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03/02/2005
-
13h26
IVONE PORTES
da Folha Online
A menor pressão das mensalidades escolares e dos pacotes de viagens aliviou a taxa de inflação do município de São Paulo em janeiro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP) registrou variação de 0,56% no mês, menor do que em dezembro último (+0,67%) e em janeiro do ano passado (+0,65%).
A taxa ficou abaixo das previsões da própria Fipe, que projetava 0,66% para o período. Economistas ouvidos pela Folha Online chegaram a prever variação de 0,70% a 0,78% para o mês.
"O resultado de janeiro surpreendeu todo mundo", disse o coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Paulo Picchetti.
Dois fatores contribuíram com a desaceleração da inflação no mês. Um deles foi o reajuste abaixo do esperado nas mensalidades escolares, que ficou, na média, em 6,16%, contra estimativa inicial de 10%.
"Nós últimos anos os aumentos das mensalidades tinham superado a variação do IPC. Neste ano, houve apenas uma reposição da inflação", explicou o economista.
Para se ter uma idéia, dados da Fipe mostram que de janeiro de 2000 até o mesmo mês de 2005 a inflação de São Paulo subiu 42,48%, enquanto que o ensino escolar aumentou 58,98%.
Outro fator que pesou na redução da inflação no final do mês foi o reajuste menor no valor dos pacotes de viagens e das excursões. A Fipe esperava uma alta de 8% neste item, devido ao período das férias, que elevam a demanda por viagens. Entretanto, a variação foi de apenas 0,81%.
Segundo Picchetti, este movimento mostra que houve uma menor demanda por viagens e excursões. Um dos motivos, segundo ele, pode ser a queda da renda real do brasileiro.
"O consumidor não tem renda para aceitar os altos preços dos pacotes de viagens", afirmou.
A queda do dólar em relação ao real também ajudou no recuo da inflação. Os produtos comercializáveis, que sofrem influência do dólar, apontaram alta de 0,18% em janeiro, contra 0,71% em dezembro.
Destaques
Apesar do reajuste menor nos preços das escolas e universidades, o ensino privado foi o item que mais pressionou a inflação do mês.
Dados mostram reajuste médio de 6,44% no ensino superior, de 6,76% no fundamental e de 7,37% no médio. O grupo Educação saltou de alta de 0,10% em dezembro para 5,44% em janeiro. Mas esse é um movimento sazonal, que acontece todos os anos nesta época.
Segundo Picchetti, algumas escolas não promoveram reajustes nas mensalidades, principalmente aquelas localizadas na zona norte da cidade --onde os moradores geralmente têm renda menor. Já o maior aumento foi de 14%, verificado nas escolas da zona oeste da cidade, devido ao maior poder aquisitivo da população da região.
O segundo maior impacto na taxa veio de Transportes, por conta dos reajustes das passagens. O metrô subiu 6,79% e o ônibus intermunicipal, 0,80%. A variação em Transportes, de 1,03%, só não foi maior em razão das quedas registradas nos preços da gasolina (-0,41%) e do álcool combustível (-1,75%).
O item alimentação ficou comportado, em 0,06%, apesar de aumentos expressivos em alguns produtos "in natura", como chuchu (+22,44%), beterraba (+21,85%) e batata (+8,68%).
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A menor pressão das mensalidades escolares e dos pacotes de viagens aliviou a taxa de inflação do município de São Paulo em janeiro. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, da USP) registrou variação de 0,56% no mês, menor do que em dezembro último (+0,67%) e em janeiro do ano passado (+0,65%).
A taxa ficou abaixo das previsões da própria Fipe, que projetava 0,66% para o período. Economistas ouvidos pela Folha Online chegaram a prever variação de 0,70% a 0,78% para o mês.
"O resultado de janeiro surpreendeu todo mundo", disse o coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Paulo Picchetti.
Dois fatores contribuíram com a desaceleração da inflação no mês. Um deles foi o reajuste abaixo do esperado nas mensalidades escolares, que ficou, na média, em 6,16%, contra estimativa inicial de 10%.
"Nós últimos anos os aumentos das mensalidades tinham superado a variação do IPC. Neste ano, houve apenas uma reposição da inflação", explicou o economista.
Para se ter uma idéia, dados da Fipe mostram que de janeiro de 2000 até o mesmo mês de 2005 a inflação de São Paulo subiu 42,48%, enquanto que o ensino escolar aumentou 58,98%.
Outro fator que pesou na redução da inflação no final do mês foi o reajuste menor no valor dos pacotes de viagens e das excursões. A Fipe esperava uma alta de 8% neste item, devido ao período das férias, que elevam a demanda por viagens. Entretanto, a variação foi de apenas 0,81%.
Segundo Picchetti, este movimento mostra que houve uma menor demanda por viagens e excursões. Um dos motivos, segundo ele, pode ser a queda da renda real do brasileiro.
"O consumidor não tem renda para aceitar os altos preços dos pacotes de viagens", afirmou.
A queda do dólar em relação ao real também ajudou no recuo da inflação. Os produtos comercializáveis, que sofrem influência do dólar, apontaram alta de 0,18% em janeiro, contra 0,71% em dezembro.
Destaques
Apesar do reajuste menor nos preços das escolas e universidades, o ensino privado foi o item que mais pressionou a inflação do mês.
Dados mostram reajuste médio de 6,44% no ensino superior, de 6,76% no fundamental e de 7,37% no médio. O grupo Educação saltou de alta de 0,10% em dezembro para 5,44% em janeiro. Mas esse é um movimento sazonal, que acontece todos os anos nesta época.
Segundo Picchetti, algumas escolas não promoveram reajustes nas mensalidades, principalmente aquelas localizadas na zona norte da cidade --onde os moradores geralmente têm renda menor. Já o maior aumento foi de 14%, verificado nas escolas da zona oeste da cidade, devido ao maior poder aquisitivo da população da região.
O segundo maior impacto na taxa veio de Transportes, por conta dos reajustes das passagens. O metrô subiu 6,79% e o ônibus intermunicipal, 0,80%. A variação em Transportes, de 1,03%, só não foi maior em razão das quedas registradas nos preços da gasolina (-0,41%) e do álcool combustível (-1,75%).
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