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01/07/2006
-
06h11
FÁBIO VICTOR
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt
A torcida francesa na Alemanha admite sem grandes problemas que sua seleção perca o jogo contra o Brasil, muitos consideram a possibilidade até grande. O que eles não concebem de jeito nenhum é que, caso a derrota aconteça, seja tomada como uma vingança da final de 98.
"Não tem nada a ver com 98, porque agora já temos o título, e que foi ganho sobre o Brasil. Nada vai tirar isso. Se o Brasil vencer, vai ser o óbvio, porque tem o time favorito, mas terá sido nas quartas-de-final, não na decisão", disse Claire Bricogne, que estuda literatura na Alemanha e na última quinta assistia ao treino dos "bleus" em Hameln enrolada numa bandeira da França.
Ao seu lado, a colega Elodie Maitre, 22, também com outro pano tricolor a cobrir-lhe o corpo, avançou no raciocínio. "Se eles ganharem do Brasil, chegarão à final. Se perderem, já estará bom, porque contra a Espanha já mostraram para todos que podem jogar bem, coisa de que muita gente desconfiava."
Como bem mostra Elodie, a sensação entre os franceses após a vitória por 3 a 1 nas oitavas-de-final sobre os espanhóis, com um futebol convincente e belos gols, é de alívio e êxtase. Foi como ter a comprovação de que o fiasco de 2002, quando o time era favorito e caiu na primeira fase, não passou de um fato excepcional, e que os campeões de 1998 continuam sim entre as potências mundiais.
Mexeu com eles a ponto de alguns, citando os confrontos entre os times em Copas, dizerem que será natural uma vitória francesa, apesar de o Brasil ser superior.
"Temos um ditado que diz "Jamais deux sans trois" (Não existe dois sem três). Se já ganhamos duas vezes de vocês em Copas, e vocês só uma, significa que a terceira virá", brincou o funcionário público Frederic Marnier, 29, que saiu da França para ver a Copa, já viu todos os jogos do país e estará hoje de novo no estádio de Frankfurt.
"Agora temos muito menos a perder que naquela Copa, que jogamos em casa. Aliás, não temos nada a perder. Desta vez fizemos três jogos ruins na primeira fase, flertamos com a eliminação. Mas evoluímos. O Brasil é campeão, tem os melhores jogadores, mas não está bem", analisou.
E seguiu: "Nós acreditamos mais na vaga contra o Brasil do que acreditávamos contra a Espanha. A confiança aumentou".
Mas a maioria, embora esperançosa, não é tão otimista assim. Caso do eletricista Jean-Claude Van-Mellaert, 44, outro que saiu da França para ver a Copa de perto e que acompanhava o treino em Hameln com o filho Lucas, de 10 anos. "Se o Brasil nos eliminar, não tem problema, é a lógica. Para nós será muito, muito difícil, mas não impossível."
Todos têm lembranças especiais daquele 12 de julho de 98. Elodie Maitre conta que a piscina coletiva da vila onde vivia com os pais em Saint Cyprien, sul da França, era gradeada e fechava sempre à meia-noite. Depois da vitória, todos pularam a grade e tomaram banho até de madrugada.'
Já Frederic Marnier recorda que passou o dia confeccionando junto com a irmã um grande cartaz com as cores da França e mensagens de apoio aos jogadores. "Ainda hoje eu tenho esse cartaz grudado em cima de minha cama. É minha memória de um tempo bom."
Especial
Leia cobertura completa da Copa do Mundo-2006
Torcida francesa faz deboche de revanche contra o Brasil
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da Folha de S.Paulo, em Frankfurt
A torcida francesa na Alemanha admite sem grandes problemas que sua seleção perca o jogo contra o Brasil, muitos consideram a possibilidade até grande. O que eles não concebem de jeito nenhum é que, caso a derrota aconteça, seja tomada como uma vingança da final de 98.
"Não tem nada a ver com 98, porque agora já temos o título, e que foi ganho sobre o Brasil. Nada vai tirar isso. Se o Brasil vencer, vai ser o óbvio, porque tem o time favorito, mas terá sido nas quartas-de-final, não na decisão", disse Claire Bricogne, que estuda literatura na Alemanha e na última quinta assistia ao treino dos "bleus" em Hameln enrolada numa bandeira da França.
Ao seu lado, a colega Elodie Maitre, 22, também com outro pano tricolor a cobrir-lhe o corpo, avançou no raciocínio. "Se eles ganharem do Brasil, chegarão à final. Se perderem, já estará bom, porque contra a Espanha já mostraram para todos que podem jogar bem, coisa de que muita gente desconfiava."
Como bem mostra Elodie, a sensação entre os franceses após a vitória por 3 a 1 nas oitavas-de-final sobre os espanhóis, com um futebol convincente e belos gols, é de alívio e êxtase. Foi como ter a comprovação de que o fiasco de 2002, quando o time era favorito e caiu na primeira fase, não passou de um fato excepcional, e que os campeões de 1998 continuam sim entre as potências mundiais.
Mexeu com eles a ponto de alguns, citando os confrontos entre os times em Copas, dizerem que será natural uma vitória francesa, apesar de o Brasil ser superior.
"Temos um ditado que diz "Jamais deux sans trois" (Não existe dois sem três). Se já ganhamos duas vezes de vocês em Copas, e vocês só uma, significa que a terceira virá", brincou o funcionário público Frederic Marnier, 29, que saiu da França para ver a Copa, já viu todos os jogos do país e estará hoje de novo no estádio de Frankfurt.
"Agora temos muito menos a perder que naquela Copa, que jogamos em casa. Aliás, não temos nada a perder. Desta vez fizemos três jogos ruins na primeira fase, flertamos com a eliminação. Mas evoluímos. O Brasil é campeão, tem os melhores jogadores, mas não está bem", analisou.
E seguiu: "Nós acreditamos mais na vaga contra o Brasil do que acreditávamos contra a Espanha. A confiança aumentou".
Mas a maioria, embora esperançosa, não é tão otimista assim. Caso do eletricista Jean-Claude Van-Mellaert, 44, outro que saiu da França para ver a Copa de perto e que acompanhava o treino em Hameln com o filho Lucas, de 10 anos. "Se o Brasil nos eliminar, não tem problema, é a lógica. Para nós será muito, muito difícil, mas não impossível."
Todos têm lembranças especiais daquele 12 de julho de 98. Elodie Maitre conta que a piscina coletiva da vila onde vivia com os pais em Saint Cyprien, sul da França, era gradeada e fechava sempre à meia-noite. Depois da vitória, todos pularam a grade e tomaram banho até de madrugada.'
Já Frederic Marnier recorda que passou o dia confeccionando junto com a irmã um grande cartaz com as cores da França e mensagens de apoio aos jogadores. "Ainda hoje eu tenho esse cartaz grudado em cima de minha cama. É minha memória de um tempo bom."
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