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30/12/2004 - 18h49

Bovespa valoriza em 2004, mas tem a menor alta na América Latina

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SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A Bovespa acumulou ganhos pelo segundo ano consecutivo. Mas a alta foi mais modesta (17,81%) na comparação com 2003, quando disparou 97%. No ranking das principais Bolsas da América Latina, o Brasil ficou na lanterninha, com o desempenho mais tímido da região. A Bolsa da Colômbia liderou com valorização de 86%, segundo a consultoria Economática.

No último pregão do ano, o Ibovespa (53 ações mais negociadas) oscilou pouco e terminou em leve alta de 0,13%, atingindo 26.196 pontos, o maior patamar de sua história. No próximo domingo (2), o principal índice da Bolsa paulista completa 37 anos de criação. Em dezembro, o Ibovespa quebrou seu recorde nove vezes e acumulou uma valorização mensal de 4%. Em 2004, a Bolsa foi a melhor aplicação financeira, enquanto o dólar, que caiu 8,5%, foi a pior.

Até outubro, ainda havia entre alguns operadores dúvidas se a Bolsa conseguiria fechar o ano no azul. Na maior parte do ano, o mercado viveu em clima de cautela devido a incertezas sobre a alta dos juros nos EUA, a crise política com o caso Waldomiro Diniz, as tensões geopolíticas (guerra no Iraque e terrorismo), a eleição presidencial americana e a disparada do petróleo. Maio foi o mês mais crítico, quando o Ibovespa desabou para 17.604 pontos com perda anual de 21%.

Mas, a partir de novembro, a Bolsa "acordou" para a melhora dos cenários externo e interno. A reeleição de Bush ocorreu sem traumas, o petróleo se afastou da cotação recorde, e a economia brasileiro deu sinais de crescimento acima do esperado, apesar da retomada da alta dos juros pelo Banco Central para controlar a inflação.

Também em 2004 a Bolsa reviveu a temporada de ofertas públicas para a abertura de capital, quebrando um jejum de mais de dois anos. O lançamento bem-sucedido de ações da Natura em maio foi seguido por empresas como a companhia aérea Gol, a CPFL Energia e a indústria de calçados Grendene, entre outras.

Essas operações, aliadas ao forte ganho das ações em 2003, seduziram os pequenos investidores. A Bovespa fecha o ano com quase 150 mil pessoas físicas. As 105 corretoras da Bolsa recuperaram seu faturamento. Os lucros de boa parte das 358 empresas com ações listadas no pregão também permitiram pagamento de dividendos aos investidores.

"As pessoas físicas dobraram de participação no volume total de negócios, passando de 15% em 2001 para 30%", disse o consultor de auditoria da Bovespa, Odilson Lírio Moré.

O governo também incentivou o mercado de capitais. A partir da próxima segunda-feira (3), a alíquota do IR (Imposto de Renda) cobrada sobre os lucros com ações vai cair de 20% para 15%, embora a Bolsa defendesse um percentual de 10%, como era em 2001, antes de ser elevado pelo governo FHC (1995-2002).

"A mudança é positiva para o investidor e vai estimular o investimento em ações", disse o presidente da Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias), Paulino Botelho de Abreu Sampaio.

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