Fuvest teve questões bem elaboradas e dificuldade média, dizem professores; veja correção

A prova do terceiro dia da segunda fase do vestibular 2010 da Fuvest, realizada nesta terça-feira, procurou avaliar o conhecimento dos candidatos nas disciplinas específicas do curso pretendido. De uma forma geral, os professores consultados pela Folha Online consideraram as provas com grau de dificuldade médio, com questões bem elaboradas e pertinentes acerca do conteúdo das disciplinas. Os cursinhos disponibilizam em suas páginas na internet a correção comentada da prova (veja abaixo).

Veja a prova do terceiro dia da Fuvest

Diferentemente do ano passado, quando foram propostas dez questões por matéria, neste novo modelo de prova foram 12 questões e, dependendo do curso, cobradas seis questões de duas disciplinas ou quatro questões de três disciplinas, na maioria das vezes dividas entre dois e quatro subitens.

Para o professor de química do curso Etapa Édison Camargo seis questões não foram suficientes para envolver todo o conteúdo proposto. "A prova de dez questões para química avaliava melhor os alunos."

O professor de matemática do mesmo curso Marcelo Dias Carvalho concorda que o número de questões limitou a abrangência do exame. "Quase metade da prova tinha questões de geometria. Podia pegar uma delas e abordar assuntos que vinham sendo pedidos e que não estavam na prova como matriz, números complexos e equações algébricas."

Segundo o coordenador geral do curso Anglo, Nicolau Marmo, foi exatamente a prova de matemática a mais exigente e que deu mais trabalho aos professores na correção. "Acho que o examinador da prova, que trabalha com a questão resolvida do lado dele, às vezes não percebe o grau de dificuldade".

Marmo, no entanto, elogiou a confecção das questões e o tempo de prova --4 horas, cerca de 20min por questão. "Nada mais frustrante quando uma prova não dá o tempo adequado e prejudica os bons alunos".

A prova de biologia, por exemplo, trouxe questões clássicas de citologia, genética, fisiologia e pedia respostas curtas, claras e objetivas, dando tempo de sobra para outras questões mais trabalhosas.

A contextualização das questões relacionando conceitos técnicos com temas da atualidade foi outro aspecto recorrente da prova. Na prova de física, por exemplo, o candidato se deparou com uma questão que misturava uma obra de ficção com Einstein através da clássica equação E = mc².

Para a professora de geografia do curso Objetivo Vera Lúcia Antunes a prova exigiu conhecimentos de Ensino Médio de assuntos tradicionais com uma roupagem moderna, conseguindo separar os melhores candidatos.

Daily de Matos Oliveira, professor de história também do Objetivo, concorda com a abordagem de temas clássicos através de um olhar contemporâneo. A primeira questão de história, para ele, é um exemplo disso. Ao pedir que o candidato caracterize a passagem da época romana para a época medieval segundo os conceitos que continuam presentes na sociedade, a prova faz o candidato se deparar com uma pergunta levantada pela historiografia moderna, uma vez que historiografia tradicional pensa em rupturas. "A diferença vai estar na elaboração da resposta de cada um. A habilidade de redação vai ser decisiva. A briga agora vai ser por décimos."

Correção

Os cursinhos disponibilizam em suas páginas na internet a correção comentada da prova:

Confira a correção feita pelo Anglo
Confira a correção feita pelo Etapa
Confira correção feita pelo Objetivo

Colaborou EPAMINONDAS NETO, da Folha Online