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02/01/2001 - 09h25

Clubes defendem volta do Nacional para CBF

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FERNANDO MELLO e
RICARDO PERRONE

da Folha de S.Paulo

A Copa João Havelange não agradou nem a seus criadores e tampouco a seus organizadores.

Após o final melancólico do mais inchado Nacional de todos os tempos, os grandes clubes do país já se movimentam para devolver à CBF a organização do Campeonato Brasileiro de 2001.

A idéia de passar o controle do Brasileiro à entidade máxima do futebol nacional será discutida na próxima reunião do Clube dos 13, ainda sem data definida.

A intenção dos dirigentes foi manifestada após a declaração do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que a retomada do poder sobre o Nacional a partir deste ano é prioridade da entidade.

"O que vimos no último sábado em São Januário é a prova de que o Clube dos 13 não tem maturidade para organizar um campeonato. Cada dirigente só pensa em seu clube, em caprichos individuais. Os interesses de cada um acabam se sobrepondo aos da coletividade. É preciso que a CBF retome as rédeas do futebol brasileiro", afirmou o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella.

O presidente do Flamengo, Edmundo Santos Silva, disse que vai, a partir de hoje, telefonar para os dirigentes para tirar do Clube dos 13 o poder sobre o Brasileiro.

"Estou envergonhado com o que aconteceu. Fiquei aborrecido mesmo. A Copa JH mostrou que os clubes não têm competência para gerir um torneio desses."

Para Santos Silva, o principal erro do Clube dos 13 foi ter deixado que o presidente eleito do Vasco, Eurico Miranda, mandasse no torneio. "Ele fez o que quis. Marcou jogo, desmarcou. Mandou gente ferida sair de campo (em São Januário) e teve a irresponsabilidade de tentar fazer com que o jogo continuasse. Se o São Caetano ganhasse aquela partida, ninguém sairia vivo de lá.

É preciso eliminar esse dirigente do futebol. Não há mais espaço para ele."

O Grêmio, clube que já foi presidido por Fábio Koff, principal cartola do Clube dos 13, também é favorável à idéia de tirar dos times a organização do Nacional.

"Sempre fui a favor de o Brasileiro ser gerido pela CBF e não mudei minha opinião. Em 2000, não foi possível por causa de um impedimento jurídico (a ação que o Gama interpôs na Justiça comum para permanecer na primeira divisão)", afirmou o presidente José Alberto Guerreiro.

O Vitória, que reclamou da tabela da Copa JH, prega o fortalecimento da CBF. "Não há dirigente capaz de acabar com os caprichos do Eurico. O Clube dos 13 não tem legitimidade para isso. É função da CBF, outorgada pela Constituição, organizar o Nacional. Vamos lutar para que isso volte a ocorrer", disse Flávio Raupp, vice-presidente do Vitória S.A.

O presidente do Atlético-MG, Nélio Brandt, aponta a falta de estrutura como o principal problema da associação dos 20 mais poderosos times do país. "O Clube dos 13 não está preparado para administrar uma competição."

Em São Paulo, também já se discute a possibilidade de tirar o Brasileiro do Clube dos 13.

O Corinthians, que se diz neutro em relação à mudança, admite rever sua posição. "Isso é uma coisa a se pensar, a ser discutida entre os clubes e a CBF. O que não pode é continuar tendo um campeonato sem descenso e com divisão igual de cotas de TV", disse o diretor de futebol, Antonio Citadini.
 

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