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SP encaminha córneas a outros Estados para transplante
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MATHEUS PICHONELLI
da Agência Folha
Com o fim da fila de espera para transplantes de córnea em São Paulo, a Secretaria Estadual da Saúde começou a "exportar" o tecido para outros Estados do país.
Até agora, 54 córneas captadas em hospitais paulistas desde a semana passada foram encaminhadas para as regiões Norte e Nordeste por intermédio do Sistema Nacional de Transplantes, órgão do Ministério da Saúde. Rio Grande do Norte (30), Maranhão (11), Acre (7) e Pará (6) são os Estados beneficiados.
Segundo a secretaria, dos 5.686 transplantes de córnea realizados em São Paulo em 2009, 24,7% foram realizados em pessoas de outros Estados, a maioria vinda dos vizinhos Rio de Janeiro e Minas Gerais.
De acordo com o coordenador da central de transplantes paulista, Luiz Augusto Pereira, o transporte das córneas é feito por meio de cortesia de uma companhia aérea. "As únicas despesas são com as geladeiras térmicas, que depois são devolvidas, e com o transporte até o aeroporto", diz Pereira.
Uma norma nacional prevê que todo órgão ou tecido excedente deve ser disponibilizado a outros locais para transplante. A informação é passada para o Ministério da Saúde, que decide para onde o material deve ser encaminhado.
Há seis anos, havia cerca de 5.000 pacientes aguardando por uma córnea. Em 31 de dezembro, não havia nenhum paciente inscrito na lista de ativos (considerados aptos a fazer a cirurgia). No começo desta semana, segundo a secretaria, dez pessoas entraram na relação.
De acordo com o coordenador, equipes permanentes atuam em hospitais para abordar as famílias de potenciais doadores, o que deu início à melhora dos índices. "Antes se levavam anos para conseguir o transplante, e hoje acontece, às vezes, na mesma semana."
São Paulo possui hoje seis bancos de olhos no interior do Estado e três na capital.
No Rio Grande do Norte, 20 pessoas da lista de espera já haviam confirmado estarem aptas a receber as córneas até anteontem. O governo local informou ainda ter recebido outros quatro tecidos provenientes de Mato Grosso do Sul.
Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), o Acre não havia realizado nenhum transplante de córnea até setembro de 2009.
A menor taxa de doadores entre esses Estados, afirma a ABTO, é a do Pará: 18 por milhão de habitantes --em São Paulo, era 144 em setembro.
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