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03/08/2006 - 11h15

Resultados expressivos enfrentam desconfiança do doping

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da Folha de S.Paulo

Britta Steffen é uma estudante de engenharia de 22 anos que cogitou abandonar a natação dois anos atrás por causa de suas marcas inexpressivas.

Na quarta-feira, entretanto, em Budapeste, a alemã cravou o recorde mundial em uma das provas mais badaladas do esporte: os 100 m livre. Com 53s30, baixou em 12 centésimos a marca da australiana Lisbeth Lenton.

Coroou, assim, uma evolução pessoal que impressiona. Em junho, havia obtido o melhor tempo de sua vida nos 100 m --54s29. Ou seja, melhorou quase um segundo no último mês. É uma eternidade para a distância.

Por enquanto, trata-se de uma bela história de superação, mas o desfecho de casos recentes mostra que performances brilhantes de quem saiu praticamente do anonimato nem sempre chamam atenção só pelos méritos dos protagonistas.

Floyd Landis deixou a Volta da França, principal evento do ciclismo, consagrado por sua galhardia. Depois, acabou flagrado em exame de doping.

Justin Gatlin virou co-detentor do recorde dos 100 m rasos e nova "menina dos olhos" do atletismo dos EUA. Na semana passada, seus testes também apontaram o uso de substâncias proibidas.

"O esporte chegou à era de desconfiança. Ninguém consegue olhar um resultado expressivo e atribuí-lo ao heroísmo de um atleta. Pensamos sempre na trapaça", afirma John Hoberman, pesquisador de doping da Universidade do Texas.

Sua tese é polêmica, mas encontra guarida no discurso de outros especialistas. "O doping virou oportunidade de ascensão econômica. Para alguns atletas que nada conseguiram na vida, brilhar em provas nobres, como os 100m, rende contratos publicitários, rende prêmios. Como nunca foram estrelas, não têm nada a perder", diz Lamartine Pereira da Costa, pesquisador membro da comissão de ética e educação da Agência Mundial Antidoping.

Ele não fala especificamente de Britta, Landis ou Gatlin. Explica apenas que a imagem do esporte e a de seus verdadeiros heróis vão ficar arranhadas até que o combate às trapaças se torne abrangente no mundo.

"Não se pode vigiar só os atletas. É preciso interferir no processo para evitar que o doping caia nas mãos de quem o utiliza", declara Costa.

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