12/12/2000 - 08h38

Redação da Unesp pede temas da atualidade

da Folha de S.Paulo

As provas de língua portuguesa da Unesp não costumam seguir o modelo padrão adotado por outros vestibulares.

A instituição não pede, por exemplo, uma lista de livros obrigatórios nem exige do candidato grande domínio das regras gramaticais. O que existe de comum entre o vestibular da Unesp e o das outras instituições é o uso de temas relacionados à atualidade na prova de redação.

Trechos de obras literárias de autores consagrados das literaturas brasileira e portuguesa são sempre fornecidos para que o candidato interprete e responda, também, a parte de gramática.

Geralmente, um mesmo trecho de obra literária serve para responder a várias questões. Na redação, o aluno deverá fazer uma dissertação, baseado quase sempre em assuntos muito difundidos pela mídia. No ano passado, uma paródia do escritor Millôr Fernandes sobre corrupção foi usada como texto de apoio.

"Dificilmente vão pedir um assunto que fuja do cotidiano do candidato ou que ele nunca tenha ouvido. Mas a boa redação não pode dispensar elementos importantes, como a coerência de idéias que o candidato tiver sobre o tema e o bom uso da gramática", disse Célia Passoni, coordenadora de português do curso Etapa.

De acordo com Célia, o aluno pode "rechear-se" de muito conteúdo para sua redação a partir dos próprios fragmentos de textos oferecidos pela prova.

"Os trechos de "Cartas Chilenas" e "A Luneta Mágica", usados em outras questões, também ofereciam subsídios importantes para se falar da corrupção, tema da redação", disse.

Célia lembra, entretanto, que o candidato deve se inspirar nos fragmentos de textos oferecidos, mas apresentar sua própria visão sobre o assunto, apresentando argumentos críticos, sem esquecer que um boa redação deve ter começo, meio e fim, sem que se fuja do tema.

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