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26/01/2006 - 12h09

Para pesquisador, colágeno é a chave da doença

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FLÁVIA MANTOVANI
da Folha de S.Paulo

Uma ex-enfermidade silenciosa. É assim que o ginecologista Odilon Iannetta, professor da USP de Ribeirão Preto, define a osteoporose. A idéia, que se contrapõe à de muitos especialistas, é que é possível detectar a propensão à doença no paciente ainda jovem --pela medição do colágeno dos ossos, não da densidade óssea-- e preveni-la antes que ela apareça. Iannetta, que acabou de publicar um livro sobre o tema, deu a seguinte entrevista à Folha.

Folha - A baixa densidade óssea não é a grande responsável pela osteoporose?

Odilon Iannetta - Em 1984, trabalhos científicos mostraram que o cálcio só se fixava de maneira correta quando o colágeno do osso era adequado. O National Institute of Health (EUA) passou a associar a osteoporose com a alteração do colágeno, com conseqüente baixa da disponibilidade de cálcio. A densitometria, que só mede a densidade óssea (a quantidade do osso), avalia apenas um de seus componentes. É imprescindível avaliar o colágeno, avaliar a qualidade óssea.

Folha - Há como medir o colágeno?

Iannetta - Em 1996, europeus lançaram uma tecnologia para isso. Em 2000, foi lançada outra geração do aparelho ao qual foi agregada inteligência artificial da Nasa [agência espacial norte-americana]. Ele avalia, pelas metáfises das falanges [ossos dos dedos], a quantidade e a qualidade do osso e detecta a propensão à osteoporose 30, 40 anos antes de ela acontecer. Há 20 centros que estudam essa metodologia no mundo. Fiz um teste com 8.978 pacientes e vi que 20,7% delas têm qualidade alterada enquanto a quantidade está boa.

Folha - Quando a baixa de colágeno é detectada, o que se deve fazer?

Iannetta - Investigo tudo para saber por que o colágeno está diminuindo mais rápido nessa paciente. Vejo os hábitos em relação a fumo, se há doença endócrina. Fisiologicamente, todos perdemos colágeno. Dependendo dos hábitos ou da presença de alguma doença, pode haver maior ou menor perda. O principal a fazer é estimular a síntese do colágeno. Tem que adequar a alimentação e os exercícios, verificar os níveis hormonais. Não é só dar cálcio.

Folha - Por que o título do livro: "Uma Ex-enfermidade Silenciosa"?

Iannetta - Fala-se que, quando se faz o diagnóstico da osteoporose, a mulher já perdeu 40% do osso e não há mais nada a fazer, que a perda é silenciosa. Quando avalio o colágeno a partir dos quatro anos de idade, tenho o foco na prevenção. Não adianta começar a tratar alguém se não tenho condição de recuperar a qualidade do seu osso. A doença deixou de ser silenciosa, agora tem um marcador do início do processo, que é o colágeno.

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