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10/08/2006
-
09h22
LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo, em Brasília
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
Pelo menos 369 cursos de ensino superior públicos e particulares poderiam ser fechados ou ter o vestibular suspenso caso essa medida dependesse de uma única avaliação feita pelo governo federal.
Eles representam cerca de 7% dos 5.511 cursos avaliados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2005. O exame substituiu, desde 2004, o antigo Provão. Para ser fechado, o curso ainda passará por avaliação in loco de especialistas.
Além desses 369 cursos terem os conceitos mais baixos no exame --1 e 2, numa escala de 0 a 5--, eles também foram os que menos agregaram conhecimento aos seus alunos durante os anos da graduação.
Esse conhecimento agregado foi "medido" pela primeira vez neste ano por meio do chamado IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), apresentado ontem em Brasília. Na outra ponta aparecem 425 cursos que conseguiram notas máximas --4 e 5-- tanto na prova como no IDD.
Essa última edição do exame avaliou alunos do primeiro e do último ano de cursos de graduação pertencentes a 20 áreas, entre elas engenharia, biologia, computação e letras. Ao separar apenas a nota média obtida pelos alunos no Enade, 27% dos cursos avaliados ficaram no patamar mais alto (4 e 5), enquanto 20% obtiveram os conceitos 1 e 2.
"Fechar 7% dos cursos é até pouco, tendo em vista a qualidade do que foi aberto nos últimos dez anos", disse Regina Vinahes, professora de pós-graduação em educação da Universidade de Brasília. "Mesmo assim, são milhares de alunos que estão em péssimos cursos."
Criado neste ano, o IDD mostra o esforço das instituições de ensino superior para melhorar a qualificação dos seus cursos. Lança luz sobre uma antiga colocação: a de que as instituições particulares, por receber alunos menos preparados, acabam oferecendo formação geral que eleva o conhecimento do concluinte, mas não chega a aparecer nos resultados finais.
Segundo os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 53,5% dos cursos privados avaliados tiveram um desempenho médio dos alunos concluintes igual ou maior do que a média esperada para aquele tipo de instituição. Já no caso das federais, esse índice foi de 58%.
"A situação das particulares se aproximou mais da realidade média do país", afirmou o ministro Fernando Haddad (Educação) ao apresentar os dados.
"Com o aumento das matrículas, entraram alunos com dificuldades. Temos de dar reforço em português e matemática", disse o presidente do sindicato das instituições privadas paulistas, Hermes Figueiredo.
Para o MEC, os cursos que tiveram notas 1 e 2 tanto no Enade como no IDD "acendem o sinal amarelo" quando passarem pela avaliação in loco.
Para fazer essa avaliação in loco dos cursos e instituições, o Inep modificou a forma de selecionar os especialistas-avaliadores. Até 2005, eles eram indicados. Agora foi criado um cadastro. Cerca de 11 mil se inscreveram, a maior parte doutores. Desses, pelo menos 3.000 serão selecionados para fazer parte do banco de avaliadores.
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
Pelo menos 369 cursos de ensino superior públicos e particulares poderiam ser fechados ou ter o vestibular suspenso caso essa medida dependesse de uma única avaliação feita pelo governo federal.
Eles representam cerca de 7% dos 5.511 cursos avaliados pelo Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) em 2005. O exame substituiu, desde 2004, o antigo Provão. Para ser fechado, o curso ainda passará por avaliação in loco de especialistas.
Além desses 369 cursos terem os conceitos mais baixos no exame --1 e 2, numa escala de 0 a 5--, eles também foram os que menos agregaram conhecimento aos seus alunos durante os anos da graduação.
Esse conhecimento agregado foi "medido" pela primeira vez neste ano por meio do chamado IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), apresentado ontem em Brasília. Na outra ponta aparecem 425 cursos que conseguiram notas máximas --4 e 5-- tanto na prova como no IDD.
Essa última edição do exame avaliou alunos do primeiro e do último ano de cursos de graduação pertencentes a 20 áreas, entre elas engenharia, biologia, computação e letras. Ao separar apenas a nota média obtida pelos alunos no Enade, 27% dos cursos avaliados ficaram no patamar mais alto (4 e 5), enquanto 20% obtiveram os conceitos 1 e 2.
"Fechar 7% dos cursos é até pouco, tendo em vista a qualidade do que foi aberto nos últimos dez anos", disse Regina Vinahes, professora de pós-graduação em educação da Universidade de Brasília. "Mesmo assim, são milhares de alunos que estão em péssimos cursos."
Criado neste ano, o IDD mostra o esforço das instituições de ensino superior para melhorar a qualificação dos seus cursos. Lança luz sobre uma antiga colocação: a de que as instituições particulares, por receber alunos menos preparados, acabam oferecendo formação geral que eleva o conhecimento do concluinte, mas não chega a aparecer nos resultados finais.
Segundo os dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 53,5% dos cursos privados avaliados tiveram um desempenho médio dos alunos concluintes igual ou maior do que a média esperada para aquele tipo de instituição. Já no caso das federais, esse índice foi de 58%.
"A situação das particulares se aproximou mais da realidade média do país", afirmou o ministro Fernando Haddad (Educação) ao apresentar os dados.
"Com o aumento das matrículas, entraram alunos com dificuldades. Temos de dar reforço em português e matemática", disse o presidente do sindicato das instituições privadas paulistas, Hermes Figueiredo.
Para o MEC, os cursos que tiveram notas 1 e 2 tanto no Enade como no IDD "acendem o sinal amarelo" quando passarem pela avaliação in loco.
Para fazer essa avaliação in loco dos cursos e instituições, o Inep modificou a forma de selecionar os especialistas-avaliadores. Até 2005, eles eram indicados. Agora foi criado um cadastro. Cerca de 11 mil se inscreveram, a maior parte doutores. Desses, pelo menos 3.000 serão selecionados para fazer parte do banco de avaliadores.
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