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30/12/2004
-
17h06
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
O real se valorizou frente ao dólar pelo segundo ano consecutivo, mas em ritmo menor. A moeda norte-americana acumulou uma queda anual da ordem de 8,5%, ante os 18% em 2003.
Nesta quinta-feira (30), a divisa recuou 0,48% e terminou cotada a R$ 2,654 na venda e a R$ 2,652 na compra, em mais um dia marcado por poucos negócios devido à proximidade do feriado do Ano Novo. Esse é o menor valor do dólar desde 10 de junho de 2002 (R$ 2,636). Amanhã (31), haverá poucas transações entre alguns bancos apenas em algumas horas do período da manhã.
O Banco Central não realizou nesta quinta-feira leilão de compra de divisas por causa da regra que impede intervenção no câmbio em dias de formação da Ptax (média do dólar oficial). Essa taxa será usada para corrigir uma dívida de US$ 1,39 bilhão que vence na próxima segunda-feira e será integralmente resgatada pelo BC.
A tendência de queda do dólar neste ano só se definiu a partir de setembro. Em agosto, a moeda ainda superava R$ 3. A maior cotação do ano foi de R$ 3,214, no dia 20 de maio, refletindo preocupações do mercado com a crise política do governo Lula, após o escândalo do caso Waldomiro Diniz, e a expectativa de alta dos juros nos EUA.
O tombo das cotações surpreendeu os analistas mais otimistas. A maioria apostava que a moeda fecharia o ano acima de R$ 3. Mas graças à melhora dos indicadores da economia, o governo Lula conseguiu colocar em segundo plano a repercussão dos estragos em sua base política no Congresso, tranqüilizando os investidores.
O recorde das exportações, o crescimento da economia brasileira acima do esperado e a tendência de desvalorização do dólar frente ao euro derrubaram a moeda americana no Brasil.
Também favoreceu uma maior entrada de dólares no país a retomada da alta dos juros pelo Banco Central neste semestre. Com os títulos públicos oferecendo retorno maior, os investidores estrangeiros são atraídos para aplicar seus recursos nos papéis do Tesouro brasileiro.
Estimulada pela retomada do consumo interno, a economia cresceu neste ano, após ter vivido um ambiente de estagnação em 2003. Já o comércio exterior se beneficiou da valorização dos preços de produtos como soja, aço, minério de ferro e carnes. Os embarques foram principalmente para a China e EUA, locomotivas da economia global.
Exportadores defendem o dólar próximo de R$ 3 e cobram uma ação mais agressiva do BC no câmbio a fim de impedir que uma valorização maior do real prejudique as exportações. Mas o discurso oficial é de que o objetivo das compras é reforçar as reservas em moeda estrangeira do país, e não influenciar o rumo das cotações.
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Real se valoriza pelo 2º ano e dólar fecha em queda de 8,5%
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da Folha Online
O real se valorizou frente ao dólar pelo segundo ano consecutivo, mas em ritmo menor. A moeda norte-americana acumulou uma queda anual da ordem de 8,5%, ante os 18% em 2003.
Nesta quinta-feira (30), a divisa recuou 0,48% e terminou cotada a R$ 2,654 na venda e a R$ 2,652 na compra, em mais um dia marcado por poucos negócios devido à proximidade do feriado do Ano Novo. Esse é o menor valor do dólar desde 10 de junho de 2002 (R$ 2,636). Amanhã (31), haverá poucas transações entre alguns bancos apenas em algumas horas do período da manhã.
O Banco Central não realizou nesta quinta-feira leilão de compra de divisas por causa da regra que impede intervenção no câmbio em dias de formação da Ptax (média do dólar oficial). Essa taxa será usada para corrigir uma dívida de US$ 1,39 bilhão que vence na próxima segunda-feira e será integralmente resgatada pelo BC.
A tendência de queda do dólar neste ano só se definiu a partir de setembro. Em agosto, a moeda ainda superava R$ 3. A maior cotação do ano foi de R$ 3,214, no dia 20 de maio, refletindo preocupações do mercado com a crise política do governo Lula, após o escândalo do caso Waldomiro Diniz, e a expectativa de alta dos juros nos EUA.
O tombo das cotações surpreendeu os analistas mais otimistas. A maioria apostava que a moeda fecharia o ano acima de R$ 3. Mas graças à melhora dos indicadores da economia, o governo Lula conseguiu colocar em segundo plano a repercussão dos estragos em sua base política no Congresso, tranqüilizando os investidores.
O recorde das exportações, o crescimento da economia brasileira acima do esperado e a tendência de desvalorização do dólar frente ao euro derrubaram a moeda americana no Brasil.
Também favoreceu uma maior entrada de dólares no país a retomada da alta dos juros pelo Banco Central neste semestre. Com os títulos públicos oferecendo retorno maior, os investidores estrangeiros são atraídos para aplicar seus recursos nos papéis do Tesouro brasileiro.
Estimulada pela retomada do consumo interno, a economia cresceu neste ano, após ter vivido um ambiente de estagnação em 2003. Já o comércio exterior se beneficiou da valorização dos preços de produtos como soja, aço, minério de ferro e carnes. Os embarques foram principalmente para a China e EUA, locomotivas da economia global.
Exportadores defendem o dólar próximo de R$ 3 e cobram uma ação mais agressiva do BC no câmbio a fim de impedir que uma valorização maior do real prejudique as exportações. Mas o discurso oficial é de que o objetivo das compras é reforçar as reservas em moeda estrangeira do país, e não influenciar o rumo das cotações.
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