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29/12/2000 - 18h52

São Silvestre expõe problemas da cidade de São Paulo

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da Folha de S.Paulo

O trajeto da São Silvestre, que será disputada no domingo, traz em seu interior um microcosmo dos problemas enfrentados no dia-a-dia pela população de São Paulo, que serão herdados pela administração que assume o município no dia seguinte à corrida. Na segunda-feira, Marta Suplicy (PT) assume a Prefeitura de São Paulo, sucedendo Celso Pitta (PTN).

Logo no início do percurso, na avenida Paulista, pode-se identificar amostras de poluição visual. Segundo o Sindicato das Empresas de Publicidade Externa do Estado de São Paulo, 500 mil, ou apenas 11%, dos 4,5 milhões de anúncios espalhados pela cidade têm autorização da prefeitura.

É possível que os anúncios estejam envolvidos em acidentes automobilísticos, seja por distrair o motorista seja por tornar menos visível a sinalização de trânsito.

Posteriormente, os atletas passarão pela avenida Ipiranga, que é cortada pela rua Barão de Itapetininga, onde camelôs estão instalados irregularmente. A administração de Pitta foi marcada pelo escândalo da máfia dos fiscais.

A seguir, os maratonistas correm sobre o elevado Costa e Silva, conhecido por Minhocão, que liga a praça Roosevelt ao largo Padre Péricles e é prejudicado pela ação de cupins. A prefeitura retirou o forro do viaduto, deixando cabos da fiação expostos.

Não exatamente dentro do trajeto, mas próximo ao percurso, na região da estação da Luz, também na região central, está localizada a cracolândia, onde jovens consomem drogas nas ruas, principalmente o crack, e em hotéis.

"A gente vê de tudo durante a prova. A gente passa perto da boca do fumo. Mas não tem perigo, pois a gente só corre de camiseta e shorts", diz o veterano Paulo Saraiva, 39, que no ano passado correu sua 17ª São Silvestre.

A Secretaria da Segurança Pública recentemente afirmou que faz sua parte para a recuperar a região, mas que tal plano exigiria também a adoção de "ações ligadas à limpeza, saneamento, fiscalização de bares e estabelecimentos da região, além da recuperação da iluminação pública".

"Planejamos revitalizar a região da cracolândia, com ações nas ruas e praças da região para que se tornem utilizáveis e, à medida que essas ganhem funções novas, a atividade ilegal seja empurrada para outro lugar", explica Jorge Wilheim, novo secretário municipal do Planejamento Urbano.

O acúmulo de lixo, que pode ser percebido em praticamente todo o percurso, é, ao lado de fatores naturais, responsável pelos alagamentos, tão constantes no dia-a-dia da população do município, segundo explica Hassan Barakat, engenheiro do CGE (Centro de Controle de Emergências).

No próprio trajeto da corrida de São Silvestre há três pontos que apresentam problemas de vazão de água e, quando há chuvas localizadas, embora o escoamento seja rápido (leva aproximadamente 30 minutos), é o suficiente para causar congestionamentos.

Trata-se dos cruzamentos da rua Norma Giannotti com a Anhanguera e da avenida Rio Branco com a avenida Duque de Caxias e o largo General Osório.

Os atletas que estiverem disputando a corrida, no entanto, não têm motivo para se preocupar, pois a previsão do Centro de Gerenciamento de Enchentes é de sol forte e tempo bom no domingo.

Procurada insistentemente pela reportagem nos últimos três dias, a assessoria de imprensa da prefeitura não ligou de volta.

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