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23/04/2007 - 21h10

Tratamentos à base de ouro ou ozônio diminuem dores articulares

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CHIAKI KAREN TADA
da Revista da Folha

Cachorro recebendo ouro ou ozônio? Pois é, tanto o metal maleável e pouco reativo como o gás azul pálido, muito oxidante e reativo, são as vedetes de dois tratamentos que tentam melhorar a vida de animais com problemas sérios nas articulações.

Karime Xavier/Folha Imagem
A dachshund Dolly, 8, que faz tratamento com ozônio para o joelho
A dachshund Dolly, 8, que faz tratamento com ozônio para o joelho
Indicada para casos de artrite, artrose, osteomielite, displasia coxofemoral, trauma seguido de contusão e cicatrização de feridas, a ozonioterapia consiste em injeções do gás, com seringa e agulha, na articulação doente. "Ao se dissolver no líquido viscoso das articulações, chamado sinovial, o ozônio inibe as enzimas e os radicais livres responsáveis pela degradação e inflamação e incentiva a regeneração", explica o veterinário Adriano Caquetti.

O tratamento não requer anestesia, embora haja um pouco de dor na hora da aplicação, e não é indicado para animais com anemia ou diabetes do tipo 1. A duração média é de dez sessões, que podem ser feitas semanalmente, seguidas de manutenção quinzenal. Em cães, cada aplicação custa de R$ 40 a R$ 60.

No caso da dachshund Dolly, o tratamento foi prescrito porque a cadela começou a mancar depois de tropeçar e bater o joelho na escada. A suspeita era de ligamento rompido. "Quando mexiam no joelho dela, fazia um barulho de grãos de areia", lembra seu dono, o analista Antonio Carlos Nunes. Os veterinários recomendaram acupuntura e cirurgia, mas Antonio não quis submeter a cachorra, que tem oito anos, a uma operação.

Dolly já fez 12 sessões. "A partir da quinta, ela começou a andar melhor. Na sétima, já não havia o barulho", lembra o dono. A cadela ainda manca um pouco pela manhã, quando acorda, mas logo volta a caminhar normalmente. Menos sorte teve Freud, o labrador de 14 anos do web designer Francisco Moreira Junior. Com dificuldades de locomoção provocados por displasia e artrose, Freud não se adaptou à ozonioterapia. "Ele estava muito sensível e ficava inquieto demais", lembra o dono, que foi então aconselhado a tentar o implante de ouro.

"O implante é uma técnica avançada de acupuntura", explica a veterinária Celina Okamoto. Em vez de apenas agulhas, pequenos filamentos de ouro são inseridos em pontos de acupuntura. A carga positiva do metal neutraliza a carga negativa emitida pela inflamação articular, reduzindo a progressão da lesão e, conseqüentemente, a dor.

Prescrição

O tratamento, recomendado para casos de displasia coxofemoral, congênita ou causada por desgaste, foi desenvolvido nos EUA e começou a ser aplicado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp, em Botucatu, em 1999. A aplicação é feita uma única vez, com sedação e anestesia local nos pontos onde o ouro é implantado, e custa, em média, de R$ 350 a R$ 400.

"O ouro estimula os pontos de forma constante e evita que o animal tenha de receber medicação em doses altas", diz Jean Fernandez Joaquim, doutorando em cirurgia e anestesiologia. As chances de melhora chegam a 80% no tratamento da displasia coxofemoral. A técnica é indicada também para dermatite crônica e convulsões.

Quanto mais cedo for aplicado, melhor o resultado. O idoso Freud, por exemplo, melhorou, mas não tanto quanto o esperado, porque a degradação de suas articulações estava em estágio bem avançado.

Já a vira-lata Iris, do veterinário Paulo Steagall, foi tratada aos cinco meses, quando uma displasia nos cotovelos evoluiu para doença degenerativa articular crônica. Iris mancava muito das patas da frente, o que prejudicou o quadril, e os remédios não ajudavam. Com implante e acupuntura, ela parou de mancar e ficou boa durante dois anos, até que a doença, que é incurável, voltou a progredir. "A terapia funciona para a dor crônica, quando o medicamento não é suficiente. O implante melhorou muito a qualidade de vida dela", diz Steagall.

Esta reportagem foi publicada pela Revista da Folha em 19/03/2006

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