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25/08/2005 - 10h13

Desemprego fica estável e renda cresce pelo segundo mês, diz IBGE

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

A taxa de desemprego das seis maiores regiões metropolitanas do país ficou estável em julho, em 9,4%, o menor patamar desde o início da série histórica, em março de 2002. A renda do trabalhador cresceu 2,5% em relação a julho e registrou o segundo mês seguido de recuperação do rendimento.

Apesar do nível baixo de desemprego, de acordo com o padrão histórico da pesquisa, o IBGE avalia que o mercado de trabalho entrou em fase de estabilidade. Na prática, o mercado de trabalho frustrou as expectativas dos primeiros meses do ano de um aumento no ritmo de criação de novos postos de trabalho.

'Com o arranque que a pesquisa mostrou no início do ano, esperava-se que ocorresse um aumento no nível de ocupação. O mercado está estacionado. Não é possível saber se daqui para frente o número de pessoas ocupadas vai cair ou aumentar, isso vai depender da atitude do Banco Central', afirmou Cimar Pereira, gerente da pesquisa. A população ocupada ficou estável, em 19,82 milhões.

Segundo Pereira, a política de juros altos promovida pelo Banco Central não dá segurança ao empresariado para aumentar a oferta de vagas. O resultado disso pode ser verificado no desempenho da indústria. Embora a metodologia da pesquisa considere o resultado estável, em julho a indústria registrou uma redução de 40 mil trabalhadores. De acordo com Pereira, o padrão da pesquisa mostra que em julho a indústria já estaria iniciando as contratações para entrega das encomendas para o fim do ano.

Em julho, o número de pessoas a procura de trabalho permaneceu estável em 2,1 milhões de pessoas. As mulheres representam tradicionalmente a maioria da população desocupada, mas sua participação ficou ainda maior: elas passaram de 55,5% em julho do ano passado para 56,9% em julho deste ano.

Entre os grupamentos de atividade, a construção civil teve queda de 4,5% no contingente de trabalhadores. A construção representa 7% da população ocupada no país. Segundo o IBGE, desde janeiro não se verificava uma queda dessa magnitude. As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro (-7,4%) e de Porto Alegre (-10,6%) representaram as principais contribuições negativas.

Rendimento

O rendimento médio real cresceu 2,5% em relação a junho e 1,6% na comparação com julho de 2004 e chegou a R$ 968,30. Em relação a junho, houve recuperação em todas as regiões metropolitanas: Recife (4,8%), Salvador (3,3%), Belo Horizonte (1,3%), Rio de Janeiro (2,1%), São Paulo (3,0%) e Porto Alegre (0,5%).

Segundo Pereira, a melhora da renda foi motivada pelo aumento do salário mínimo e pela queda na inflação. 'Com o aumento no rendimento, o consumo cresce, o que beneficiou os trabalhadores por conta própria porque 30% deles estão no comércio', afirmou Pereira.

O comércio ficou estável segundo a metodologia da pesquisa, mas registrou a entrada de 55 mil trabalhadores em julho. A recuperação da renda foi maior entre os trabalhadores por conta própria, que tiveram alta de 4,60%. Eles apresentam, no entanto, remuneração inferior à média: com a recuperação, o rendimento médio ficou em R$ 761,20.

Os trabalhadores formais registraram aumento de 1,40% e chegaram a R$ 979,10. Segundo Pereira, a queda da inflação e o aumento do desemprego elevaram a renda dos trabalhadores. Com a sustentabilidade da renda familiar, não há uma pressão sobre a informalidade. Quando a renda cai, normalmente os filhos e outros membros da família são obrigados a ingressar no mercado de trabalho e normalmente isso ocorre por meio da informalidade.

Os trabalhadores sem carteira tiveram queda de 0,5% no rendimento e ganharam em média R$ 629,40.

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