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10/08/2004
-
11h56
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha Online
Na 4ª série do ensino fundamental, 13% dos alunos dizem sofrer rejeição por parte de professores e colegas. Esses estudantes têm rendimento 22,86% abaixo dos que não enfrentam esse problema. Isso é o que mostra o cruzamento das notas do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) com seu questionário socioeconômico, divulgado nesta terça-feira (10).
O exame foi aplicado no ano passado, em uma amostragem representativa de 300 mil alunos, da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª do ensino médio, dos sistemas público e privado. Os estudantes fizeram provas de língua portuguesa ou matemática.
Os alunos também responderam um questionário socioeconômico. Uma das perguntas era "na sua turma você se sente deixado de lado?". O Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), que aplicou o Saeb, cruzou essa resposta com o desempenho dos estudantes.
Na 4ª série do ensino fundamental, 13% responderam que sempre são deixados de lado. Eles tiveram uma nota média de 145,30 pontos em língua portuguesa. Os que disseram que nunca ou quase nunca sofrem rejeição tiveram média de 178,51 (variação de 22,86%). A média geral foi 169,42 --a escala vai até 500.
Para o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Carlos Henrique Araújo, os números mostram que é importante se criar um "clima escolar harmonioso".
Já a professora de psicologia Ângela Fátima Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), considera "preocupante" que mais de 10% dos estudantes da 4ª série sofram rejeição. Ela afirma que esses alunos são prejudicados de dois modos. "O primeiro é concreto e imediato. Alunos rejeitados não têm suas dúvidas explicadas, nem mesmo são ouvidos. O segundo é menos aparente. Eles criam menos vínculo com a escola", afirma. A união desses fatores, segundo Soligo, leva à evasão escolar.
Para a professora, que é coordenadora associada do curso de pedagogia da Unicamp, é difícil acabar com a discriminação. "No caso dos professores, eles não rejeitam de forma consciente. O problema só será solucionado quando todos tiverem em mente que a escola é um lugar de diferenças. E isso é difícil de se colocar em prática."
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Na 4ª série do ensino fundamental, 13% dos alunos dizem sofrer rejeição por parte de professores e colegas. Esses estudantes têm rendimento 22,86% abaixo dos que não enfrentam esse problema. Isso é o que mostra o cruzamento das notas do Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) com seu questionário socioeconômico, divulgado nesta terça-feira (10).
O exame foi aplicado no ano passado, em uma amostragem representativa de 300 mil alunos, da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª do ensino médio, dos sistemas público e privado. Os estudantes fizeram provas de língua portuguesa ou matemática.
Os alunos também responderam um questionário socioeconômico. Uma das perguntas era "na sua turma você se sente deixado de lado?". O Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), que aplicou o Saeb, cruzou essa resposta com o desempenho dos estudantes.
Na 4ª série do ensino fundamental, 13% responderam que sempre são deixados de lado. Eles tiveram uma nota média de 145,30 pontos em língua portuguesa. Os que disseram que nunca ou quase nunca sofrem rejeição tiveram média de 178,51 (variação de 22,86%). A média geral foi 169,42 --a escala vai até 500.
Para o diretor de Avaliação da Educação Básica do Inep, Carlos Henrique Araújo, os números mostram que é importante se criar um "clima escolar harmonioso".
Já a professora de psicologia Ângela Fátima Soligo, da Faculdade de Educação da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), considera "preocupante" que mais de 10% dos estudantes da 4ª série sofram rejeição. Ela afirma que esses alunos são prejudicados de dois modos. "O primeiro é concreto e imediato. Alunos rejeitados não têm suas dúvidas explicadas, nem mesmo são ouvidos. O segundo é menos aparente. Eles criam menos vínculo com a escola", afirma. A união desses fatores, segundo Soligo, leva à evasão escolar.
Para a professora, que é coordenadora associada do curso de pedagogia da Unicamp, é difícil acabar com a discriminação. "No caso dos professores, eles não rejeitam de forma consciente. O problema só será solucionado quando todos tiverem em mente que a escola é um lugar de diferenças. E isso é difícil de se colocar em prática."
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