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16/03/2005
-
19h20
ANA PAULA RIBEIRO
da Folha Online, em Brasília
Com uma inflação acumulada em 12 meses bem acima do objetivo para o ano e as expectativas por parte do mercado em alta, o Banco Central decidiu manter o aperto na política monetária. Como esperado pela maioria dos analistas, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevou em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, para 19,25% ao ano.
É a sétima elevação consecutiva --a maior seqüência de altas na história das reuniões do comitê-- e a taxa mais alta desde a reunião de setembro de 2003, quando os juros foram fixados em 20%.
A decisão do Copom foi unânime. "Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica, iniciada na reunião de setembro de 2004, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 19,25% ao ano, sem viés", informa o comitê em nota.
Quando os juros sobem, o crédito para pessoas e empresas fica mais caro, com isso, a tendência é que o consumo caia. Com consumo menor, a autoridade monetária consegue assegurar a estabilidade da moeda.
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado de 12 meses até fevereiro está em 7,39%. Bem acima do objetivo do BC para o ano, que é uma inflação de 5,1%.
O IPCA é o indicador usado pelo governo para as metas de inflação, que neste ano é de 4,5%, com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação no período de 12 meses está acima inclusive do teto das metas de inflação, que é de 7%. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro do ano passado que irá perseguir uma inflação de 5,1%.
Já o mercado --de acordo com a pesquisa Focus divulgada semanalmente pelo BC-- prevê que o ano irá encerrar com uma inflação de 5,77%. Essa expectativa já foi um pouco menor, mas voltou a subir nas últimas duas semanas.
Última elevação?
Na ata da última reunião, o BC indicou que neste mês poderia promover a última etapa do processo de elevações da taxa Selic. No entanto, isso depende da convergência das expectativas para a meta.
O fim do processo de alta dos juros, quando acontecer, deve agradar parcialmente a empresários, sindicalistas e a classe política em geral, que vêm pressionando fortemente o BC nos últimos meses. Enquanto isso, o BC irá receber uma série de críticas por decidir pela sétima vez elevar a Selic.
Um dos riscos dessa política mais dura do BC é provocar uma desaceleração do crescimento da economia. No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento de 5,2%, o maior desde 1994. A expansão da indústria foi de 8,3% --o melhor desempenho em 18 anos.
A autoridade monetária teme que a recuperação econômica cause reajustes nos preços por parte da indústria. Essa pressão pode ser maior se a indústria não for capaz de atender toda a demanda.
Para a decisão de hoje, o BC analisou, além da incerteza sobre as expectativas de inflação, o cenário externo.
As cotações do petróleo no mercado internacional voltaram a subir, e hoje pela manhã ultrapassaram US$ 56, recorde histórico.
A justificativa para a reunião de hoje será conhecida no dia 24, quando será divulgada a ata da reunião de hoje.
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da Folha Online, em Brasília
Com uma inflação acumulada em 12 meses bem acima do objetivo para o ano e as expectativas por parte do mercado em alta, o Banco Central decidiu manter o aperto na política monetária. Como esperado pela maioria dos analistas, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevou em 0,50 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, para 19,25% ao ano.
É a sétima elevação consecutiva --a maior seqüência de altas na história das reuniões do comitê-- e a taxa mais alta desde a reunião de setembro de 2003, quando os juros foram fixados em 20%.
A decisão do Copom foi unânime. "Dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa de juros básica, iniciada na reunião de setembro de 2004, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 19,25% ao ano, sem viés", informa o comitê em nota.
Quando os juros sobem, o crédito para pessoas e empresas fica mais caro, com isso, a tendência é que o consumo caia. Com consumo menor, a autoridade monetária consegue assegurar a estabilidade da moeda.
A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado de 12 meses até fevereiro está em 7,39%. Bem acima do objetivo do BC para o ano, que é uma inflação de 5,1%.
O IPCA é o indicador usado pelo governo para as metas de inflação, que neste ano é de 4,5%, com uma margem de tolerância de 2,5 pontos percentuais para cima ou para baixo. Isso significa que a inflação no período de 12 meses está acima inclusive do teto das metas de inflação, que é de 7%. Embora a meta seja de 4,5%, o BC anunciou em setembro do ano passado que irá perseguir uma inflação de 5,1%.
Já o mercado --de acordo com a pesquisa Focus divulgada semanalmente pelo BC-- prevê que o ano irá encerrar com uma inflação de 5,77%. Essa expectativa já foi um pouco menor, mas voltou a subir nas últimas duas semanas.
Última elevação?
Na ata da última reunião, o BC indicou que neste mês poderia promover a última etapa do processo de elevações da taxa Selic. No entanto, isso depende da convergência das expectativas para a meta.
O fim do processo de alta dos juros, quando acontecer, deve agradar parcialmente a empresários, sindicalistas e a classe política em geral, que vêm pressionando fortemente o BC nos últimos meses. Enquanto isso, o BC irá receber uma série de críticas por decidir pela sétima vez elevar a Selic.
Um dos riscos dessa política mais dura do BC é provocar uma desaceleração do crescimento da economia. No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) teve um crescimento de 5,2%, o maior desde 1994. A expansão da indústria foi de 8,3% --o melhor desempenho em 18 anos.
A autoridade monetária teme que a recuperação econômica cause reajustes nos preços por parte da indústria. Essa pressão pode ser maior se a indústria não for capaz de atender toda a demanda.
Para a decisão de hoje, o BC analisou, além da incerteza sobre as expectativas de inflação, o cenário externo.
As cotações do petróleo no mercado internacional voltaram a subir, e hoje pela manhã ultrapassaram US$ 56, recorde histórico.
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