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08/06/2006 - 11h45

Suker manda Croácia "esquecer" a Copa de 98

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FÁBIO VICTOR
da Folha de S. Paulo, em Frankfurt

Davor Suker é o maior jogador da história da Croácia, primeira adversária do Brasil na Copa, terça, em Berlim. Aposentado, o artilheiro da Copa de 98, com seis gols, tem um bar temático em Frankfurt, a 30 km de onde está a seleção.

Ou melhor, não está claro se Suker é o dono do bar, chamado S9. O croata Eduardo Tokic, grande amigo do ex-jogador e que se apresenta como gerente, assegura que o proprietário é Suker, que nega --diz só ter emprestado a marca e a imagem.

O fato é que o S9 é o reduto dos croatas boêmios loucos por futebol da região, que se reuniram ontem para ver a derrota do seu país para a Espanha e vão diariamente ao local para beber e jogar conversa fora.

Suker, 38 anos, que em clubes teve seu auge no Real Madrid entre 96 e 98 e encerrou a carreira no Munique 1860, ainda vive na capital da Baviera, onde mantém uma escola de futebol. Anteontem, ele estava em Berlim, de onde falou por telefone à Folha sobre o bar, sobre Ronaldo, Brasil x Croácia e as chances de seu país.


FOLHA - Olá, Suker, eu estive hoje no seu bar em Frankfurt...
DAVOR SUKER - O bar não é meu.

FOLHA - Mas o gerente disse que o bar é seu, o nome é a sua marca, lá está cheio de fotos suas..
SUKER - Mas não é meu. Eu só cedi minha marca e minha imagem ao meu amigo.

FOLHA - Então falemos de futebol, de Ronaldo. Como você, eleito o terceiro melhor jogador do mundo em 98, atrás de Zidane e dele, analisa as pressões que ele vem sofrendo?
SUKER - Isso é parte da vida de um jogador, mas é também uma confusão e uma injustiça das pessoas que o criticam. Se Ronaldo fizer cinco ou mais gols na Copa, ninguém vai falar mais, vão dizer que é de novo o melhor do mundo. Isso acontece porque vivemos uma nova era dos jogadores de futebol.

FOLHA - Como assim?
SUKER - É a era do espetáculo chegando ao futebol. Há dez anos, quando eu jogava, não era desse jeito, falava-se muito mais do jogo e menos do que envolvia os jogadores. O problema é que há mídia demais.

FOLHA - Mas você ainda considera Ronaldo o jogador mais importante do time brasileiro?
SUKER - O Brasil não tem um único jogador. Tem Ronaldo, Ronaldinho, Kaká, Adriano...

FOLHA - Mas qual, na sua visão, é o mais fundamental para o Brasil?
SUKER - Ronaldinho.

FOLHA - Quais as chances de a Croácia surpreender o Brasil?
SUKER - Não adianta fazer previsões em futebol. Um fator que pode parecer um detalhe, mas é muito importante para nós, é o fato de jogarmos depois de Austrália x Japão. Entraremos em campo já sabendo como foram os outros do grupo.

FOLHA - É possível, para o atual time da Croácia, sonhar com algo parecido com o terceiro lugar de 98?
SUKER - Não temos que pensar em 98, temos de esquecer 98. É outra época, outro time, outra Copa. Os parâmetros da Croácia são totalmente diferentes dos do Brasil, que só pode mesmo esperar ser campeão. Temos de tentar passar da primeira fase, como segundo do grupo. A partir daí, cada avanço será uma conquista. Não é correto cobrar da Croácia mais do que isso.

FOLHA - Qual o jogador croata que o Brasil deve temer?
SUKER - Dado Prso, o camisa 9, é o mais perigoso, um jogador que pode até fazer mais de um gol no Brasil.

FOLHA - É o seu sucessor?
SUKER - Não gosto dessas comparações, cada um tem o seu tempo. Mas agora eu preciso ir.

FOLHA - Eu só gostaria de fazer mais umas perguntas sobre o bar...
SUKER - Desculpe, amigo, tenho de ir. Estou numa festa.

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