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17/11/2004
-
20h18
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) aumentou hoje pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juros da economia, a Selic, que passa de 16,75% ao ano para 17,25% ao ano. Não foi adotado viés. Ou seja, a taxa não pode ser alterada antes da reunião de dezembro.
A decisão de hoje foi unânime, já era esperada pelo mercado e reflete a piora das expectativas em relação aos preços.
"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juro básica, iniciada na reunião de setembro, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 17,25% ao ano, sem viés", diz a nota do Banco Central.
O indicador da inflação oficial do governo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), passou de 0,33% em setembro para 0,44% em outubro.
No ano a inflação acumulada é de 5,95%, acima da meta de 5,5% para 2004. Para o ano que vem, a meta é de 4,5%. Em ambos os casos, há uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Desde setembro, quando aumentou a Selic de 16% para 16,25% ao ano, o BC tem mostrado que está firme em sua posição de ser menos tolerante a choques que possam ameaçar a estabilidade de preços. No mês passado, o aumento foi de 0,5 ponto, para 16,75%.
O BC eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, evita que a inflação saia do controle.
A acomodação da atividade industrial e o recuo dos preços do petróleo no mercado internacional não foram suficientes para brecar o aperto monetário por parte do BC.
Em setembro, a produção industrial ficou estável em relação ao mês anterior após seis meses de crescimento, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A autoridade monetária teme que as empresas se aproveitem do crescimento econômico para repassar aos consumidores o aumento de custos, recompondo a margem de lucro.
A cautela do governo revela o temor da falta de investimentos --se eles não forem feitos no nível necessário, é possível uma crise de demanda, o que pressionaria ainda mais os preços. No entanto, economistas contrários ao aperto fiscal e o setor industrial defendem que não há demanda suficiente para pressionar os preços. Eles defendem que esse aumento é causado pelo choque de custos --elevação do preço de matérias-primas.
No mercado internacional, o petróleo é negociado abaixo dos US$ 46. Um recuo de quase US$ 10 em relação aos recordes atingidos no mês passado: US$ 55,67 durante as negociações no dia 25 e US$ 55,17 nos fechamentos dos dias 22 e 26.
Apesar do recuo, o BC trabalhava com o barril cotado a US$ 35 neste ano. A Petrobras chegou a fazer um reajuste de 2,4% no preço da gasolina nas refinarias em setembro, e de 4,8% para o diesel. Esse aumento, no entanto, não foi suficiente para alinhar os preços do mercado interno com os praticados no exterior, e os analistas esperam um novo reajuste.
Na ata da reunião do mês passado, o Copom revelou que a 'protelação' do reajuste da gasolina, responsabilidade da Petrobras, era um fator de pressão inflacionária.
A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 25, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.
Dezembro
Os analistas consultados pelo BC esperam que a Selic termine o ano em 17,5%, segundo o relatório Focus divulgado na última segunda-feira. Para que isso aconteça, é necessário um aumento de 0,25 ponto percentual na última reunião do ano.
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Copom eleva taxa básica de juro para 17,25% ao ano
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da Folha Online, em Brasília
O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) aumentou hoje pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juros da economia, a Selic, que passa de 16,75% ao ano para 17,25% ao ano. Não foi adotado viés. Ou seja, a taxa não pode ser alterada antes da reunião de dezembro.
A decisão de hoje foi unânime, já era esperada pelo mercado e reflete a piora das expectativas em relação aos preços.
"Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juro básica, iniciada na reunião de setembro, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 17,25% ao ano, sem viés", diz a nota do Banco Central.
O indicador da inflação oficial do governo, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), passou de 0,33% em setembro para 0,44% em outubro.
No ano a inflação acumulada é de 5,95%, acima da meta de 5,5% para 2004. Para o ano que vem, a meta é de 4,5%. Em ambos os casos, há uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo.
Desde setembro, quando aumentou a Selic de 16% para 16,25% ao ano, o BC tem mostrado que está firme em sua posição de ser menos tolerante a choques que possam ameaçar a estabilidade de preços. No mês passado, o aumento foi de 0,5 ponto, para 16,75%.
O BC eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, evita que a inflação saia do controle.
A acomodação da atividade industrial e o recuo dos preços do petróleo no mercado internacional não foram suficientes para brecar o aperto monetário por parte do BC.
Em setembro, a produção industrial ficou estável em relação ao mês anterior após seis meses de crescimento, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A autoridade monetária teme que as empresas se aproveitem do crescimento econômico para repassar aos consumidores o aumento de custos, recompondo a margem de lucro.
A cautela do governo revela o temor da falta de investimentos --se eles não forem feitos no nível necessário, é possível uma crise de demanda, o que pressionaria ainda mais os preços. No entanto, economistas contrários ao aperto fiscal e o setor industrial defendem que não há demanda suficiente para pressionar os preços. Eles defendem que esse aumento é causado pelo choque de custos --elevação do preço de matérias-primas.
No mercado internacional, o petróleo é negociado abaixo dos US$ 46. Um recuo de quase US$ 10 em relação aos recordes atingidos no mês passado: US$ 55,67 durante as negociações no dia 25 e US$ 55,17 nos fechamentos dos dias 22 e 26.
Apesar do recuo, o BC trabalhava com o barril cotado a US$ 35 neste ano. A Petrobras chegou a fazer um reajuste de 2,4% no preço da gasolina nas refinarias em setembro, e de 4,8% para o diesel. Esse aumento, no entanto, não foi suficiente para alinhar os preços do mercado interno com os praticados no exterior, e os analistas esperam um novo reajuste.
Na ata da reunião do mês passado, o Copom revelou que a 'protelação' do reajuste da gasolina, responsabilidade da Petrobras, era um fator de pressão inflacionária.
A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 25, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.
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