Publicidade
Publicidade
18/05/2006
-
09h43
LUÍS FERRARI
da Folha de S.Paulo
O norte-americano Justin Gatlin, 24, não pode mais se conclamar o homem mais rápido do mundo. Ontem, a Iaaf (entidade que rege o atletismo mundial) anunciou que houve um erro na cronometragem da prova em que ele cravou 9s76 na distância, na última sexta-feira, no Qatar.
Após revisarem o procedimento, os técnicos da Iaaf apontaram que o tempo correto marcado por Gatlin é 9s77, o que apenas iguala a marca anterior, do jamaicano Asafa Powell. Agora, os dois dividem o melhor desempenho na prova mais nobre do atletismo.
O problema foi no arredondamento da marca de Gatlin. Na prova de Doha, o tempo cravado pelo campeão olímpico foi 9s766.
"A regra de arredondamento da Iaaf não foi aplicada de forma correta. A Tissot Timing lamenta o ocorrido e se desculpa pelo incidente inédito", atestou uma nota oficial da empresa suíça encarregada da cronometragem.
Pelo regulamento do atletismo, os seis milésimos que Gatlin gastou além dos 9s76 justificam o arredondamento da marca para 9s77, o que não foi feito no Qatar por falha humana.
"Estamos muito desapontados por Justin, mas pensamos que ele tem todo o talento para fazer o recorde novamente em breve. É melhor ter um resultado honesto", declarou o porta-voz da Iaaf, Nick Davies, que comparou a marca de Gatlin à de Powell.
Segundo ele, os especialistas da Iaaf checaram os arquivos e constataram que o jamaicano também correu a distância "em 9s76 e alguma coisa" quando fez o recorde, em junho do ano passado, em Atenas. "É 9s77. Estamos convencidos de que ambos correram por volta do mesmo tempo."
Davies explicou que a Iaaf não considera os milésimos por acreditar que os equipamentos de cronometragem ainda não têm a precisão necessária para detectar essa fração de segundos, uma vez que, no atletismo, a velocidade do vento e as condições da pista também pesam. "A regra é clara. Estamos presos aos centésimos."
Gatlin não se manifestou publicamente sobre o caso. Seu agente, Renaldo Nehemiah, declarou que o episódio servirá de incentivo para o velocista tentar quebrar o recorde novamente.
O atletismo não é o único esporte olímpico que se atém aos centésimos --há também a natação, que já precisou de semifinais "tira-teima", para desempatar atletas com tempos idênticos.
Há disputas, contudo, que consideram até milionésimos de segundo. Ontem, durante boa parte das sessões de treino para as 500 milhas de Indianápolis, a diferença entre o brasileiro Hélio Castro Neves e o norte-americano Sam Hornish era de 0s0004 a favor do brasileiro, que acabou o dia em segundo lugar, atrás do companheiro da equipe Penske.
Especialistas, entretanto, apontam como uma jogada de marketing da IRL --que costuma exaltar a competitividade de seu campeonato-- levar em conta os milionésimos de segundo, por tratar-se de uma fração tão ínfima e abstrata que não poderia ser levada em conta para determinar quem foi mais rápido.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Justin Gatlin
Após revisão, Justin Gatlin "apenas" iguala recorde dos 100 m
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O norte-americano Justin Gatlin, 24, não pode mais se conclamar o homem mais rápido do mundo. Ontem, a Iaaf (entidade que rege o atletismo mundial) anunciou que houve um erro na cronometragem da prova em que ele cravou 9s76 na distância, na última sexta-feira, no Qatar.
Após revisarem o procedimento, os técnicos da Iaaf apontaram que o tempo correto marcado por Gatlin é 9s77, o que apenas iguala a marca anterior, do jamaicano Asafa Powell. Agora, os dois dividem o melhor desempenho na prova mais nobre do atletismo.
O problema foi no arredondamento da marca de Gatlin. Na prova de Doha, o tempo cravado pelo campeão olímpico foi 9s766.
"A regra de arredondamento da Iaaf não foi aplicada de forma correta. A Tissot Timing lamenta o ocorrido e se desculpa pelo incidente inédito", atestou uma nota oficial da empresa suíça encarregada da cronometragem.
Pelo regulamento do atletismo, os seis milésimos que Gatlin gastou além dos 9s76 justificam o arredondamento da marca para 9s77, o que não foi feito no Qatar por falha humana.
"Estamos muito desapontados por Justin, mas pensamos que ele tem todo o talento para fazer o recorde novamente em breve. É melhor ter um resultado honesto", declarou o porta-voz da Iaaf, Nick Davies, que comparou a marca de Gatlin à de Powell.
Segundo ele, os especialistas da Iaaf checaram os arquivos e constataram que o jamaicano também correu a distância "em 9s76 e alguma coisa" quando fez o recorde, em junho do ano passado, em Atenas. "É 9s77. Estamos convencidos de que ambos correram por volta do mesmo tempo."
Davies explicou que a Iaaf não considera os milésimos por acreditar que os equipamentos de cronometragem ainda não têm a precisão necessária para detectar essa fração de segundos, uma vez que, no atletismo, a velocidade do vento e as condições da pista também pesam. "A regra é clara. Estamos presos aos centésimos."
Gatlin não se manifestou publicamente sobre o caso. Seu agente, Renaldo Nehemiah, declarou que o episódio servirá de incentivo para o velocista tentar quebrar o recorde novamente.
O atletismo não é o único esporte olímpico que se atém aos centésimos --há também a natação, que já precisou de semifinais "tira-teima", para desempatar atletas com tempos idênticos.
Há disputas, contudo, que consideram até milionésimos de segundo. Ontem, durante boa parte das sessões de treino para as 500 milhas de Indianápolis, a diferença entre o brasileiro Hélio Castro Neves e o norte-americano Sam Hornish era de 0s0004 a favor do brasileiro, que acabou o dia em segundo lugar, atrás do companheiro da equipe Penske.
Especialistas, entretanto, apontam como uma jogada de marketing da IRL --que costuma exaltar a competitividade de seu campeonato-- levar em conta os milionésimos de segundo, por tratar-se de uma fração tão ínfima e abstrata que não poderia ser levada em conta para determinar quem foi mais rápido.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas