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06/11/2006 - 09h21

Marilson surpreende e vence a badalada Maratona de Nova York

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da Folha de S.Paulo

Último quilômetro da badalada Maratona de Nova York, e Marilson Gomes dos Santos olha diversas vezes para trás.

Procura os quenianos, sempre apontados como favoritos, e parece não acreditar que a tática de se desgarrar do pelotão na metade final da prova o conduzia para um feito inédito.

AP
Marílson segura bandeira do Brasil
Marílson segura bandeira do Brasil
Usando luvas e proteção na cabeça e nos braços por causa da temperatura --9ºC, com sensação térmica de 6ºC--o brasiliense de 29 anos cruzou a linha de chegada após 2h09min58s. Os africanos não o alcançaram. Nunca um atleta da América do Sul terminara o evento na primeira posição.

"Eu puxei o ritmo por volta do quilômetro 30 para reduzir o número de pessoas no pelotão. Eles ficaram para trás", conta o atleta, que arrematou um prêmio de R$ 278 mil.

O queniano Stephen Kiogora acabou em segundo. Seu compatriota Paul Tergat, atual campeão do evento e dono da melhor marca da maratona, completou o pódio.

O tempo do triunfo é mais de um minuto superior à melhor performance de Marilson --2h08min48s, em Chicago-2004--, dois minutos pior que o recorde registrado em Nova York (2h07min43s) e quatro minutos mais lento que o melhor resultado já alcançado na distância (2h04min55s).

Mas a importância da façanha, para seu treinador, não pode ser medida em minutos e segundos. "Sabíamos que as marcas não seriam expressivas. O importante é que o Marilson venceu os quenianos. Ele vai ganhar força para lutar por uma medalha na Olimpíada, nosso objetivo desde que resolvemos mudar tudo", afirma seu técnico, Adauto Domingues.

Tal reviravolta ocorreu em 2004. Até então, o brasiliense centrava sua carreira em provas de meio-fundo, os 5 mil e 10 mil metros. Apesar de alguns bons resultados --chegou ao pódio em ambas no Pan-Americano de 2003--, seus tempos eram fracos se comparados aos dos melhores do mundo.

"Chegamos à conclusão que deveríamos mudar de prova. Arriscamos nas maratonas", recorda Domingues.

Os primeiros resultados foram promissores, mas vieram acompanhados de uma frustração. O brasiliense estreou nos 42,195 km em abril de 2004, em Paris. Completou o percurso em sexto lugar, sem alcançar seu principal objetivo, que era a classificação para os Jogos de Atenas. Tudo porque sua marca --2h12min22s-- não era suficiente para colocá-lo na equipe que viajou para a Grécia.

No ano seguinte, Marilson progrediu, deixou o medalhista olímpico Vanderlei Cordeiro de Lima para trás e assumiu o posto de melhor maratonista do país. No Mundial de Helsinque-2005, acabou em décimo. "Desde então, sabíamos que ele poderia conseguir grandes resultados", afirma o técnico.

Mais famoso no Brasil por suas duas vitórias na São Silvestre, em 2003 e 2005, Marilson corria descalço pelas ruas de Brasília até ser descoberto, aos 14 anos. Mudou-se para Santo André logo depois. Franzino, demorou para ganhar o peso e a maturidade necessários para correr provas longas. "Tudo o que ele passou vale como bagagem. O Marilson brilhou em NY, e ainda fará grandes coisas", diz Domingues.

Especial
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