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19/01/2005 - 18h55

Copom inicia ano com aperto monetário e juros sobem para 18,25%

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ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília

O Copom (Comitê de Política Monetária do BC) decidiu hoje elevar pela quinta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia, a Selic, que passa de 17,75% para 18,25% ao ano, a maior taxa do mundo segundo o ranking da elaborado pela consultoria GRC Visão.

O Banco Central ainda não viu sinais suficientes de que os preços ficarão sob controle para que se cumpra a meta de inflação de 2005 e resolveu manter a política de aperto monetário. Não foi adotado viés. Ou seja, a taxa não será alterada antes da reunião de fevereiro.



A decisão de hoje, embora já esperada pelo mercado, deve aumentar as queixas entre integrantes do primeiro escalão do governo Lula.

Na semana passada, o ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) disse que o aumento dos juros não era suficiente para conter a inflação causada pelos preços administrados, como tarifas de luz e energia.

A autoridade monetária eleva o juro para deixar o crédito mais caro e conter o consumo. Assim, assegura a estabilidade e evita que a inflação saia do controle.

Para este ano, a meta de inflação oficial do governo é de 4,5% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro que irá perseguir uma inflação de 5,1%. Ainda assim, as expectativas do mercado apontam para um IPCA de 5,7% para 2005.

No ano passado, a inflação foi de 7,6%, pouco abaixo da banda superior da meta, que era de 5,5%, também com o intervalo de 2,5 pontos.

O rigor do BC deve continuar enquanto as expectativas não se converterem para o objetivo.

A autoridade monetária teme que a recuperação econômica cause reajuste nos preços por parte da indústria.

O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 5,3% entre janeiro e setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2003.

A cautela do governo vem do temor da falta de investimentos --se eles não forem feitos no nível necessário, é possível uma crise de demanda, o que pressionaria ainda mais os preços. No entanto, os indicadores do iBGE mostram que os investimentos estão em crescimento.

Trégua

A partir de fevereiro, no entanto, é esperado que o BC dê uma trégua no movimento de aumento das taxas de juros. Ao menos essa é a previsão dos analistas financeiros consultados semanalmente pelo BC.

Um dos fatores de preocupação da autoridade monetária brasileira é a elevação da taxa de juros nos EUA, que está em 2,25% ao ano.

Com rendimento maior, os títulos do governo norte-americano --considerados as aplicações financeiras mais seguras do mundo, com risco próximo de zero-- atraem investimentos que, em tese, se sujeitariam a riscos maiores, como ações, dívidas públicas e privadas e o câmbio de moedas. Com isso, sobra menos dinheiro para investimentos em títulos de mercados emergentes, como o Brasil, considerado de risco alto.

No entanto, hoje, foi divulgado que a inflação ao consumidor nos EUA caiu 0,1% em dezembro. Com os preços sob controle, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) não será forçado a elevar os juros de forma agressiva, o que é positivo para o Brasil.

A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 26, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.

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