilações dos juros-- tem motivado novos investidores a procurar o mercado acionário.

É importante lembrar, porém, que aplicar em ações sempre traz riscos bem maiores do que depositar os recursos na poupança, por exemplo. No ano passado, a Bolsa teve valorização de 97%. Mas, neste ano, a alta da Bolsa é de modesto 1,62% -a poupança tem rentabilidade de 5,29% em 2004.

Para Ike Rahmani, diretor da Tática Asset Management, o pequeno investidor ainda se assusta um pouco com o sobe-e-desce da Bolsa e tende a sacar seus recursos quando o mercado acionário começa a cair. "Mas o investidor brasileiro começa a mudar sua mentalidade e a pensar em investimentos a médio e longo prazos, o que é importante para a Bolsa de Valores", avalia.

Estima-se que apenas 5% dos brasileiros participem do mercado acionário. Nos EUA, cerca da metade da população aplica de alguma forma em ações.

Clubes

Uma modalidade que tem crescido é a de clubes de investimento em ações. Desde que a Bovespa iniciou seu programa de popularização do mercado, há cerca de dois anos, o número de clubes praticamente dobrou, chegando aos 875 de agora.

Nesses clubes, as pessoas juntam seus recursos e montam uma carteira com diferentes ações.

Desde 2002, a direção da Bovespa tem conduzido um programa para tentar popularizar o mercado de capitais. Dentro desse programa, a Bolsa já visitou fábricas, clubes e escolas e até mesmo montou estande de informações na praia. Agora, a Bovespa passou a abrir as portas nos finais de semana para que mais pessoas possam conhecer o pregão.

A retomada do mercado de capitais também tem contado com o impulso de medidas de incentivo do governo, como no campo tributário. Neste mês, o governo anunciou a diminuição da alíquota do Imposto de Renda que incide sobre investimentos em ações. A partir de 2005, a alíquota do IR cai de 20% para 15%.

Em 2002, já havia sido aprovada a isenção do pagamento da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) sobre as operações nas Bolsas de Valores.

Em 2000, o governo permitiu que os trabalhadores investissem parte do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em ações da Petrobras. Em 2002, o mesmo ocorreu com os papéis da Companhia Vale do Rio Doce.

Analistas dizem esperar que esse tipo de operação, considerada bem-sucedida pelo mercado, volte a ser permitida pelo governo.

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