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26/04/2006 - 11h09

Investigação não encontra fraude em 2 jogos anulados

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RODRIGO MATTOS
da Folha de S.Paulo

Ao final das investigações, concluídas ontem com apresentação de denúncia à Justiça, promotores e policiais federais não encontraram comprovação de que houve fraudes em 2 dos 11 jogos do Brasileiro-2005 apitados por Edilson Pereira de Carvalho e anulados pela Justiça Desportiva.

Uma dessas partidas foi São Paulo 3 x 2 Corinthians, que foi campeão graças à invalidação das partidas. O time do Parque São Jorge ganhou um ponto na segunda edição do confronto, que tinha perdido na primeira ocasião.

Outro jogo em que não há certeza de manipulação foi Fluminense 3 x 0 Brasiliense. Sua invalidação tirou do time carioca a vaga na Libertadores. No replay, a equipe das Laranjeiras empatou, perdendo dois pontos. Acabou atrás do Palmeiras na tabela.

A denúncia do Ministério Público diz que a "organização criminosa" não consumou os delitos (fraudes) porque "as cotações dos sites [de apostas] --com seus proprietários já desconfiados dos resultados combinados-- ou não existiram ou se realizaram de forma insatisfatória".

"Não sei [se ele fraudou ou não]. O fato de haver ou não dentro de campo [a manipulação] é irrelevante para a ação penal. Sob o ponto de vista criminal, não houve fraudes", afirmou o promotor José Reinaldo Guimarães.

Não foi o único ponto em que as decisões dos tribunais desportivos contrariaram a investigação de policiais e de promotores.

No total, a denúncia apontou que houve fraudes em outras 34 partidas. Dessas, só nove do Brasileiro da Série A foram anuladas.

Segundo o Ministério Público, Edilson e Paulo José Danelon manipularam 21 jogos do Paulista, quatro do Brasileiro da Série B e um da Libertadores da América.

O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo decidiu não mexer com as partidas do Estadual. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que anulou os 11 jogos da Série A, não fez modificações na Série B.

Se fossem anuladas e repetidas, as partidas afetadas alterariam a classificação e o rebaixamento das duas competições.

Apesar das contradições, o ex-presidente do STJD Luiz Zveiter acha que o trabalho dos promotores corrobora sua decisão de invalidar os 11 confrontos.

"Pode ser que tenha havido a coação deles para mostrar aos apostadores [seu poder]", afirmou. "Isso pode não ter ficado caracterizado na área criminal, mas ficou na área desportiva."

Zveiter afirmou que, no ano passado, o Ministério Público não lhe apresentou nenhum elemento que indicasse fraudes nos jogos da Série B. Para ele, os promotores devem ter descoberto fatos sobre a Segundona posteriormente.

Pela denúncia, os dois ex-árbitros manipulavam os jogos em troca de quantias entre R$ 10 mil e R$ 15 mil. Eram pagos pelo núcleo da quadrilha, que levantava recursos com apostadores "de boa-fé", além de aplicarem recursos próprios. As apostas eram feitas em dois sites. A quadrilha teria ganho até R$ 400 mil em um jogo.

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