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11/05/2005
-
09h22
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse a empresários argentinos que renunciaria ao cargo caso o Brasil aceite as salvaguardas (barreiras comerciais) defendidas pelo país vizinho para o Mercosul, segundo reportagem publicada hoje pelo jornal "Clarín".
No começo desta manhã, Furlan afirmou ser "duro mas leal" com a Argentina, em um novo capítulo dos desentendimentos entre os dois países.
Segundo o diário portenho, o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, se encontrou com o colega brasileiro, o ministro Antonio Palocci (Fazenda), para discutir as salvaguardas, que agora parecem "inomináveis" após a ameaça de Furlan.
Ontem, no Rio de Janeiro, Furlan disse que a adoção de salvaguardas de forma unilateral pela Argentina seria o "enterro do Mercosul". A salvaguarda é um instrumento que permite o estabelecimento de barreiras comerciais a outros países quando há prejuízo à indústria local.
Segundo o presidente da UIA (União da Indústria Argentina), Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa os empresários argentinos. Para ele, é necessário a adoção de uma política empresarial entre Brasil e Argentina que seja capaz de corrigir as assimetrias do Mercosul. "Esse Mercosul que está aí não nos serve, mas podemos pensar e progredir." Mendez disse que Furlan é sempre mais "duro" nas discussões sobre o Mercosul. Ele disse, após encontro com o ministro Antonio Palocci (Fazenda), que os demais integrantes do governo são mais sensíveis e entendiam que não se pode pensar no futuro do bloco comercial se hoje não há equilíbrio.
"Eu não sei se salvaguardas são ou não adequadas, como disse o seu governo. O que eu sei é que tem de haver algum instituto, algum mecanismo de proteção", disse o empresário argentino.
Os empresários argentinos apontam desequilíbrios nos setores têxtil, de calçados e eletroeletrônicos.
Mendez disse que os ministros Lavagna e Palocci irão agora negociar uma forma de se chegar ao equilíbrio entre as duas economias. "Não sei, não sou técnico [para saber qual é a solução], mas temos que imaginar um mecanismo para proteger a estrutura industrial de ambos os lados. Nesse caso é a Argentina que está mais debilitada." O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, disse que a possibilidade de a Argentina adotar uma forma de proteção unilateral é inaceitável. "Nada será resolvido apenas com choro e lamentação", disse ele, defendendo o diálogo.
Para Monteiro Neto, independentemente do Mercosul, os países hoje estão em um cenário de competitividade global e a imposição de barreiras aos produtos brasileiros não significa que a indústria Argentina conseguirá ocupar esse espaço. "Será que esse espaço vai ser preenchido pela Argentina ou pela China?", questionou.
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O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, disse a empresários argentinos que renunciaria ao cargo caso o Brasil aceite as salvaguardas (barreiras comerciais) defendidas pelo país vizinho para o Mercosul, segundo reportagem publicada hoje pelo jornal "Clarín".
No começo desta manhã, Furlan afirmou ser "duro mas leal" com a Argentina, em um novo capítulo dos desentendimentos entre os dois países.
Segundo o diário portenho, o ministro da Economia argentino, Roberto Lavagna, se encontrou com o colega brasileiro, o ministro Antonio Palocci (Fazenda), para discutir as salvaguardas, que agora parecem "inomináveis" após a ameaça de Furlan.
Ontem, no Rio de Janeiro, Furlan disse que a adoção de salvaguardas de forma unilateral pela Argentina seria o "enterro do Mercosul". A salvaguarda é um instrumento que permite o estabelecimento de barreiras comerciais a outros países quando há prejuízo à indústria local.
Segundo o presidente da UIA (União da Indústria Argentina), Héctor Mendez, Furlan é o ministro brasileiro que mais preocupa os empresários argentinos. Para ele, é necessário a adoção de uma política empresarial entre Brasil e Argentina que seja capaz de corrigir as assimetrias do Mercosul. "Esse Mercosul que está aí não nos serve, mas podemos pensar e progredir." Mendez disse que Furlan é sempre mais "duro" nas discussões sobre o Mercosul. Ele disse, após encontro com o ministro Antonio Palocci (Fazenda), que os demais integrantes do governo são mais sensíveis e entendiam que não se pode pensar no futuro do bloco comercial se hoje não há equilíbrio.
"Eu não sei se salvaguardas são ou não adequadas, como disse o seu governo. O que eu sei é que tem de haver algum instituto, algum mecanismo de proteção", disse o empresário argentino.
Os empresários argentinos apontam desequilíbrios nos setores têxtil, de calçados e eletroeletrônicos.
Mendez disse que os ministros Lavagna e Palocci irão agora negociar uma forma de se chegar ao equilíbrio entre as duas economias. "Não sei, não sou técnico [para saber qual é a solução], mas temos que imaginar um mecanismo para proteger a estrutura industrial de ambos os lados. Nesse caso é a Argentina que está mais debilitada." O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro Neto, disse que a possibilidade de a Argentina adotar uma forma de proteção unilateral é inaceitável. "Nada será resolvido apenas com choro e lamentação", disse ele, defendendo o diálogo.
Para Monteiro Neto, independentemente do Mercosul, os países hoje estão em um cenário de competitividade global e a imposição de barreiras aos produtos brasileiros não significa que a indústria Argentina conseguirá ocupar esse espaço. "Será que esse espaço vai ser preenchido pela Argentina ou pela China?", questionou.
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