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07/12/2006 - 10h15

Magnata russo Berezovski quer controle da MSI, diz Corinthians

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RICARDO PERRONE
EDUARDO ARRUDA
da Folha de S.Paulo

Da noite para o dia, o magnata russo Boris Berezovski saiu da sombra e está disposto a assumir o controle da MSI. Ou seja, do futebol corintiano. É o que disse ontem, por telefone, Renato Duprat, que está em Londres, representando o Corinthians, justamente para tentar evitar o fim da parceria com a empresa de Kia Joorabchian.

Segundo Duprat, que faz a ligação entre o clube e os investidores, o russo, foragido em seu país e que hoje vive na Inglaterra, estuda comprar a MSI.

O brasileiro, que intermediou a parceria, procurou Berezovski a fim de pedir a indicação de um possível novo investidor. Foi o russo quem o apresentou ao iraniano em 2004.

"Tive uma reunião com o professor Boris, e apresentei a ele um plano de negócios. Ele me disse que está disposto a assumir o controle das operações da MSI. Vai analisar melhor os números, e voltaremos a conversar", afirmou Duprat.

A firma de Kia nega a negociação. "A MSI não está à venda e jamais teve conhecimento de qualquer intenção do empresário Boris Berezovski nesse sentido, seja formal ou informalmente", informou a empresa, por meio de sua assessoria.

Duprat declarou que Berezovski negociará a compra da MSI com investidores, e não com Kia, a quem chama de gerente. Porém o iraniano é o presidente da MSI brasileira.

A suposta intenção do russo pode amenizar a pressão que Dualib sofre de seus vices, conselheiros e torcedores, já que todos dão a parceria como terminada e o clube sem verba para montar um time competitivo. O magnata, condenado por lavagem de dinheiro em seu país, daria um novo fôlego para o Corinthians se reforçar.

Por outro lado, sua presença aumentaria a pressão dos opositores e o cerco das autoridades sobre a parceria.

Duprat anuncia o interesse de Berezovski justamente no momento em que o magnata está envolvido em mais um caso nebuloso, a morte de um ex-espião do serviço secreto russo que era seu funcionário.

De acordo com Duprat, Berezovski declarou que só será investidor se tiver o controle da parceria, mas não definiu um prazo para se decidir.
Até agora, o russo só assumia o interesse em construir um estádio no Brasil e investir em outros segmentos no país.

Em maio, esteve no país para discutir a compra da Varig. Entrou após uma consulta ao governo brasileiro. Obteve autorização na condição de exilado político na Inglaterra, apesar de sua prisão ser pedida pelas autoridades russas.

Porém ele acabou interrogado Polícia Federal. Foi parte das investigações da Polícia Federal sobre a suspeita de que a MSI entrou no país para lavar dinheiro, conforme concluiu o Ministério Público Estadual. Os promotores paulistas identificam Berezovski como um dos chefes do negócio. Sua suposta participação é o principal indício do crime de lavagem.

"Se o Boris assumir, não existe mais suspeita de lavagem. Isso só existe porque os investidores não são conhecidos", disse Duprat, que falou que o russo mudou de idéia sobre investir no Corinthians porque agora conhece melhor o projeto.

Apesar de Berezovski sempre ter negado seu envolvimento na parceria, Dualib chegou a dizer à PF que ele era um dos investidores. Pediu depois para seu depoimento ser retificado.

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