13/06/2006 - 05h11

Coréia do Sul estréia na Copa contra novato "trapalhão"

CRISTINA UCHÔA
da Folha Online

A Coréia do Sul, ainda que tenha surpreendido por conseguir a proeza de alcançar a fase semifinal da Copa do Mundo-2002, realizada em seu país e no Japão, corre para quebrar o tabu de nunca ter conseguido vencer um jogo de Copa do Mundo fora de seus domínios.

Tem grandes chances de conseguir o feito nesta terça-feira, na estréia no Mundial, porque enfrenta o Togo, uma seleção que, além de nunca ter participado da competição, está envolvida em discussões internas desde que foi para a Alemanha e pode entrar em campo com um técnico substituto.

Cobrando uma premiação de quase R$ 500 mil, que a Federação Togolesa se nega a pagar, os jogadores se recusaram a participar de alguns treinos e ameaçaram não jogar a estréia de hoje contra os sul-coreanos.

A instabilidade mexeu com os ânimos do técnico da equipe, o alemão Otto Pfister, de 68 anos, que se retirou da concentração na última sexta-feira dizendo não ter condições de trabalhar com tanta indisciplina.

Pfister se comoveu com o contato de alguns jogadores pedindo sua volta e declarou na segunda-feira que, hoje, estaria no banco de reservas como técnico.

Porém, no fim da tarde de ontem, Pfister ainda não tinha se apresentado à concentração, e os dirigentes togoleses não asseguravam a volta do técnico. Se ele não aparecer, o auxiliar Kodjovi Mawuena, togolês, vai assumir o comando da equipe no jogo.

Indiferentes a essas incertezas dos africanos, que podem atrapalhar ou unir o time para o jogo, segundo os sul-coreanos, o time asiático tenta provar que o sucesso de 2002 não foi mero acaso.

Depois da campanha meteórica da Copa-2002, a Coréia do Sul não obteve resultados muito expressivos nos últimos quatro anos, trocando duas vezes de técnico, depois da saída do holandês Guus Hiddink, que conduziu a façanha. O técnico atual é o também holandês Dick Advocaat.

Poucos de seus jogadores despontaram como craques no futebol internacional. Além de Park Ji-sun, meia contratado pelo Manchester United, apenas seis dos convocados para a disputa do Mundial atuam em clubes do exterior. E desses, dois jogam no vizinho Japão.

Mesmo Ahn Jung-hwan, atacante que fez o gol que eliminou a Itália nas oitavas-de-final em 2002, não tem estabilidade no clube alemão Duisburg e deve contar com a "ajuda" de Advocaat, que já trabalhou no Rangers, para conseguir uma transferência para a Escócia.

O Togo vem de uma campanha boa nas eliminatórias para o Mundial, com sete vitórias e 20 gols marcados. Mas, sem regularidade, perdeu os três únicos jogos que fez na Copa Africana de Nações deste ano, quando, curiosamente, também estava mais preocupada em discutir a premiação relativa ao torneio do que em se preparar para os jogos.

Mas, diferente do que aconteceu na Copa África de Nações, no Mundial, Togo conta com Emmanuel Adebayor, atacante de 22 anos que atua desde o começo deste ano no Arsenal e que foi artilheiro, com 11 gols, das eliminatórias da África para o Mundial.

No torneio africano, Adebayor deixou de jogar por se desentender com o técnico e os dirigentes nas discussões sobre a premiação. Desta vez, foi um dos que se mobilizou para pedir a volta de Pfister.

CORÉIA DO SUL
Lee Woon-jae; Song Chong-gug, Choi Jin-cheul, Kim Jin-jyu, Lee Young-pyo; Park Ji-sung, Kim Nam-il, Lee Eul-yong; Lee Chun-soo, Ahn Jung-hwan e Seol Ki-hyeon
Técnico: Dick Advocaat

TOGO
Agassa; Tchangai, Abalo, Nibombé, Assemoassa; Salifou, Dossevi, Romao, Mamam; Adebayor, Kader
Técnico: Otto Pfister

Local: Commerzbank Arena, em Frankfurt
Horário: 10h
Árbitro: Graham Poll (ING)
Na TV: Band Sports, Directv, ESPN Brasil, Globo e Sportv

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