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30/11/2006 - 10h48

Polêmico, Nabi Abi Chedid decolou no interior de SP com o Bragantino

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da Folha de S.Paulo

O dirigente esportivo e ex-deputado estadual Nabi Abi Chedid morreu ontem em São Paulo aos 74 anos. Ele estava internado no Hospital do Coração e tinha câncer no pulmão.

O enterro será realizado hoje, às 15h, em Bragança Paulista (80 km de São Paulo), cidade na qual deu início a sua caminhada no futebol e na política.

Vice-presidente da CBF e comandante do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em São Paulo, Nabi começou a ganhar espaço no futebol a partir de 1958, quando iniciou sua passagem pelo Bragantino. No clube, desempenhou, entre outras, as funções de diretor e presidente.

Depois, conquistou espaço como dirigente no âmbito estadual. Chefiou a Federação Paulista no início dos anos 80 e se credenciou para a disputa de poder na entidade que comanda o futebol no Brasil.

Com Otávio Pinto Guimarães, chegou ao cargo de vice-presidente da CBF em 1986, após uma confusa eleição.

Os dois alcançaram o comando com uma chapa de oposição a João Maria Medrado Dias, o candidato de Giulite Coutinho, presidente da confederação desde 1980. A vitória de Guimarães por 13 votos a 12 fora surpreendente. O ex-presidente da Federação de Futebol do Rio era o vice da chapa, encabeçada por Nabi. Mas, com a disputa apertada, a oposição resolveu inverter as candidaturas meia hora antes do início da eleição.

Com Ricardo Texeira à frente da entidade, Nabi seguiu carreira e representou o Brasil como membro do comitê executivo da Conmebol, gerenciadora do futebol na América do Sul.

Em nota, a CBF relatou ontem que Teixeira manifestou pesar pela morte do colega.

Para seu lugar como representante de São Paulo, cartolas cogitaram o nome de Mustafá Contursi. À reportagem, o ex-presidente do Palmeiras negou que tenha interesse em ocupar a vaga de vice-presidente.

Paralelamente às atividades esportivas, o cartola deu continuidade à tradição política de sua família --os Chedid, baseados em Bragança Paulista, já elegeram de prefeitos a deputados. Na Assembléia Legislativa de São Paulo, onde seu corpo foi velado na tarde de ontem, Nabi cumpriu 10 mandatos como deputado estadual.

Polêmico, teve seu nome envolvido em celeumas como o escândalo de manipulação de resultados que assolou o Campeonato Brasileiro e o Campeonato Paulista em 2005.

À época, Nabi foi citado pelo juiz Edilson Pereira de Carvalho como dirigente que tenta influenciar a arbitragem. O cartola refutou a acusação.

Sob sua batuta ou a de seus sucessores, o Bragantino conheceu dias de glória e penúria. Em 1966, a equipe disputou pela primeira vez a divisão de elite do Estado. Terminou em último e acabou rebaixada.

Após novo período de altos e baixos, a agremiação se recuperou e conheceu sua melhor fase. Em 1990, conquistou um título Paulista ao superar o Novorizontino em duelo que ficou conhecido como "final caipiria" por abrigar times do interior. No ano seguinte, o Bragantino chegou à decisão do Brasileiro e acabou derrotado pelo São Paulo.

O epíteto de sua trajetória ocorreu no último sábado, quando a equipe recebeu a Ferroviária na decisão da Copa FPF, que rendeu ao campeão uma vaga na Copa do Brasil.

Os uniformes utilizados pelos atletas do Bragantino traziam frase em homenagem a Nabi, a quem seria dedicado o título do torneio --seu filho, Marco Chedid, preside a equipe. Com um empate, porém, a Ferroviária estragou a festa e ergueu a taça.

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