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04/07/2005
-
10h21
da Folha de S.Paulo
Candidatos que não tiveram o nome na relação dos aprovados fazem diversas críticas ao exame da Ordem, mas a campeã é sobre a diferença entre notas dadas pelos examinadores da OAB.
Na segunda fase da avaliação, os bacharéis precisam solucionar quatro questões práticas e elaborar uma peça processual, que pode ser escolhida entre as seguintes áreas: civil, penal, trabalhista e tributária.
A peça é corrigida por três examinadores. Os itens avaliados são a adequação da peça ao problema apresentado, o raciocínio jurídico, a fundamentação, a capacidade de interpretação, a correção gramatical e a técnica profissional do candidato.
Em um dos exames obtidos pela Folha, as notas dos corretores variaram de 2,5 a 6. A média final para a aprovação é seis. "Parecia que um deles não havia lido a mesma prova que os outros", disse a bacharel, que reprovou no último exame, o 126.
Para Ivette Senise Ferreira, presidente da comissão do exame da Ordem, a adoção de três examinadores é uma maneira de evitar que ocorram injustiças. "Há examinador mais severo. Há outro mais complacente. Assim, a gente tira uma média, que é a solução mais adequada nas diferenças. Por isso são três corretores. A diferença é normal."
Segundo ela, os corretores não sabem quais as notas dadas pelos outros colegas e a prova é anônima. "Só no final que damos o nome", afirma Ivette.
Coerência
Irene*, 64, reprovada em cinco das cinco vezes que fez a prova, diz que os examinadores não têm coerência. "Falam [a OAB] que as escolas têm de mudar, mas são os corretores que devem mudar."
Ela, por enquanto, não tem mais intenção de prestar o exame. Decepcionada com os resultados, que considera injustos, afirma que a OAB estaria interessada no dinheiro que o exame gera. "Não vou fazer mais, porque é uma máquina de produzir dinheiro."
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, rebate a acusação dizendo que o mais interessante para a instituição seria a aprovação de todos, porque a anuidade da OAB é de R$ 600. "A taxa de inscrição para a prova é de R$ 130. Uns R$ 50, R$ 60 ficam para a Fundação Carlos Chagas [que elabora o exame]."
O aprovado, segundo ele, traz mais lucro à Ordem. "Ele tem de pagar a anuidade, a carteira, a inscrição e os serviços que ele passa a usar", enumera.
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Candidatos que não tiveram o nome na relação dos aprovados fazem diversas críticas ao exame da Ordem, mas a campeã é sobre a diferença entre notas dadas pelos examinadores da OAB.
Na segunda fase da avaliação, os bacharéis precisam solucionar quatro questões práticas e elaborar uma peça processual, que pode ser escolhida entre as seguintes áreas: civil, penal, trabalhista e tributária.
A peça é corrigida por três examinadores. Os itens avaliados são a adequação da peça ao problema apresentado, o raciocínio jurídico, a fundamentação, a capacidade de interpretação, a correção gramatical e a técnica profissional do candidato.
Em um dos exames obtidos pela Folha, as notas dos corretores variaram de 2,5 a 6. A média final para a aprovação é seis. "Parecia que um deles não havia lido a mesma prova que os outros", disse a bacharel, que reprovou no último exame, o 126.
Para Ivette Senise Ferreira, presidente da comissão do exame da Ordem, a adoção de três examinadores é uma maneira de evitar que ocorram injustiças. "Há examinador mais severo. Há outro mais complacente. Assim, a gente tira uma média, que é a solução mais adequada nas diferenças. Por isso são três corretores. A diferença é normal."
Segundo ela, os corretores não sabem quais as notas dadas pelos outros colegas e a prova é anônima. "Só no final que damos o nome", afirma Ivette.
Coerência
Irene*, 64, reprovada em cinco das cinco vezes que fez a prova, diz que os examinadores não têm coerência. "Falam [a OAB] que as escolas têm de mudar, mas são os corretores que devem mudar."
Ela, por enquanto, não tem mais intenção de prestar o exame. Decepcionada com os resultados, que considera injustos, afirma que a OAB estaria interessada no dinheiro que o exame gera. "Não vou fazer mais, porque é uma máquina de produzir dinheiro."
O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, rebate a acusação dizendo que o mais interessante para a instituição seria a aprovação de todos, porque a anuidade da OAB é de R$ 600. "A taxa de inscrição para a prova é de R$ 130. Uns R$ 50, R$ 60 ficam para a Fundação Carlos Chagas [que elabora o exame]."
O aprovado, segundo ele, traz mais lucro à Ordem. "Ele tem de pagar a anuidade, a carteira, a inscrição e os serviços que ele passa a usar", enumera.
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