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08/08/2003
-
20h40
da Folha Online
O "Dia do Pendura" --11 de agosto--, data em que estudantes de direito e profissionais saem dos restaurantes sem pagar as contas, sofreu "deformações" ao longo dos anos, na avaliação de Percival Maricato, 58, presidente do Sindicato dos Restaurantes da Cidade de São Paulo.
No início, apenas estudantes da Faculdade São Francisco, da USP, saíam para brindar a data em restaurantes da região central. Entravam, discursavam, comiam e bebiam. Os comerciantes, que conheciam muitos dos universitários, aceitavam o "pendura".
No entanto, o número de faculdades de direito aumentou, a crise econômica atingiu muitos dos comerciantes e a tradição passou a ser temida por gerentes e donos de bares e restaurantes.
Porém, para o presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional São Paulo), Carlos Miguel Aidar, os universitários devem manter a tradição. Ele defende que, se for o caso, todos podem resolver o pagamento na delegacia. "É o que acaba acontecendo. E o delegado é formado em direito. A solução é a negociação", afirmou.
Maricato, por sua vez, afirma que o grande número de estudantes e a crise econômica "tornam impossível" que a tradição seja aceita.
"Se houvesse o cumprimento da tradição do largo São Francisco, e não de todas as faculdades, seria suportável. Também era quando participavam [estudantes da] PUC e Mackenzie. Mas não há como alimentar todos. Há uma crise no segmento", diz.
Bom senso
Segundo ele, nenhuma recomendação foi feita aos restaurantes da cidade sobre a forma como atender os universitários.
"Cada estabelecimento tem que enfrentar e julgar como for melhor. Alguns, em situação financeira melhor, aceitam de bom grado [o pendura]. Mas a maioria acha ruim por causa da situação financeira e dos excessos [dos estudantes]", afirmou o presidente do sindicato.
Ele afirma não ter um balanço sobre o possível prejuízo causado pelas penduras aos restaurantes.
Tradição ampliada
Apesar de dizer ser contra o pendura, a tesoureira do Centro Acadêmico 11 de Agosto, Marina Menezes, 21, reconhece que a tradição se ampliou com a abertura de novas faculdades e admite que os estudantes não se importam de resolver o pagamento na delegacia.
"É uma tradição", disse.
Leia mais
Presidente da OAB-SP defende a tradição do "pendura"
Tradição do "pendura" foi deformada, diz sindicato dos restaurantes
LÍVIA MARRAda Folha Online
O "Dia do Pendura" --11 de agosto--, data em que estudantes de direito e profissionais saem dos restaurantes sem pagar as contas, sofreu "deformações" ao longo dos anos, na avaliação de Percival Maricato, 58, presidente do Sindicato dos Restaurantes da Cidade de São Paulo.
No início, apenas estudantes da Faculdade São Francisco, da USP, saíam para brindar a data em restaurantes da região central. Entravam, discursavam, comiam e bebiam. Os comerciantes, que conheciam muitos dos universitários, aceitavam o "pendura".
No entanto, o número de faculdades de direito aumentou, a crise econômica atingiu muitos dos comerciantes e a tradição passou a ser temida por gerentes e donos de bares e restaurantes.
Porém, para o presidente da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional São Paulo), Carlos Miguel Aidar, os universitários devem manter a tradição. Ele defende que, se for o caso, todos podem resolver o pagamento na delegacia. "É o que acaba acontecendo. E o delegado é formado em direito. A solução é a negociação", afirmou.
Maricato, por sua vez, afirma que o grande número de estudantes e a crise econômica "tornam impossível" que a tradição seja aceita.
"Se houvesse o cumprimento da tradição do largo São Francisco, e não de todas as faculdades, seria suportável. Também era quando participavam [estudantes da] PUC e Mackenzie. Mas não há como alimentar todos. Há uma crise no segmento", diz.
Bom senso
Segundo ele, nenhuma recomendação foi feita aos restaurantes da cidade sobre a forma como atender os universitários.
"Cada estabelecimento tem que enfrentar e julgar como for melhor. Alguns, em situação financeira melhor, aceitam de bom grado [o pendura]. Mas a maioria acha ruim por causa da situação financeira e dos excessos [dos estudantes]", afirmou o presidente do sindicato.
Ele afirma não ter um balanço sobre o possível prejuízo causado pelas penduras aos restaurantes.
Tradição ampliada
Apesar de dizer ser contra o pendura, a tesoureira do Centro Acadêmico 11 de Agosto, Marina Menezes, 21, reconhece que a tradição se ampliou com a abertura de novas faculdades e admite que os estudantes não se importam de resolver o pagamento na delegacia.
"É uma tradição", disse.
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