14/01/2005 - 12h18

Inflação atingiu menos as famílias de baixa renda em 2004

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O índice oficial de inflação, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encerrou o ano com alta de 7,60%. Já o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que se refere às famílias com rendimento de um a oito salários mínimos, fechou 2004 com alta de 6,13%.

Segundo a gerente da Coordenação de Índices de Preços do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Eulina Nunes dos Santos, os principais fatores de pressão sobre a inflação neste ano pesaram mais entre as famílias de renda mais alta. Isso porque tiveram reajustes representantivos itens como automóveis e eletrodomésticos.

O IBGE destaca o aumento do preço do petróleo no mercado internacional, que teve como conseqüência no país três aumentos da gasolina nas refinarias, a alta dos preços da cana-de-açúcar, de ferro, aço e derivados, derivados do petróleo, como resinas plásticas e tarifas de energia e telefone fixo como os fatores que influenciaram o comportamento da inflação este ano. Produtos como automóveis e eletrodomésticos têm um peso menor no orçamento das famílias de mais baixa renda.

Em contrapartida, com a valorização do real e a boa safra agrícola, os preços dos alimentos contribuíram para segurar o índice. Os produtos alimentícios subiram 2,92% em 2004, contra 7,17% em 2003. Alimentos e transportes têm peso maior na cesta de produtos destas famílias. Com a decisão de algumas regiões do país de não aumentar a tarifa do transporte urbano, como São Paulo, Distrito Federal, Goiânia e Salvador, os mais pobres foram beneficiados.

Entre as nove regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, além de Goiânia e Brasília, as maiores taxas de inflação pelo INPC foram registradas em Curitiba (8,64%) e em Belo Horizonte (8,50%). São Paulo e Rio de Janeiro acumularam alta de 5,61%.

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