Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
23/06/2006 - 06h03

Amigos torcem para o Japão no bairro onde Zico nasceu

Publicidade

ITALO NOGUEIRA
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

Com cerca de 80 pessoas, o Grêmio Esportivo Vital era o reduto japonês em Quintino, zona norte do Rio, bairro onde nasceu e cresceu Zico. Mesmo assim, o irmão do técnico do Japão, Antônio Antunes Coimbra, conhecido como Tonico, e amigos, que abandonaram por 90 minutos o verde e amarelo para torcer pelo Japão, ficaram encolhidos em um canto do salão do clube.

"Tem gente secando o Japão! Aqui é a torcida nipon!", gritou Carlos Alberto Freire, 53, amigo de infância de Zico, ao ser provocado pelo mar verde e amarelo que ocupava o salão. "Torço para o Japão tranquilamente. [O Brasil] já se classificou. O importante é ser campeão."

Freire encontrou inclusive mais uma justificativa para torcer pelo amigo. "Acho até melhor se o Brasil perder o primeiro lugar. É melhor pegar a Itália do que Gana", arriscou.

O clube, onde Zico começou a jogar futebol, estava todo decorado de verde e amarelo, mas com duas grandes bandeiras do Japão, com as inscrições "Zico" e "Edu" --irmão e auxiliar do treinador na seleção japonesa.

Apesar da torcida, poucos acreditavam na vitória japonesa. Um grupo de amigos enviou e-mail para Zico, desejando sorte no confronto contra o Brasil. Zico respondeu: "Obrigado a todos. Infelizmente vamos ter que decidir contra o Brasil. A esperança é a última que morre."

"É impossível o Japão vencer. Mas eu confio em Deus e para Ele tudo é possível", apostou o irmão Antônio. "Mas é um jogo como outro qualquer."

O aparente pouco interesse no início do jogo ficou de lado quando o time japonês fez o primeiro gol. A torcida japonesa, cerca de 15 pessoas recolhida no canto esquerdo do salão, se soltou após o gol de Tamada. "Zico! Zico!", gritavam.

Por 12 minutos, o que Antônio considerou impossível acontecia. O sorriso permanente no rosto da torcida "japonesa" se fechou após o empate. "Esse gol está nos planos", desconversou Carlos Alberto, dizendo que havia apostado em dois a um para o Japão, no bolão feito entre os amigos.

Mas no decorrer do jogo, e dos gols do Brasil, os torcedores do Japão passaram a lamentar as chances perdidas nas partidas anteriores. "O Japão melhorou muito. Se tivesse jogado assim com outros times não estava nessa situação", afirmou Tonico.

Outro irmão, Fernando, assistiu ao jogo em casa, e visitou o clube no final do jogo. Ele também já dava como certa a desclassificação do Japão. "Perdemos [a classificação] no jogo contra a Austrália". Apesar disso disse que chegou a "sonhar com a vitória" durante os 12 minutos que o Japão ficou a frente.

O filho de Zico, Bruno, acompanhou a partida com amigos e a noiva.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página