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05/01/2006
-
11h11
FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo
Confira a seguir os depoimentos de três mulheres grávidas sobre o uso de antidepressivos.
Intervalo
No pós-parto de seu primeiro filho, há quatro anos, a psicóloga Juliana Telles de Azevedo, 33, teve sintomas que a incomodaram muito. "Sentia fraqueza, queda de energia e nenhuma disposição. Me levantava da cama e não aguentava, chorava o tempo todo e tinha muitas alterações de humor", descreve.
Na época, seu ginecologista disse que era apenas "baby blues", quadro leve que atinge muitas mulheres logo após o parto, e não recomendou nenhum tratamento. A depressão só foi diagnosticada dois anos depois.
Após algumas recaídas, ela passou a tomar antidepressivos. Mas, quando decidiu engravidar novamente, o psiquiatra recomendou que ela parasse com os remédios.
"Ele disse que não há ainda um estudo longitudinal de 30 anos que possa comprovar algum malefício da medicação que tomo. Falou que em sua experiência clínica não viu problemas, mas que é sempre bom evitar, já que não temos tempo suficiente para avaliar", conta ela.
No início, Juliana sentiu os efeitos da retirada da medicação. Hoje, no sétimo mês de gestação, praticando hidroginástica e ioga, diz que está bem. "Até tive alguns momentos de desânimo, mas logo me recuperei."
Psicoterapia
A securitária Cristiane Schettini Moraes, 29, teve que se afastar do trabalho para conseguir tratar da depressão que começou no quarto mês de gestação. "Sentia muita angústia, insegurança e ansiedade. Queria que a gravidez passasse rápido para ter o bebê logo", conta.
Junto com a depressão moderada, provavelmente desencadeada pelas mudanças hormonais, foi diagnosticado que ela passava por um processo de ansiedade leve. Quando seu psiquiatra sugeriu que ela tomasse antidepressivos, Cristiane recusou. "A primeira coisa que me veio à cabeça foi o bebê. Preferi optar pela psicoterapia. Sei que o efeito não é tão rápido quanto seria o do remédio, mas fui melhorando aos poucos", conta.
Fundamental
A empresária Fátima Antunes, 31, entrou em depressão logo após a separação do marido, aos dois meses e meio de gestação do primeiro filho. "Foi um baque que me pegou de surpresa. Liguei para minha ginecologista e tive uma crise de choro. Sumi do mapa por duas semanas. Chorava o dia todo, pensei em me matar, minha família e minhas amigas se revezavam para não me deixar sozinha. A barra foi pesadíssima."
Uma semana antes de completar o primeiro trimestre da gravidez, Fátima começou a tomar fluoxetina por recomendação médica. "O remédio foi fundamental e segurou muito as pontas. Fiquei mais calma, mais controlada. Dei umas abaladas de vez em quando, mas acho que teria sido muito pior se não estivesse tomando o medicamento", afirma a empresária, que também fez algumas sessões de terapia, mas parou e agora quer voltar antes de ter o filho.
Quando soube do estudo que indicou que o remédio que toma pode causar síndrome de abstinência neonatal, ela ficou preocupada. "Minha médica disse que esse antidepressivo não vicia, mas, quando li sobre essa pesquisa, tive muito medo. Vou perguntar sobre isso na próxima consulta", afirma.
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Confira a seguir os depoimentos de três mulheres grávidas sobre o uso de antidepressivos.
Intervalo
No pós-parto de seu primeiro filho, há quatro anos, a psicóloga Juliana Telles de Azevedo, 33, teve sintomas que a incomodaram muito. "Sentia fraqueza, queda de energia e nenhuma disposição. Me levantava da cama e não aguentava, chorava o tempo todo e tinha muitas alterações de humor", descreve.
Na época, seu ginecologista disse que era apenas "baby blues", quadro leve que atinge muitas mulheres logo após o parto, e não recomendou nenhum tratamento. A depressão só foi diagnosticada dois anos depois.
Após algumas recaídas, ela passou a tomar antidepressivos. Mas, quando decidiu engravidar novamente, o psiquiatra recomendou que ela parasse com os remédios.
"Ele disse que não há ainda um estudo longitudinal de 30 anos que possa comprovar algum malefício da medicação que tomo. Falou que em sua experiência clínica não viu problemas, mas que é sempre bom evitar, já que não temos tempo suficiente para avaliar", conta ela.
No início, Juliana sentiu os efeitos da retirada da medicação. Hoje, no sétimo mês de gestação, praticando hidroginástica e ioga, diz que está bem. "Até tive alguns momentos de desânimo, mas logo me recuperei."
Psicoterapia
A securitária Cristiane Schettini Moraes, 29, teve que se afastar do trabalho para conseguir tratar da depressão que começou no quarto mês de gestação. "Sentia muita angústia, insegurança e ansiedade. Queria que a gravidez passasse rápido para ter o bebê logo", conta.
Junto com a depressão moderada, provavelmente desencadeada pelas mudanças hormonais, foi diagnosticado que ela passava por um processo de ansiedade leve. Quando seu psiquiatra sugeriu que ela tomasse antidepressivos, Cristiane recusou. "A primeira coisa que me veio à cabeça foi o bebê. Preferi optar pela psicoterapia. Sei que o efeito não é tão rápido quanto seria o do remédio, mas fui melhorando aos poucos", conta.
Fundamental
A empresária Fátima Antunes, 31, entrou em depressão logo após a separação do marido, aos dois meses e meio de gestação do primeiro filho. "Foi um baque que me pegou de surpresa. Liguei para minha ginecologista e tive uma crise de choro. Sumi do mapa por duas semanas. Chorava o dia todo, pensei em me matar, minha família e minhas amigas se revezavam para não me deixar sozinha. A barra foi pesadíssima."
Uma semana antes de completar o primeiro trimestre da gravidez, Fátima começou a tomar fluoxetina por recomendação médica. "O remédio foi fundamental e segurou muito as pontas. Fiquei mais calma, mais controlada. Dei umas abaladas de vez em quando, mas acho que teria sido muito pior se não estivesse tomando o medicamento", afirma a empresária, que também fez algumas sessões de terapia, mas parou e agora quer voltar antes de ter o filho.
Quando soube do estudo que indicou que o remédio que toma pode causar síndrome de abstinência neonatal, ela ficou preocupada. "Minha médica disse que esse antidepressivo não vicia, mas, quando li sobre essa pesquisa, tive muito medo. Vou perguntar sobre isso na próxima consulta", afirma.
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