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26/04/2005
-
14h53
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, reforçou hoje a avaliação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o brasileiro é acomodado na hora de buscar taxas de juros mais baixas.
Segundo o ministro, a sociedade se mobiliza contra alguma coisa, quando há alguma ameaça, como foi o caso da MP 232 (que aumentava a tributação para os setores de serviços e agricultura), mas não se mobiliza a favor.
"Quando existem no Congresso 500 projetos essenciais para o crescimento e o desenvolvimento, a mobilização da sociedade é muito tênue. Nós praticamente não vemos essa mobilização. Então, realmente acho que as pessoas precisam se levantar e tomar atitudes", afirmou o ministro ao comentar as declarações feitas pelo presidente ontem.
No setor privado, no entanto, as declarações de Lula repercutiram mal. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, rebateu a crítica de que a sociedade seria acomodada.
Segundo Skaf, as empresas e as pessoas físicas no Brasil superaram os altos e baixos da economia nos últimos anos, que contou com picos inflacionários, pacotes e mudanças de regras justamente pelo talento, competência, esforço, sacrifício e trabalho.
"Obviamente, nós estamos numa democracia, todos têm direito de dar sua opinião. Minha opinião é que não existe no Brasil passividade", rebateu.
O presidente da Fiesp disse ainda que o país enfrenta hoje falta de crédito, juros altos, spreads bancários (ganho bruto dos bancos com empréstimos) altos, burocracia, alta carga tributária e gastos públicos crescentes. "Então não é fácil o dia-a-dia de quem trabalha", completou.
Ele defendeu ainda que a "autoridade produtiva tome espaço da autoridade monetária" no país para que se alcance o desenvolvimento sustentável.
O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau, afirmou que o dinheiro é caro hoje no país porque é a mercadoria mais escassa. "E é escasso pela pressão captadora do governo", disse ele sobre a concorrência dos títulos públicos enfrentada por empresas que desejam levantar recursos no mercado.
Já o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, considerou inadequada a tentativa de transferir o problema dos juros para a sociedade.
"Acho que o consumidor de uma maneira geral pode sempre ser mais bem informado. Mas no processo da taxa de juros, pretender transferir a questão ou reduzi-la a isso é, ao meu ver, uma expressão que não traduz uma compreensão mais ampla e adequada do problema", disse.
Furlan, Gerdau, Skaf e Monteiro participaram hoje do lançamento do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015, organizado pela CNI.
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da Folha Online, em Brasília
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, reforçou hoje a avaliação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o brasileiro é acomodado na hora de buscar taxas de juros mais baixas.
Segundo o ministro, a sociedade se mobiliza contra alguma coisa, quando há alguma ameaça, como foi o caso da MP 232 (que aumentava a tributação para os setores de serviços e agricultura), mas não se mobiliza a favor.
"Quando existem no Congresso 500 projetos essenciais para o crescimento e o desenvolvimento, a mobilização da sociedade é muito tênue. Nós praticamente não vemos essa mobilização. Então, realmente acho que as pessoas precisam se levantar e tomar atitudes", afirmou o ministro ao comentar as declarações feitas pelo presidente ontem.
No setor privado, no entanto, as declarações de Lula repercutiram mal. O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, rebateu a crítica de que a sociedade seria acomodada.
Segundo Skaf, as empresas e as pessoas físicas no Brasil superaram os altos e baixos da economia nos últimos anos, que contou com picos inflacionários, pacotes e mudanças de regras justamente pelo talento, competência, esforço, sacrifício e trabalho.
"Obviamente, nós estamos numa democracia, todos têm direito de dar sua opinião. Minha opinião é que não existe no Brasil passividade", rebateu.
O presidente da Fiesp disse ainda que o país enfrenta hoje falta de crédito, juros altos, spreads bancários (ganho bruto dos bancos com empréstimos) altos, burocracia, alta carga tributária e gastos públicos crescentes. "Então não é fácil o dia-a-dia de quem trabalha", completou.
Ele defendeu ainda que a "autoridade produtiva tome espaço da autoridade monetária" no país para que se alcance o desenvolvimento sustentável.
O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau, afirmou que o dinheiro é caro hoje no país porque é a mercadoria mais escassa. "E é escasso pela pressão captadora do governo", disse ele sobre a concorrência dos títulos públicos enfrentada por empresas que desejam levantar recursos no mercado.
Já o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, considerou inadequada a tentativa de transferir o problema dos juros para a sociedade.
"Acho que o consumidor de uma maneira geral pode sempre ser mais bem informado. Mas no processo da taxa de juros, pretender transferir a questão ou reduzi-la a isso é, ao meu ver, uma expressão que não traduz uma compreensão mais ampla e adequada do problema", disse.
Furlan, Gerdau, Skaf e Monteiro participaram hoje do lançamento do Mapa Estratégico da Indústria 2007-2015, organizado pela CNI.
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