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24/02/2005 - 10h04

Número de estudantes com 20 a 24 anos salta 47% em uma década

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

A Síntese dos Indicadores Sociais de 2003 revela que há mais estudantes de 18 a 24 anos freqüentando as escolas. De 1993 a 2003, o grupo etário de 20 a 24 anos teve um aumento de 47%.

O que a princípio parece sinônimo de aumento da escolaridade do brasileiro reflete um dos problemas do sistema educacional no país: o atraso no fluxo escolar. A maior parte destes estudantes não está ingressando numa universidade e sim voltando para o ensino médio ou fundamental.

Em 1993, apenas 18,3% nesta faixa etária freqüentavam a escola. Em 2003, este percentual subiu para 26,8%. O Piauí é o Estado onde a participação destes estudantes mais se destaca: 36,8%.

O sistema educacional brasileiro determina que a formação completa seja estruturada em no mínimo 15 anos de estudo. O ensino fundamental compreende oito anos, normalmente dos 7 aos 14 anos. O ensino médio, o antigo segundo grau, deve durar três anos e os alunos têm em média, de 15 a 17 anos. A educação superior tem duração prevista de no mínimo quatro anos e seria freqüentada por estudantes de 18 a 24 anos.

As pressões do mercado de trabalho e as constantes exigências de mão-de-obra qualificada aumentaram a procura pelo diploma do ensino médio. Com isso, pessoas que abandonaram a escola ou que interromperam os estudos para ingressar no mercado de trabalho estão voltando aos bancos escolares. Em 2003, 20,4% dos estudantes de 18 a 24 anos cursavam ainda o ensino fundamental e quase 42% ainda estavam no ensino médio.

A defasagem não é uniforme. No Nordeste, quase 80% dos jovens nessa faixa etária estavam defasados. O problema atinge até mesmo o ensino fundamental, que tem caráter obrigatório. A taxa de defasagem chega a atingir 64% dos estudantes de 14 anos de idade. No Nordeste, este percentual sobe para 82%. Nos últimos três anos, no entanto, a defasagem escolar de crianças de 7 a 14 anos tem diminuído.

A freqüência escolar tem dado sinais de crescimento em todas as faixas etárias. Houve crescimento de 33% de 1993 a 2003 entre os jovens de 15 a 17 anos e o percentual de estudantes na escola nesta faixa etária chegou a 82,4% desses jovens.

E não é só entre o jovem prestes a entrar no mercado de trabalho que a freqüência escolar cresceu. O percentual de crianças de 4 a 6 anos de idade chegou a 68,4% em 2003 no Brasil. Entre as regiões, a performance apresenta diferenças significativas. Nas regiões Sul e Centro-Oeste esta proporção ainda não atinge sequer 60% das crianças nesta faixa etária.
Renda.

A continuidade dos estudos está diretamente relacionada ao poder aquisitivo das famílias. O fator renda ainda constitui um diferencial para os estudantes. O brasileiro médio não possui escolaridade suficiente sequer para a conclusão do ensino fundamental. De 1993 a 2003, o número médio de anos de estudo passou de 5 para 6,4. A diferença entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres no país pode ser traduzida em até 6,5 anos de estudo. No Nordeste, a defasagem entre pobres e ricos chega a 7,6 anos. No Brasil, o número de analfabetos funcionais, com menos de quatro anos de estudos completos, chega a cerca de um terço da população.

Apesar dos problemas, o analfabetismo continua em trajetória de queda. De 1993 a 2003, a taxa caiu 30%. O declínio foi mais intenso para as mulheres. Entre as regiões, as maiores quedas foram verificadas no Sul, Centro-Oeste e Sudeste. A taxa de analfabetismo no país hoje é de 11,6%.

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