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14/10/2004 - 12h14

Preço da gasolina continua defasado; mercado fica em dúvida sobre nova alta

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O aumento dos combustíveis anunciado hoje pela Petrobras não foi bem recebido entre especialistas e analistas do mercado. Esse foi o primeiro aumento da empresa desde junho, quando a Petrobras reajustou a gasolina em 10,8% e o diesel em 10,6%. Hoje, a empresa anunciou que a partir de amanhã os preços da gasolina e do diesel deverão ser reajustados nas refinarias em 2,4% e 4,8%, respectivamente.

A empresa estima que o aumento ao consumidor fique em 1,6% na gasolina e 3,8% no diesel.

Para Adriano Pires, analista da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), a empresa deveria ter dado um reajuste de ao menos 10% na gasolina e 12% no diesel. 'Não seria suficiente para corrigir toda a defasagem que a companhia acumula este ano, mas já significaria alguma coisa', disse.

De acordo com os cálculos do economista, até ontem, a gasolina estava 21% e o diesel 31% mais barato em relação aos preços praticados no mercado internacional.

Com o aumento, a diferença passará a ser de 18% de defasagem na gasolina e de 26% no diesel. Segundo Pires, a decisão de hoje da Petrobras é equivocada já que a empresa deverá arcar com o ônus do aumento e não deverá receber bônus nenhum.

Pires estima que a Petrobras tenha perdido até ontem mais de R$ 1 bilhão com o aumento de cerca de 60% no preço do barril de petróleo desde o início do ano. O aumento serviu apenas para corrigir uma pequena parcela da perda diária. Para o economista, a empresa deixa de perder R$ 30 milhões por dia para perder R$ 23 milhões por dia.

'Não consigo explicar este reajuste, creio que foi incompetência. A empresa vai ser obrigada a dar outro aumento depois das eleições porque a tendência do petróleo é subir ainda mais no fim do ano', afirma Pires.

Para o analista do CSFB, Emerson Leite, um novo reajuste dependerá do compromisso da empresa com a paridade real de preços. 'Não sei se a Petrobras fará um novo aumento, o discurso da empresa sobre a política de preços tem sido pouco claro', afirma.

Segundo Leite, existe uma diferença de cerca de 20% entre o aumento adotado pela Petrobras e os reajustes feitos no mercado americano. O analista destaca, no entanto, que o percentual serve apenas como referência já que o mercado brasileiro tem condições específicas.

O ajuste nos preços das ações deverá ser de curto prazo, segundo Leite. 'Se o aumento fica abaixo do que o mercado imagina ser o correto, certamente há uma expectativa que não está sendo atendida e com isso ocorre um ajuste no preço das ações', diz.

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