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18/11/2004
-
09h34
ELIANE CANTANHÊDE
Enviada especial da Folha de S.Paulo a Quito
O vice-presidente José Alencar, agora também ministro da Defesa, voltou a criticar a política de juros altos e fez rasgados elogios ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa. Segundo Alencar, ele é "formidável", "patriótico" e "profundamente probo".
Em entrevista à Folha, publicada na sexta-feira passada, Lessa classificou de "pesadelo" a gestão de Henrique Meirelles no Banco Central. Apesar da irritação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ter crescido fortemente a possibilidade de troca de Lessa no BNDES, Alencar tomou partido a seu favor.
"O Lessa é formidável. Ele é patriótico, pensa no Brasil e é profundamente probo. Aliás, ele e toda a equipe do BNDES, que vem fazendo um belo trabalho. Eles só decidem com base em projeto, pensando no que é melhor para o país", disse Alencar em conversa informal com dois jornalistas, na noite de terça-feira. Ele está em Quito (Equador) para a 6ª Conferência dos Ministros da Defesa das Américas.
"Equivocado"
Ao falar sobre a reunião de ontem do Copom (Comitê de Política Monetária do BC, que decide a taxa de juros), antes da decisão (aumento de 0,50 ponto percentual), Alencar disse: "É uma decisão eminentemente técnica, jamais interferi. Só acho que o regime de juros no Brasil é equivocado. Não há como alcançar o objetivo social sem uma economia próspera".
Na sua opinião, o principal equívoco da política de juros altos é que retira recursos de investimentos em infra-estrutura, educação e saúde para pagar a dívida. "Há mais de uma década não se investe em estradas, nem mesmo para tapar buracos", disse.
Ele defendeu que o custo de capital precisa ser compatível com o dos demais países, lembrou que o BC decide os juros de olho em metas de inflação e comparou com o Fed (o banco central americano): "Além do controle da inflação, eles cuidam do objetivo de crescimento e de gerar o máximo de empregos. Gostaríamos que nós também incluíssemos esses objetivos".
Apesar de falar tanto, e com tanta ênfase, Alencar ressalvou: "Além de vice-presidente, eu agora também sou ministro da Defesa, sou subordinado diretamente ao presidente da República e não queria falar mais de juros. Até porque ninguém falou mais nisso do que eu. Todo mundo sabe qual é a minha opinião e sabe que não vai mudar".
Ao relatar o encontro que tivera no início da noite de terça-feira com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, Alencar disse que os dois falaram bastante sobre a situação crítica do Haiti, onde o país lidera as tropas de paz da ONU (Organização das Nações Unidas) e vive cobrando a promessa da comunidade internacional de enviar US$ 1 bilhão para o país.
Essa promessa foi feita sob o patrocínio americano, incluindo governos e grandes empresas privadas e financeiras, mas tem meses e nunca foi cumprida.
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O vice-presidente José Alencar, agora também ministro da Defesa, voltou a criticar a política de juros altos e fez rasgados elogios ao presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa. Segundo Alencar, ele é "formidável", "patriótico" e "profundamente probo".
Em entrevista à Folha, publicada na sexta-feira passada, Lessa classificou de "pesadelo" a gestão de Henrique Meirelles no Banco Central. Apesar da irritação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ter crescido fortemente a possibilidade de troca de Lessa no BNDES, Alencar tomou partido a seu favor.
"O Lessa é formidável. Ele é patriótico, pensa no Brasil e é profundamente probo. Aliás, ele e toda a equipe do BNDES, que vem fazendo um belo trabalho. Eles só decidem com base em projeto, pensando no que é melhor para o país", disse Alencar em conversa informal com dois jornalistas, na noite de terça-feira. Ele está em Quito (Equador) para a 6ª Conferência dos Ministros da Defesa das Américas.
"Equivocado"
Ao falar sobre a reunião de ontem do Copom (Comitê de Política Monetária do BC, que decide a taxa de juros), antes da decisão (aumento de 0,50 ponto percentual), Alencar disse: "É uma decisão eminentemente técnica, jamais interferi. Só acho que o regime de juros no Brasil é equivocado. Não há como alcançar o objetivo social sem uma economia próspera".
Na sua opinião, o principal equívoco da política de juros altos é que retira recursos de investimentos em infra-estrutura, educação e saúde para pagar a dívida. "Há mais de uma década não se investe em estradas, nem mesmo para tapar buracos", disse.
Ele defendeu que o custo de capital precisa ser compatível com o dos demais países, lembrou que o BC decide os juros de olho em metas de inflação e comparou com o Fed (o banco central americano): "Além do controle da inflação, eles cuidam do objetivo de crescimento e de gerar o máximo de empregos. Gostaríamos que nós também incluíssemos esses objetivos".
Apesar de falar tanto, e com tanta ênfase, Alencar ressalvou: "Além de vice-presidente, eu agora também sou ministro da Defesa, sou subordinado diretamente ao presidente da República e não queria falar mais de juros. Até porque ninguém falou mais nisso do que eu. Todo mundo sabe qual é a minha opinião e sabe que não vai mudar".
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