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12/06/2006 - 08h25

Colônia ganha versão alemã de camarote VIP da Sapucaí

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PAULO SAMPAIO
da Folha de S.Paulo, em Colônia

"Isso é horrível", diz a artista plástica alemã Isabella Devinast, depois de dar um gole em uma lata de guaraná Antarctica. "Mas tem gostinho de maçã", acode uma hostess da casa Placar, uma espécie de camarote VIP da Marquês de Sapucaí, só que montado à beira do Reno, em Colônia. "Péssimo", repete Isabella.

São esperadas 200 pessoas, mas elas não chegam. "Os VIPs brasileiros estão num vôo que atrasou quatro horas. Vêm Murilo Benício, Álvaro Garnero, Caroline Bittencourt", enumera a produtora Aline Goulart.

Outra assessora do anfitrião, José Victor Oliva, diz que é apenas a abertura da casa, e que estão convidadas pessoas da "high society" de Colônia.

"Não estou vendo ninguém de sociedade aqui. O fotógrafo do 'Expresse' teria vindo, imagina. Outra: em festa de classe aqui você é recebido com uma taça de champanhe na entrada", diz a auto-intitulada socialite Lili Norzesch, 53, carioca radicada em Colônia e, segundo ela, mulher de industrial.

"Hahaha", ri Alicinha Cavalcanti, promoter do evento. "Como é que ela pode falar em festa de classe com aquele vestidinho puído, aquele sapato de quinta? É bicona, pode crer, e tá tentando fazer brincadeira."

Alicinha chegou na véspera, mas vai ficar para fazer o que chama de "busca e apreensão". "Vou promover uma varredura na cidade. Trazer os bonitos das boates para fazer figuração e convidar os amigos", explica.

Os quatro telões espalhados no espaço de 600 m², coberto por um toldo, transmitem o jogo entre Portugal e Angola. Em uma cabine improvisada no canto do salão, o técnico de som Rodrigo Viana faz a locução, e o ex-jogador Carlos Alberto Torres, convidado de honra, os comentários.

"O Beckenbauer me disse no jantar da Fifa que quer ir ao Carnaval do Rio", disse Torres, na abertura do evento.

O bufê montado para 200 pessoas, segundo o chef Walter Schlickeiser, 36, oferece salsicha com molho curry, carne grelhada com cebola, asa de galinha com chilli. Se fosse uma festa só para alemães, diz, não teria comidas tão picantes. "A gente come esses molhos no café da manhã, não à tarde."

Uma loura muito magra vestida de Gisele Bündchen, com um jeans justo, sapatos altos, top decotado, jaqueta e echarpe enrolada no pescoço, chega à festa. Quem é?

"A Isabel [Leithauser] é modelo", responde o skinhead Guido Matus, 37, espécie de Guto Milano local.

"Adoro modelar, mas é apenas uma atividade paralela. Estou fazendo administração de empresas", diz ela.

Nesse momento, uma brasileira pega no braço da reportagem, querendo saber "para onde é a matéria". Paula Katzenstein, 53, há 13 em Colônia, diz que é advogada e conhece muitos brasileiros na cidade: "Vou do lixo ao luxo. Tenho contato com gente da alta, freqüento casamentos e batizados das pessoas mais bem colocadas da cidade, assim como lido com analfabetas que vieram do Brasil para trabalhar, por exemplo, na Ford, e precisam de ajuda para ficar no país".

Ela conta que vai ter um show só de travestis brasileiros. E as prostitutas? "Conheço também. E as lésbicas também. Se quiser, te levo pra fazer uma matéria num bordel. Quer?"

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