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15/09/2003
-
06h18
da Folha de S.Paulo
Quando a reportagem da Folha chegou ao pronto-socorro Júlio Tupi, em Guaianases, a clínica-geral Samira Chini já caminhava rumo ao fim de seu segundo plantão consecutivo de 24 horas. Residente no Brooklin, na região sul de São Paulo, atravessa a cidade em direção ao extremo leste para trabalhar. São quatro hospitais diferentes, fazendo plantões sempre no mesmo esquema.
Cada médico atende cerca de 80 a cem pacientes por plantão, e as horas dormidas não passam de quatro, espalhadas ao longo do dia.
Agressões de pacientes são comuns. "É preciso perceber quando o paciente está realmente doente ou socialmente insatisfeito por não ter dinheiro para comprar um remédio."
Certa vez, atendendo uma criança que, vítima de atropelamento, foi escalpelada, a equipe começou a chorar. "Eu tive de dizer: 'cala a boca
e engole o choro, porque o pai está lá fora, a mãe está gravida e teve descolamento de placenta. Se a gente não trabalhar direito, morre todo mundo. Agora é o profissional e não o pessoal'".
Ter que dar notícias de morte também não é nada fácil. "Às vezes, me assusta ver que, em alguns casos, as pessoas ainda esperam receber a notícia de que o paciente está vivo." Do mesmo modo, também há surpresas. "Após uma massagem cardíaca, o paciente pode ser visto comendo um belo prato de comida, sentado na maca."
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Médica atravessa cidade para fazer plantão em São Paulo
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Quando a reportagem da Folha chegou ao pronto-socorro Júlio Tupi, em Guaianases, a clínica-geral Samira Chini já caminhava rumo ao fim de seu segundo plantão consecutivo de 24 horas. Residente no Brooklin, na região sul de São Paulo, atravessa a cidade em direção ao extremo leste para trabalhar. São quatro hospitais diferentes, fazendo plantões sempre no mesmo esquema.
Cada médico atende cerca de 80 a cem pacientes por plantão, e as horas dormidas não passam de quatro, espalhadas ao longo do dia.
Agressões de pacientes são comuns. "É preciso perceber quando o paciente está realmente doente ou socialmente insatisfeito por não ter dinheiro para comprar um remédio."
Certa vez, atendendo uma criança que, vítima de atropelamento, foi escalpelada, a equipe começou a chorar. "Eu tive de dizer: 'cala a boca
Flávio Florido/Folha Imagem A médica Samira Chini, durante seu plantão |
e engole o choro, porque o pai está lá fora, a mãe está gravida e teve descolamento de placenta. Se a gente não trabalhar direito, morre todo mundo. Agora é o profissional e não o pessoal'".
Ter que dar notícias de morte também não é nada fácil. "Às vezes, me assusta ver que, em alguns casos, as pessoas ainda esperam receber a notícia de que o paciente está vivo." Do mesmo modo, também há surpresas. "Após uma massagem cardíaca, o paciente pode ser visto comendo um belo prato de comida, sentado na maca."
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