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02/12/2003 - 10h00

Analfabetismo cai, mas 25 milhões ainda não sabem ler e escrever

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DANI BLASCHKAUER
da Folha Online

X@#* #$ZyAw %!$k%&. Não entendeu? Pois é assim que mais de 25 milhões de brasileiros com mais de 5 anos de idade lêem, ou melhor, tentam ler diariamente pelo país.

O dado do censo escolar de 2000 é do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que classifica a situação da educação nacional como "perversa".

Para o IBGE, considerou-se como alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples. Aquela que aprendeu a ler e escrever, mas esqueceu e a que só assinava o próprio nome foi considerada analfabeta.

Segundo o instituto, 84% da população acima dos 5 anos é alfabetizada. "16% são um percentual extremamente alto, o que equivale dizer que aproximadamente 24 milhões de brasileiros não possuem uma das condições básicas para serem cidadãos participantes de uma sociedade letrada. Esta parece ser uma forma de exclusão social, cuja base é a exclusão escolar", afirma o texto do IBGE.

O número de analfabetos, porém, pode se tornar até maior, se levar em conta que exatos 3.365.604 milhões de jovens entre 7 a 14 anos ainda estão em processo de aprender a ler e escrever.

De qualquer forma, a taxa de analfabetismo no Brasil vem caindo consideravelmente em cada década. De 80 para 90, o número caiu de 25,1% para 16,7%.

Em números reais, representa que em 91, o número era de 32.706.394 e hoje é de 25.632.265, mostrando que apesar do aumento da população, o índice de analfabetismo caiu.



Fora do ano

O problema na educação no Brasil não se restringe apenas ao número de analfabetos. Ainda segundo o IBGE, há uma defasagem na relação idade-série, principalmente depois dos 15 anos.

Entre 15 e 17 anos, faixa onde o estudante teria que estar no ensino médio (antigo colegial), mais da metade (55%) ainda se encontra no fundamental (antes chamado de primário).

Aqueles que estão entre 18 e 19 anos, idades que o aluno deveria estar no pré-vestibular ou graduação, 49% (1.756.583) estão no ensino médio, 34% no fundamental e somente 17% se encontram no curso superior ou é vestibulando. Outro detalhe nesta faixa etária: apenas 50% ainda está estudando.

Já os estudantes que têm entre 20 a 24 anos, 37% (1.477.757) estão no ensino médio, 31% na graduação e 27% ainda no ensino fundamental. Neste grupo, somente 25,2% do total dos cidadãos ainda frequentam alguma escola ou universidade.

Segundo os dados da década de 90, 44% da população só concluiu até a 3ª série do ensino fundamental, que quase um terço da população da área rural não teve acesso à educação; que um quarto da população rural não tem escolaridade ou quando a tem não ultrapassa a um ano de estudo.

Tempo de estudo

A pesquisa do IBGE mostra ainda que o brasileiro permanece menos tempo que o necessário nas escolas. Enquanto que o mínimo exigido na educação básica é de 11 anos, o estudante só fica, em média, de 4 a 7 anos.

Do total, 18% tem ou teve os anos de estudo necessários para uma formação básica. Enfim, é bem provável que o número de pessoas que viu este texto como X@#* #$ZyAw %!$k%& pode ter sido maior que os 25 milhões anunciados pelo IBGE.

Solução

Para tentar erradicar o problema no país, o atual governo criou o Programa Brasil Alfabetizado.

O MEC (Ministério da Educação) vem implementando ainda várias frentes, como a educação de jovens acima de 15 anos e adultos que, por alguma razão, não foram à escola.

"O MEC está implementado um conjunto de ações para a ampliação da oferta, para recuperação e melhoria da escola pública e para valorização do professor, tais como: apoio técnico e financeiro aos sistemas de ensino e elaboração e distribuição de material didático", diz a página do ministério.

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