Publicidade
Publicidade
28/09/2006
-
09h00
EDUARDO OHATA
da Folha de S.Paulo
O que começou com um lance inusitado no jogo que ficou conhecido pelo "gol do gandula" ganhou contornos surreais quando uma "chamada oral" e até discussão sobre geometria protagonizaram a sessão no TJD na qual se discutiu a anulação do resultado da partida.
O Atlético Sorocaba, que empatou no dia 10 por 1 a 1 com o Santacruzense, pela Copa FPF, reclamava de gol inexistente, marcado com participação do gandula. O jogo ganhou notoriedade depois que imagens de um cinegrafista amador mostraram o gandula chutando a bola para o gol e a confusão que sucedeu a insólita e irregular jogada, validada pela juíza.
A confirmação do gol, a poucos minutos do fim da partida, decretou o empate final.
Inicialmente, Silvia Regina disse que achou que se tratava de tiro de meta, mas mudou de idéia após consultar o auxiliar Marco Antonio Andrade Motta Junior. Com isso, quis mostrar que sua decisão nada teve a ver com a hora em que o gandula empurrou a bola para a rede --teria sido anterior, quando a bola chutada pelo time da casa saiu pela linha de fundo e bateu na rede, mas pelo lado de fora.
Heraldo Panhoca, advogado do Atlético Sorocaba, reagiu de forma exacerbada depois de questionar a árbitra se conhecia a regra número nove do futebol, que trata sobre o tiro de meta e também bola fora, e ouvir "não" como resposta.
"Ela [Silvia Regina] desconhece as regras da arbitragem. Como é que pode ser árbitra Fifa?", questionou o advogado.
Após a saída da juíza da sala, foi a vez de o auxiliar ser sabatinado por Panhoca. "Você conhece a regra número nove da arbitragem?", questionou o advogado, que ouviu uma resposta afirmativa de Motta.
"Você pode dizer qual é?", prosseguiu o advogado. Pressionado, o assistente disse que não seria capaz de repetir a lei exatamente como ela foi redigida.
"Se você conseguisse, seria um gênio", intercedeu, irônico, o presidente do TJD da federação paulista, Naief Saad Neto.
O assistente ainda teve mais uma chance de mostrar seu conhecimento quando Panhoca pediu, então, que ele citasse o conceito da regra. Motta, então, admitiu que não sabia.
Com a "chamada oral", o advogado quis argumentar que houvera erro de direito, e não de fato, para anular a partida.
O bandeirinha também assumiu a responsabilidade na validação do gol. "Coloquei a interrogação na cabeça da Silvia. Não tenho nenhum problema em assumir, todo mundo erra."
Em clima quase estudantil, a sessão contou ainda com uma "aula" de "geometria". Panhoca iniciou longa discussão sobre a angulação do chute polêmico.
A questão era se a trajetória do chute foi transversal ou se foi desferido de frente para o gol. Houve muita divergência.
Ao final, o resultado da partida foi mantido por 1 a 1. "Quem saiu perdendo foi o futebol", reclamou Waldir Cipriani, diretor de futebol do Atlético Sorocaba, que antes de deixar o tribunal foi advertido ao usar o termo "cartas marcadas" para classificar a decisão.
"O Maradona fez aquele gol de mão [em 86, no México] e ninguém pediu para anular a Copa. [Se todos os jogos começarem a ser anulados] seria o fim do futebol", disse Saad Neto, sobre a decisão.
Visivelmente irritado, o cartola do clube de Sorocaba orientou o advogado a recorrer da decisão do tribunal.
Especial
Leia mais notícias no especial do Campeonato Paulista-2006
Após "chamada oral", TJD chancela gol de gandula
Publicidade
da Folha de S.Paulo
O que começou com um lance inusitado no jogo que ficou conhecido pelo "gol do gandula" ganhou contornos surreais quando uma "chamada oral" e até discussão sobre geometria protagonizaram a sessão no TJD na qual se discutiu a anulação do resultado da partida.
O Atlético Sorocaba, que empatou no dia 10 por 1 a 1 com o Santacruzense, pela Copa FPF, reclamava de gol inexistente, marcado com participação do gandula. O jogo ganhou notoriedade depois que imagens de um cinegrafista amador mostraram o gandula chutando a bola para o gol e a confusão que sucedeu a insólita e irregular jogada, validada pela juíza.
A confirmação do gol, a poucos minutos do fim da partida, decretou o empate final.
Inicialmente, Silvia Regina disse que achou que se tratava de tiro de meta, mas mudou de idéia após consultar o auxiliar Marco Antonio Andrade Motta Junior. Com isso, quis mostrar que sua decisão nada teve a ver com a hora em que o gandula empurrou a bola para a rede --teria sido anterior, quando a bola chutada pelo time da casa saiu pela linha de fundo e bateu na rede, mas pelo lado de fora.
Heraldo Panhoca, advogado do Atlético Sorocaba, reagiu de forma exacerbada depois de questionar a árbitra se conhecia a regra número nove do futebol, que trata sobre o tiro de meta e também bola fora, e ouvir "não" como resposta.
"Ela [Silvia Regina] desconhece as regras da arbitragem. Como é que pode ser árbitra Fifa?", questionou o advogado.
Após a saída da juíza da sala, foi a vez de o auxiliar ser sabatinado por Panhoca. "Você conhece a regra número nove da arbitragem?", questionou o advogado, que ouviu uma resposta afirmativa de Motta.
"Você pode dizer qual é?", prosseguiu o advogado. Pressionado, o assistente disse que não seria capaz de repetir a lei exatamente como ela foi redigida.
"Se você conseguisse, seria um gênio", intercedeu, irônico, o presidente do TJD da federação paulista, Naief Saad Neto.
O assistente ainda teve mais uma chance de mostrar seu conhecimento quando Panhoca pediu, então, que ele citasse o conceito da regra. Motta, então, admitiu que não sabia.
Com a "chamada oral", o advogado quis argumentar que houvera erro de direito, e não de fato, para anular a partida.
O bandeirinha também assumiu a responsabilidade na validação do gol. "Coloquei a interrogação na cabeça da Silvia. Não tenho nenhum problema em assumir, todo mundo erra."
Em clima quase estudantil, a sessão contou ainda com uma "aula" de "geometria". Panhoca iniciou longa discussão sobre a angulação do chute polêmico.
A questão era se a trajetória do chute foi transversal ou se foi desferido de frente para o gol. Houve muita divergência.
Ao final, o resultado da partida foi mantido por 1 a 1. "Quem saiu perdendo foi o futebol", reclamou Waldir Cipriani, diretor de futebol do Atlético Sorocaba, que antes de deixar o tribunal foi advertido ao usar o termo "cartas marcadas" para classificar a decisão.
"O Maradona fez aquele gol de mão [em 86, no México] e ninguém pediu para anular a Copa. [Se todos os jogos começarem a ser anulados] seria o fim do futebol", disse Saad Neto, sobre a decisão.
Visivelmente irritado, o cartola do clube de Sorocaba orientou o advogado a recorrer da decisão do tribunal.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Guga perde processo milionário no Carf e diz que decisão é 'lamentável'
- Super Bowl tem avalanche de recordes em 2017; veja os principais
- Brady lidera maior virada da história do Super Bowl e leva Patriots à 5ª taça
- CBF quer testar uso de árbitro de vídeo no Brasileiro deste ano
- Fifa estuda usar recurso de imagem para árbitros na Copa do Mundo-18
+ Comentadas