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15/08/2005 - 20h03

Petrobras lucra R$ 10 bi no semestre e se prepara para elevar produção até 2010

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FABIANA FUTEMA
CLARICE SPITZ
da Folha Online

A Petrobras registrou lucro líquido de R$ 9,9 bilhões no primeiro semestre do ano, um incremento de 40% em relação a igual período de 2004. No segundo trimestre, a expansão no lucro foi de 49%, atingindo R$ 4,9 bilhões. O desempenho da estatal está entre os maiores da história das empresas de capital aberto, segundo analistas do mercado.

De janeiro a junho, a receita operacional líquida da Petrobras cresceu 22% frente a igual período de 2004, atingindo R$ R$ 62,2 bilhões. No segundo trimestre, o aumento na receita líquida operacional foi de 16%, alcançando R$ 32,3 bilhões.

Segundo a estatal, o resultado recorde foi favorecido pelos reajustes praticados no segundo semestre nos preços médios de derivados no mercado interno, pelas receitas com exportações, pelo reflexo do aumento nas cotações de petróleo no mercado internacional.

O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, disse que a expansão do lucro da estatal no segundo trimestre --convertendo o resultado para dólar-- está entre os maiores do setor em todo o mundo: variação de 58%. Com isso, o aumento da Petrobras só ficou menor que da estatal norueguesa Statoil --cujo lucro cresceu 63% na comparação com o mesmo período do ano passado.

O resultado recorde, entretanto, frustrou os analistas do setor. O analista Oswaldo Telles Filho, do banco Banif Primus, esperava por um lucro no segundo trimestre de R$ 6,5 bilhões. Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, esperava por um pouco menos: R$ 6 bilhões.

Segundo Telles Filho, essa diferença entre o lucro do segundo trimestre e as expectativas pode ser explicada pelo resultado financeiro, que não foi tão beneficiado pela depreciação do dólar quanto se imaginava.

O Ebtida (geração de caixa) alcançou R$ 22,3 bilhões no semestre, representando um aumento de 29% frente a igual período de 2004. No segundo trimestre, o Ebtida evoluiu 36% na comparação com igual período de 2004, totalizando R 11,8 bilhões.

Segundo a estatal, esse resultado é reflexo da "excelente performance operacional da companhia". O resultado do Ebtida permitiu à empresa "reduzir a dívida líquida". Essa geração de caixa também possibilitou à Petrobras realizar investimentos de R$ 5,7 bilhões no segundo trimestre.

Produção

A produção nacional de petróleo e gás cresceu 9% no primeiro semestre e atingiu a marca de 2,175 milhões de barris/dia. No segundo trimestre, o aumento foi de 15%, com a produção média de 2,279 milhões de barris por dia.

Essa elevação da produção permitiu à Petrobras se consolidar como exportadora líquida de petróleo e derivados. A empresa registrou no segundo trimestre de 2005 uma exportação líquida de 148 mil barris dia, contra a importação líquida de 100 mil barris diários no mesmo período do ano anterior, gerando um superávit comercial de US$ 900 milhões.

A Petrobras informou que está se preparando para operar em um novo patamar de produção. A meta é atingir até 2010 uma produção média de 3,421 milhões de barris de óleo equivalente por dia, no Brasil e no exterior.

Segundo a empresa, esse volume de produção colocará a Petrobras 'no nível das maiores corporações petrolíferas do mundo e trará a auto-suficiência ao país, melhorando a balança de pagamentos, tornando a companhia uma exportadora líquida de petróleo e derivados'.

No entanto, a estatal destaca que essa nova meta "traz desafios ainda maiores, tanto nos campos da gestão operacional e corporativa como nas questões ligadas a saúde, meio ambiente e segurança operacional".

"A cada trimestre, com a consolidação das metas e a quebra sucessiva recordes, aumenta a certeza que o futuro desta companhia, será de crescimento sustentável, com rentabilidade e respeito a seus públicos de interesse", diz nota divulgada pela estatal.

Investimentos

Os investimentos realizados pela Petrobras no primeiro semestre atingiram R$ 11 bilhões, um acréscimo de 36% na comparação com o mesmo período de 2004. No segundo trimestre, a estatal investiu R$ 5,7 bilhões, um aumento de 36% frente a igual período do ano passado.

Segundo a estatal, a maior parte desse montante foi direcionada para o desenvolvimento da capacidade de produção de petróleo e gás natural.

Esses investimentos, segundo a Petrobras, permitirão à empresa alcançar as metas traçadas em seu plano estratégico.

Ao final de junho, o endividamento consolidado total e líquido alcançou R$ 50,5 bilhões e R$ 33,3 bilhões, uma redução de 12% em relação a 31 de março de 2005. A estatal informou que essa redução pode ser explicada pela apreciação do real frente ao dólar no segundo trimestre .

Em nota ao mercado, a Petrobras informou que continua mantendo seus esforços em alongar o perfil de sua dívida. Com isso, a dívida de curto prazo do final de junho recuou 16% frente ao montante apurado em 31 de março de 2005.

Já o índice de alavancagem reduziu 5 pontos percentuais em relação a 31 de março de 2005. A estrutura de capital representada por terceiros alcançou 54% em 30 de junho de 2005, com redução de dois pontos percentuais se comparada a 31 de março de 2005.

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