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03/10/2002 - 11h24

Física: Geomagnetismo - bússolas e auroras polares

TARSO PAULO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Albert Einstein sempre se referiu ao primeiro contato que teve com uma bússola, quando contava com quatro ou cinco anos de idade, como a uma experiência profunda e duradoura. Em suas palavras: "O fato de aquele ponteiro comportar-se de maneira tão determinada não combinava com a natureza dos acontecimentos possíveis de se localizarem no mundo inconsciente dos conceitos. Tinha de haver algo por trás de objetos que se encontravam tão profundamente ocultos".

A magnetita, um óxido de ferro (Fe3O4), que é o ímã natural, encontrado em rochas, foi descoberto na Ásia Menor, na região conhecida como Magnésia. Com a descoberta da magnetita, o ímã passou a ser usado pelos chineses, inicialmente como um "objeto mágico", no auxílio de previsões e de adivinhações.

Usavam uma colher de magnetita que, apoiada sobre um pino, podia girar livremente na horizontal e, ao ser influenciada pelo campo magnético terrestre, tomava sempre a mesma direção ao longo do eixo norte-sul. Seu aperfeiçoamento resultou na invenção da bússola, que já era usada pelos chineses para a orientação de navios no séc. 10º.

Acredita-se que o campo geomagnético seja originário das correntes elétricas que fluem no núcleo metálico, em estado de fusão, e que tornam a Terra um dipolo magnético (um grande ímã) suspenso no espaço. Esse campo não só atua na direção das bússolas como é envolvido por uma região denominada magnetosfera, que orienta o fluxo contínuo de partículas "sopradas" pelo Sol rumo às regiões de altas latitudes, os pólos Norte e Sul magnéticos.

O espetáculo resultante da interação dessas partículas com a atmosfera superior talvez seja um dos mais fascinantes da natureza _são as auroras polares. Átomos e moléculas de oxigênio e nitrogênio da atmosfera, após serem excitados pelo "vento solar" (um fluxo composto de iguais quantidades de prótons e elétrons), tendem a recuperar sua estabilidade e, por isso, liberam energia eletromagnética na faixa visível do espectro. As emissões fluorescentes (as auroras) apresentam-se em faixas, bandas ou arcos, em sua maioria verdes ou azul-esverdeadas, ocorrem mais freqüentemente entre 100 km e 500 km de altitude e se estendem por centenas de quilômetros no céu.

O estudo do magnetismo terrestre é relevante, pois alguns pesquisadores acreditam que o clima possa ser afetado pela ocorrência de auroras, já constatada também em outros planetas.

Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja

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