Professores municipais entram em greve dia 25; estaduais desistem

Os professores da rede municipal de educação de São Paulo decidiram nesta sexta-feira entrar em greve a partir do próximo dia 25. Já os professores do Estado não aprovaram a paralisação em assembléia realizada hoje em frente à Secretaria de Estado da Educação, na praça da República, no centro.

Durante a tarde de hoje as duas categorias realizaram protestos e paralisações em São Paulo. Os professores estaduais realizaram um ato em frente à sede da Educação, onde a assembléia decidiu votar novamente a proposta de greve no próximo dia 28. Um grupo de cerca de 50 professores acampou na praça desde a segunda-feira (10) em protesto por melhores condições à categoria.

Os professores estaduais reivindicam a incorporação de gratificações ao salário-base de R$ 668, o que o elevaria para cerca de R$ 900; e a reposição da inflação para que o salário atinja o valor mínimo de R$ 1.668. O número foi calculado para a categoria pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Por meio de nota a Secretaria de Estado da Educação informou que "saúda a sensatez da assembléia em que foi rejeitada a proposta de greve".

Já os professores da rede municipal reivindicam aumento salarial real e reposição de perdas em 43%; incorporação do maior valor da gratificação de regência --R$ 450-- paga aos docentes; melhores condições de trabalho; redução do número de alunos por sala de aula; igualdade entre ativos e aposentados; e a realização de concursos públicos, entre outros pontos.

No último dia 29, os professores municipais realizaram um protesto no centro de São Paulo e a prefeitura respondeu com o envio de um pacote de benefícios à Câmara Municipal. Porém, o sindicato contesta os projetos. O sindicato reivindica, por exemplo, que o projeto de criação de um auxílio-alimentação de R$ 190 por mês a quem recebe menos de cinco salários mínimos deveria atingir todos os profissionais --inclusive os inativos.

De acordo com o Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), os professores decidiram a greve somente para o dia 25 devido à realização de um seminário da categoria na próxima semana. Devem participar do evento 3.500 professores. O sindicato quer divulgar a paralisação para os professores que participarem do o evento.

A categoria realizou um protesto na rua Líbero Badaró, em frente à Secretaria de Gestão da prefeitura. Segundo o Sinpeem, participaram do ato 5.000 professores. A Polícia Militar disse que cerca de 500 participaram do protesto, que não registrou ocorrências.

A Secretaria Municipal de Educação informou que não deve comentar o assunto já que a pauta de reivindicações foi enviada para a Secretaria de Gestão.

De acordo com a secretaria, menos de 15% das escolas aderiram à paralisação realizada hoje. A rede tem cerca de 1.300 unidades.

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